ATPS - LIBRAS LETRAS PORTUGUÊS E INGLÊS
Monografias: ATPS - LIBRAS LETRAS PORTUGUÊS E INGLÊS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tonymulato • 4/11/2014 • 1.813 Palavras (8 Páginas) • 503 Visualizações
A Surdez em seus Aspectos Médico, Social e Cultural
A comunicação é para os seres humanos um dos principais fatores de aprendizado e desenvolvimento. O ouvido externo e o cérebro cumprem uma função muito importante nesse processo, de forma que para ter uma comunicação eficaz é preciso que se tenha mecanismos que levem um entendimento dos indivíduos envolvidos nesse processo comunicativo.
O ouvido externo é constituído pelo pavilhão, canal auditivo como também o tímpano e o som captado pelo ouvido externo causa vibrações; ondas produzidas na membrana do tímpano que progridem pelo ouvido médio e pelo interno até alcançar as células sensitivas que as transformam em sinais nervosos a serem transmitidos ao cérebro. O que nos leva a entender que não somente ouvimos com os ouvidos, mas também com o cérebro, pois, é no cérebro que distinguimos os tipos de sons.
A audição é o sentido que mais nos coloca dentro do mundo e a comunicação humana é um bem de valor inestimável. A surdez é o decréscimo dessa audição, sendo assim um distúrbio que pode acometer pessoas de todas as idades. Ela tem diversas causas: podem acontecer por hereditariedade, infecções perinatais, anomalias de cabeça e pescoço, meningite, entre outros.
O grau da surdez vai depender do tipo de gravidade que a causou, podendo ser:
• Surdez de Grau Leve: as pessoas com esse tipo podem aumentar progressivamente a intensidade da voz, pois, não percebem que ouvem menos à medida que o tempo passa. Esse tipo não afetará o desenvolvimento e pode ser revertido com tratamento médico ou por cirurgias.
• Surdez Moderada: é quando o indivíduo que a tem já começa a detectar não somente uma dificuldade pequena, mas não consegue ouvir bem em telefonemas e incomoda-se com ruídos. Esse tipo chega a afetar no desenvolvimento, mas não impede que ele fale.
• Surdez Profunda: o indivíduo não percebe o som, embora com o tempo ele aprenda a reconhecer sons da palavra falada. Nesses casos existem apenas resíduos de audição, percebem-se apenas vibrações, a fala e a linguagem dificilmente irão acontecer.
A surdez por ser um defeito invisível não recebe da sociedade a mesma atenção que é dada aos portadores de outras deficiências, por isto, o deficiente auditivo tende a se separar das outras pessoas, buscando os seus iguais e vivendo a parte da sociedade dos ouvintes. A cultura oral existente impõe ao surdo seu modo de vida e o coloca em um plano inferior ou porque não dizer tenta inferiorizá-lo. Por conta disto sua educação é comprometida, pois a sociedade em que vivemos obriga ao surdo a olhar-se e narrar-se como se fosse um ouvinte.
Para pessoas com deficiência auditiva foi criada a Língua Brasileira de Sinais, com o objetivo de ajudar no processo de interação do surdo com a família e com o meio. Propondo ao indivíduo portador dessa deficiência uma educação bilíngue que deixa claro a necessidade de uma aprendizagem rápida de uma língua de forma plena e depois a língua utilizada pelos pais.
A Língua Brasileira de Sinais é de características viso-gestuais e de fácil aprendizagem, facilita a absolvição de conteúdos e ajuda na escrita, com a conquista do reconhecimento da Libras a comunidade surda começou a quebrar várias barreiras. Embora este tipo de comunicação seja algo sugerido para alunos surdos a inclusão desses alunos nas escolas regulares ainda é um grande desafio, pois, faltam profissionais capacitados para atender a demanda crescente de alunos que tem necessidades especiais, uma escola disposta ao contato com as diferenças e uma educação inclusiva e bilíngue de qualidade.
“O Surdo é aquele sujeito que aperfeiçoa sua experiência visual na organização interna (biopsico) e externa (social) numa interligação cultural e assim estabelecendo as bases de uma Língua que privilegia a forma concreta do seu pensamento: a Língua de Sinais. Porém este contexto de desenvolvimento somente se torna viável, quando lhe é proporcionado os meios adequados para a sua construção. (STROBEL,2007)”
A cultura do ouvinte se impõe sobre a cultura do surdo em seu modo de vida sem considerá-lo, sem escutá-lo e ignora sua constituição cultural e gestual. Somos uma sociedade que ainda não está preparada para acolher esse tipo de deficiência, mas devemos ter em mente que a Libras é para o surdo não apenas uma língua, vai mais além, é a construção da sua identidade e autonomia diante da sociedade.
Atividades Pedagógicas para Alunos Surdos
A comunicação é de fundamental importância e vários são os sistemas alternativos de comunicação, porém o sistema escolhido tem de atender as necessidades básicas do aluno em questão. Neste caso estamos propondo atividades para serem utilizadas numa sala em que a maioria é ouvinte e temos um aluno surdo, segue o tema: “Sou um professor (a) de uma sala de aula regular e tenho um aluno surdo/deficiente auditivo usuário de Libras.
Dando aula de Geografia sobre relevo, clima e vegetação em uma sala que não dispõe de um intérprete de Libras para este aluno surdo descobre-se que a comunicação usada terá de ser mais a oral que a escrita. Porque alunos com esta deficiência têm maiores dificuldades para interpretar a leitura, pois, quando lemos interpretamos associando o que se lê ao que já ouvimos antes, dessa forma explicando oralmente dará para notar no rosto de todos (dos que escutam e dos que não escutam) se estão acompanhando. Durante esta aula deve-se desenhar e gesticular bastante, cada tipo de relevo, clima e vegetação precisará de fotografias, desenhos e gravuras, além de muitos exemplos verbais. O mundo passa a ser representado em bolas de isopor para facilitar a compreensão dos países.
Para contar histórias (oralizadas) aos alunos ouvintes e não ouvintes deve-se utilizar recursos visuais, ao longo da narrativa deve-se observar se as crianças por meio de suas expressões faciais e corporais demonstram compreender o que está acontecendo, procure dar cor, cheiro, textura e gosto à historia.
Os objetos para utilização durante a narrativa vão variar de acordo com o tema, mas podem ser: bonecas, bichos, carrinhos, casinhas e etc.
Métodos a serem usados na alfabetização são os visuais através do incentivo à leitura labial, painel com as letras na vertical e ao lado das letras figuras que as representem. Colocar placas com o nome dos objetos, usar crachás. Para ensinar as cores utilize o lápis com a cor correspondente àquela que irá escrever.
Materiais necessários: TNT, EVA, folhas de papel, cordinhas, giz de cera ou pincéis
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