A Resenha Crítica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE DIREITO / 2017.2 Docente: Rodrigo Figueiredo Suassuna Discente: Paulina Nunes Ferreira Graduanda do 1º período de Direito Resenha – Ciência Política I SCHMITTER, Philippe C. Reflexões sobre o conceito de política. Revista de Direito Público e Ciência Política, v. 8, n. 2, p. 45-60, 1982 O texto de Schmitter traz uma abordagem inicial acerca da disciplina de Ciência Política e é denominado “Reflexões sobre o conceito de política”, o qual se mostra essencial para a análise dos conceitos de política e de ciência política. Esse título, por si só, já levanta questionamentos sobre o que é política e em que se norteia a sua ciência. Por meio dessas perguntas, os argumentos apresentados pelo autor são as qualidades da ciência política, as quais são a vontade de ser científica, baseada no empirismo e em uma demonstração rigorosa, e, outra, sendo não menos importante, é a delimitação do objeto de estudo dessa matéria, fato esse que se mostra importante para a compreensão do tema, pois Schmitter traz uma citação de Raymond Aron, afirmando que alguns cientistas gastam muitos recursos e fazem conclusões cada vez menos interessantes, o que reitera o fato de que é necessário haver uma ponto de início e de fim acerca de seus objetivos e de seus conceitos. Outra indagação que é respondida pelo politista é o conceito de política, sobre o que o autor afirma que é vasto e diverso, podendo ser apenas definido através de seus fatores, dentre eles, estão as suas instituições, as quais são essenciais para a compreensão, visto que o Estado e seus órgãos anexos usam da política para realizar suas funções. Porém, ele afirma que a abordagem de alguns estudiosos é a de que apenas o Estado usa a política como um fenômeno de conhecimento, o que é uma definição restritiva diante da possibilidade do fazer político na sociedade civil contemporânea. Outra reflexão a ser feita da definição de política é a dos recursos usados por seus atores, os quais são o poder, a influência e a autoridade. Schmitter inicia a sua explanação afirmando que, no poder, a política funciona como uma forma de coação, dando ênfase no fenômeno da dominação da violência ou força física; já na influência, a política abrangeria uma maior diversidade de relações de dominância, através de uma linha de ação específica; por fim, o último recurso apresentado é o da autoridade, no qual a política se manifesta através do poder legítimo e voluntário. É válido lembrar que esses conceitos se alternam quanto a suas nomeações ao serem usados por alguns estudiosos, como

é o caso de Max Weber e Duverger. Outra forma de visualizar a política é através de seu processo de formulação de decisões, o decision-making, o qual é feito através da distribuição e utilização de poder nas decisões feitas pelo Estado. Alguns politistas defendem a flexibilidade dessa forma de ver política, a qual poderia ser ampliada para outras instituições e níveis de sociedade. Por fim, Schmitter aborda a função do Estado, que é a resolução não-violenta dos conflitos, uma política definida com base na resolução de conflitos entre grupos. Além disso, ele traz as exigências para que um ato social se torne político, que são a necessidade do antagonismo e a necessidade de exigências por parte de

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