Analise de um filme

ANALISE SUBJETIVA

O filme “Cidade de Deus” lançado em 2002 recebeu vários prêmios e até hoje existem documentários sobre o mesmo, já que ele surgiu quebrando qualquer paradigma, e mostrando a real situação dos moradores da favela, com suas dificuldades e diversidades.

A criminalidade é um fator determinante no desenvolvimento das pessoas que convivem na favela, muitas optam por seguir este caminho, já outras preferem serem cidadãos de bem.

Quem vê a favela de fora, sem realmente estar presente na realidade acredita que todos os moradores são marginais e bandidos, podemos ver que não é bem por esse lado, existem pessoas que cresceram nas comunidades e hoje atuam nos cinemas, novelas, são cantores, escritores, etc...

Após ver o filme e realizar pesquisas sobre a criminalidade na favela, podemos ver que não é somente aquilo que a mídia impõe ás pessoas, generalizando que existem somente lados negativos. Eles também têm acesso á internet, agua, luz, TV a cabo e proteção, mas diferentemente de nós que pagamos esse serviço ao governo ou instituições privadas, eles recebem esse serviço através do comando da comunidade, já que geralmente esses locais são esquecidos pelos governantes do país.

No entanto, muitas dessas pessoas nascem e morrem dentro dessas favelas, sem ao menos ter a oportunidade de conviver do lado de fora, isso é bem notado no filme pelo fato do dono do tráfico ser o mais procurado pela justiça e ao mesmo tempo ninguém ter uma referencia sobre como ele era.

Podemos perceber que esse respeito obtido pelos donos do morro, é na verdade um respeito figurado, já que ele só é obtido perante a violência e o medo.

E como todas as organizações, existem níveis de hierarquia, bem semelhante a nossa realidade no trabalho, quando um jovem ganha um estágio para que logo após ele possa ingressar na empresa. Isso também acontece nos grupos, jovens começam fazendo pequenos trabalhos simples, mas nada envolvido com criminalidade, mediante a isso seu “chefe” designa uma tarefa para que ele cumpra e sim faça parte do bando.

Nessa quadrilha existem as patentes, logo quando começa, o jovem é fogueteiro, avisa a chegada da policia, tem também o vapor, que fica com a droga e faz a venda, em seguida os olheiros, que dão a proteção ao grupo como se fosse um segurança, um pouco mais acima vem o endolador que prepara e embala os produtos, e tem o gerente que toma conta de tudo, muitos sabem ler e escrever, e não são analfabetos como o restante do grupo, por fim o dono do morro que trás como aparência a paz na favela.

De acordo com minhas pesquisas e alguns documentários que assisti pude perceber que o fato de algumas crianças se envolverem com a criminalidade está ligado á eles acharem que é a única saída para crescer na vida, de forma á ganhar dinheiro, poder e respeito no meio em que vivem, isso existe por eles terem como referencia desde muito cedo os chefes do trafico, exaltando-os como heróis. Outro ponto é o abandono dos menores, seja por pais que se envolvem com drogas ou por outros que precisam sair do morro para trabalhar.

Por outro lado existem muitas crianças que observam toda essa realidade e optam por não fazer parte dela, por medo das consequências que podem surgir nesse meio, como mortes, torturas e outros, escolhendo fazer parte dos trabalhos sociais que muitas vezes tiram as crianças da rua e do convívio com a criminalidade, mostrando para outros jovens que existe uma realidade totalmente diferente da que estão acostumados.

Em meados de 2006, surgiram as UPP’s que são Unidades de Policia Pacificadoras, que vem lutando para diminuir a violência e acabar com a criminalidade nas favelas. Porém, mesmo dentro dessas UPP’s existem as milícias, que de certa forma colaboram com o crime organizado, isso também no filme como em tantos outros de origem brasileira que mostram o poder da PM.