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SEMANA SANTA

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Por:   •  24/8/2014  •  1.075 Palavras (5 Páginas)  •  364 Visualizações

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Laura, uma mulher moderna, bem sucedida. Tem independência financeira, reconhecimento social...

Mas ela está com o coração apertado, sufocado, triste...

Um funcionário e os pais a ajudam a sair deste estado angustiante.

Este texto pode ser montado teatralmente ou como um curta metragem.

LAURA: (contando/narrando) Estava deitada… o sol batia na janela… Eu sabia que já era dia há um bom tempo, mas não me apetecia levantar.

Sentia-me só.

Não queria ter de enfrentar mais um dia. A mesma rotina. Pessoas. Reuniões. Papéis.

Não! Definitivamente não queria!

A minha vontade era sair, sair dali e ir para longe! Longe de tudo. Um lugar novo, que não conhecesse.

Como é possível passar os dias rodeada de pessoas e mesmo assim sentir-me tão só?

Sabia que alguma coisa não estava bem. Não devia ser assim.

Mas porquê? Porque me sentia assim?

Respirei fundo… tinha mesmo que ir…

LAURA: Mas eu não quero! (disse em voz alta.)

LAURA: (contando/narrando) Contudo, a minha consciência voltou a dizer-me que tenho mesmo que me levantar da cama, vestir uma roupa bonita, pôr um sorriso no rosto, mesmo que o coração apertado chore por dentro, e vá… vá para a minha rotina… vá ver gente, simplesmente vá e faça o que tem que ser feito.

E eu obedeço. E eu vou.

II

GUI: Laura! Já chegaste? Que bom ver-te! Estás linda, como sempre!

LAURA: Obrigada Gui! (sorri) Então, há recados?

GUI: Milhares, como de costume. Toma.

(Laura vai para a sua sala. O telefone já estava a tocar e na sala de espera já tinha umas cinco pessoas para atender.)

LAURA: (pensamento) “O Gui, o Gui é diferente. Sempre alegre, sempre com palavras agradáveis… não sei o que ele tem, mas sei e sinto que a alegria que ele mostra não é como a minha, é genuína.”

III

LAURA: (pensando, ao fim do dia, sentada à secretária do escritório.) O meu dia passou, tal como os outros. Atendi pessoas, falei ao telefone, resolvi problemas… e eu? E o meu coração? Continua apertado. Não entendo, a sério que não entendo.

Todos já foram embora…

Sinto um vazio dentro de mim. Estou só.

E à minha memória veio novamente o sorriso do Gui.

LAURA: “De facto, ele é diferente. Não sei porquê, não sei como, mas há algo de especial na vida daquele rapaz…”

IV

LAURA: (contando/narrando) Voltei para casa, jantei e sentei-me no sofá.

Não consegui suportar mais aquela dor tão grande no meu peito e finalmente uma lágrima saltou… e outra, e mais outra… então eu chorei, chorei muito até não ter mais forças.

LAURA: “Não entendo… eu sou uma mulher bem sucedida. Eu tenho o que sempre quis – uma empresa, saúde, dinheiro… Tenho uma casa, um carro, um gato…”

“O que é que me falta?”

“Os meus pais sempre me deram tudo, sempre tive amor…”

“Onde foi que eu perdi a minha felicidade?”

“Onde estás? Não te consigo encontrar…”

LAURA: (contando/narrando) Então o telefone começou a tocar. Era a minha mãe… tentei recompor-me o mais depressa possível, pois não queria que ela desse conta que eu tinha estado a chorar. Nunca tinha demonstrado fraqueza diante da minha família. Para eles eu era uma mulher forte, lutadora, cheia de vigor, que tinha tudo o que sonhei.

Atendi.

MÃE: Laura! Querida, estou com saudades tuas!

LAURA: Mãe! Também tenho saudades vossas… não tenho conseguido tirar tempo para vos visitar…

MÃE: Eu sei filha, tens tido muito trabalho. Mas hoje eu passei o dia a pensar em ti… Está tudo bem?

LAURA: (pensando/lembrando) Não respondi logo. Como é que é possível? Será que o instinto materno a fez entender que eu não estava bem? E pensei – Claro que não é nada disso, ela só sentiu saudades e decidiu ligar.

(Como eu não respondia, ela voltou a falar.)

MÃE: Laura… não estás bem, pois não?

LAURA: Mãe…

MÃE: Filha, eu sei que não estás… parece que o meu coração ficou apertado de manhã cedo quando pensei em ti, pensei que era das saudades, mas depois percebi que não era só isso. Então decidi ligar.

LAURA:

...

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