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Pornografia: um mal escondido entre nós

Por:   •  29/5/2024  •  Artigo  •  2.437 Palavras (10 Páginas)  •  33 Visualizações

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Pornografia: um mal escondido entre nós

Gostaria de compartilhar alguns pensamentos e lições que aprendi com minha própria experiência ao lidar com este pecado que me parece tão comum hoje em dia a homens e mulheres, de idades e situação civil variados. Solteiros, casados, jovens, adultos, homens e mulheres, tem enfrentado isso e muitas vezes sozinhos.

A pornografia e os pecados sexuais no meio cristão são tratados, de uma maneira geral, com muito legalismo e poucas ferramentas para lidarmos com estas questões. Penso que muito da dificuldade de as pessoas lidarem com este tipo de problema, especialmente os jovens, tem a ver com a forma com que muitas vezes pensamos a respeito destas questões e como lidamos com o pecado de uma maneira geral.

Aliás, talvez tenhamos conceitos a respeito do pecado que são superficiais e mesmo distantes da realidade, inclusive Bíblica, como por exemplo a ideia de uma natureza pecaminosa já completamente eliminada de nossa existência.

Lendo Paulo corretamente

Quando Paulo diz por exemplo que “sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado” (Rm 6.6), geralmente entendemos que o pecado não está mais presente ou mesmo que a natureza pecaminosa foi eliminada de nossas vidas.

Mas essa forma de enxergar esse texto é tanto um equívoco bíblico quanto uma leitura superficial da forma como Paulo muitas vezes trata estas questões. Primeiramente, João nos fala que “se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.8,10). Então a natureza pecaminosa permanece em nós ainda. Outras pessoas até podem afirmar que não nos vê pecando, mas só o fato de afirmarmos isso a nosso próprio respeito já é pecado.

Nossa consciência deve ser sempre de humilhação diante de Deus por causa da nossa natureza pecaminosa. E nosso esforço pela santidade não é para que alcancemos nada da parte de Deus, até porque Ele já nos deu tudo, e sim, para que o expressemos na existência.

Ainda, veja o que Paulo fala mais a frente em Romanos: “Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou” (Rm 8.29,30). Veja como os verbos estão no passado: conheceu (amou), predestinou (escolheu), chamou, justificou, glorificou. Entendemos claramente que os efeitos dos 4 primeiros verbos de fato já estalando em nós hoje pela fé na obra da Cruz. Mas o último verbo “glorificou”, como pode ser? Não há ninguém glorificado hoje aqui, mas como o verbo está também no passado?

A resposta é que Paulo tem a certeza que Deus cumprirá sua Palavra, de modo que esta questão da glorificação da já está resolvida. Não há porque tratar como algo de um futuro distante, uma vez que está garantido que irá acontecer, pois Deus não volta atrás em suas promessas.

A glorificação é sermos semelhantes a Jesus após sua ressurreição. No nosso caso então, teremos um corpo em que todas as limitações e mazelas impostas pela natureza pecaminosa serão removidas. Isso porque a própria natureza pecaminosa será removida, uma vez que entraremos em contato direto com a Glória de Deus. E o contato com essa Glória não coaduna com o pecado e, portanto, tudo que é pecaminoso será destruído. Nós, no entanto, seremos preservados por causa do sangue de Jesus em nós.

Portanto, precisamos entender que hoje, o pecado e a natureza pecaminosa estão presentes. O velho homem foi crucificado, no sentido de que está garantida sua derrota definitiva, mas ainda está presente para que o derrotemos diariamente. E inclusive, parece até que ele acorda mais cedo do que nós para esta luta diária.

Pecado é uma coisa só

Uma vez que entendemos bem esta questão, precisamos também entender a dinâmica do pecado na nossa vida. Geralmente nós simplesmente categorizamos os pecados e os tratamos apenas por categorias. Então os pecados de ira são uma coisa, de inveja outra e de questões sexuais outra ainda.

Mas em essência, pecado é uma coisa só e mesmo em categorias diferentes, internamente eles estão ligados uns nos outros e puxando uns aos outros. Veja por exemplo em Romanos 1 a partir do 18, como Paulo vai descrevendo o comportamento humano que suprimem a verdade, que esganam a verdade para que ela não fale: eles vão da ingratidão para a idolatria; depois vão para pecados sexuais de todos os tipos e por fim em toda sorte e categorias de pecados.

Assim, não podemos simplesmente pensar que uma pessoa que está com problemas na área sexual, que ela os tem simplesmente porque está carregando sua mente com coisas deste tipo. Internamente, todo tipo de pecado nos carrega do Pecado, ou seja, essencialmente de uma coisa só. Assim, uma pessoa que se irou ou teve inveja, pode da mesma forma manifestar o pecado mais explicitamente na distorção da sexualidade.

Uma semana estressante, uma frustração com algo, uma briga com alguém, tudo isso pode desencadear outras espécies de pecado e que sucessivamente podem jogar a pessoa para algum pecado de sexualidade, geralmente a pornografia aliada à masturbação.

Mas o que precisamos entender como essência do pecado é a revolta contra Deus. No fundo, queremos nos vingar de Deus, ou retalhar a Deus de alguma forma. E isso se dá porque no fundo Deus é aquele que nos proibiu de termos acesso ao que desejávamos e nós queremos nos vingar.

Agora, parece um tanto estranho pensar dessa forma, ainda mais como cristãos. Mas isso é porque esse tipo de pensamento não passa pela mente de uma forma mais consciente pois senão, como cristãos, perceberíamos e mais facilmente recuaríamos dessa forma de pensar.

No entanto, nossas ações nos dizem o contrário e agimos como agimos exatamente por termos essa natureza pecaminosa em nós. Assim, nosso grande arrependimento todos os dias deveria também ser a respeito dessa revolta contra Deus.

Pense em Caim e Abel. Superficialmente, Caim teve inveja de Abel, mas seu desejo assassino não era diretamente contra ele. A raiva de Caim era contra Deus. Caim queria matar a Deus. Como Deus é inacessível, Caim então mata a imagem e semelhança de Deus. Da mesma forma, nossos desejos e ações pecaminosas serão sempre, em última instância, manifestações de nossa revolta contra Deus.

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