RESENHA CRÍTICA
Por: jayne_silva • 29/8/2017 • Resenha • 690 Palavras (3 Páginas) • 226 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
O artigo “ Representações sociais de sírios e libaneses em Corumbá, MS: comércio, casamento e cemitério”, de Marco Aurélio Machado de Oliveira e Nathalia Monseff Junqueria, dedica-se a explicar como os imigrantes sírios e libaneses conseguiram consolidar suas representações sociais em Corumbá, o que se deu através do matrimônio, atuação comercial e representação iconográfica no cemitério Santa Cruz.
Primeiramente os autores esmiúçam a chegada e presença dos sírios e libaneses em Corumbá. Oliveira e Junqueira apontam como causas as coordenadas do estado Turco e as interferências europeias, conflitos étnicos, religiosos e econômicos também caracterizaram as razões de desencadeamento do processo emigratório. No texto é desconstruída a ideia de que os sírios e libaneses ocuparam apenas as faixas litorâneas do Brasil, diante de que foi notada a presença destes no Extremo Oeste brasileiro. Em Mato Grosso, principalmente após a Guerra do Paraguai, a chegada de sírios e libaneses ocorreu por meio da cidade de Corumbá, devido as alternativas econômicas encontradas. O comércio foi o maior responsável pela ascensão dos imigrantes, apesar dos problemas vindos do processo migratório internacional.
No tópico seguinte, Oliveira e Junqueira denotam o matrimônio como estratégia para aceitação social dos emigrantes. Os autores buscam normalizar tal ato, abordando o fato de que nos países de origem, o casamento arranjado já era de convívio sírio e libanês. Essas alianças tiveram um importante papel para garantir a estabilidade econômica, era uma forma de consolidar a fase de ascensão. Os estudos sobre a situação de estrato social em que as noivas estavam, remetem ao grau de aceitabilidade que os imigrantes ostentavam na sociedade local, tendo em vista de que eram filhas de comerciantes ou de fazendeiros.
Na terceira seção, os autores abordam as representações no cemitério Santa Cruz como uma forma de resgatar memórias, em que perpetuam memórias individuais dos familiares, bem como a memória coletiva dos frequentadores do cemitério. Em relação aos imigrantes, a monumentalidade e o local escolhido de alguns jazigos são representações da posição que alguns deles conquistaram na cidade. Oliveira e Junqueira concluem que a representação de sírios e libaneses é mais visível nos cemitérios que nos registros matrimoniais ou no comércio.
No livro Linguagens e descolonialidades, o autor Fernando Zolín-Vesz, irá abordar a migração árabe na cidade de Cuiabá. O autor explica a migração desde o seu desencadeamento até o acolhimento na referida cidade.
Na primeira parte, Zolín-Vesz trata as narrativas em que se conciliam a imagem de migrantes árabes, o que faz com que o exotismo seja exaltado de forma preconceituosas. Logo, o autor caracteriza essas narrativas como instrumentos usados para construir sentidos do mundo, o que é desempenhado como papel fundamental no modo como se constrói a vida social. O que além de ser uma forma de construir as realidades sociais, as narrativas também são um modo de legitimar e controlar essas realidades. O que se têm a ver com a migração árabe, são sobre as narrativas que contam ou deixam de contar, o que se constrói e legitima determinados sentidos sobre a migração desses povos à cidade.
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