Avaliação do treinamento
Tese: Avaliação do treinamento. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: faby299098 • 29/9/2014 • Tese • 1.018 Palavras (5 Páginas) • 191 Visualizações
Avaliação da aprendizagem; visão geral
Cipriano Carlos Luckesi
Entrevista concedida ao Jornalista Paulo Camargo, São Paulo, publicado no caderno do Colégio Uirapuru,
Sorocaba, estado de São Paulo, por ocasião da Conferência: Avaliação da Aprendizagem na Escola, Colégio
Uirapuru, Sorocaba, SP, 8 de outubro de 2005.
Pergunta 1: Um ponto que se ressalta em suas palestras é a diferença entre
“examinação” e “avaliação”. Como podemos definir essa diferença. Nossas escolas mais
examinam que avaliam? Dê alguns exemplos que diferenciam o “examinar” do
“avaliar”.
Infelizmente, tenho que dizer que genericamente falando, ou seja, sem mencionar esta ou aquela escola, este ou
aquele professor, a escola hoje ainda não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o examina, ou seja,
denominamos nossa prática de avaliação, mas, de fato, o que praticamos são exames. Historicamente, mudamos
o nome, porém não modificamos a prática. Portanto, vivenciamos alguma coisa equívoca: leva o nome, mas não
realiza a prática.
Para compreender esse ponto de vista, basta verificarmos as características básicas, de um lado, do ato de
examinar e, de outro, do ato de avaliar.
Iniciemos pelos exames escolares. Em primeiro lugar, eles operam com desempenho final. Ao processo de
exame não interessa como o respondente chegou a essa resposta, importa somente a resposta. Em conseqüência
dessa primeira característica, vem a segunda: os exames são pontuais, o que significa que não interessa o que
estava acontecendo com o educando antes da prova, nem interessa o que poderá acontecer depois. Só interessa o
aqui e agora. Tanto é assim que se um aluno, num dia de prova, após entregar a sua prova respondida ao
professor, der-se conta de que não respondeu adequadamente a questão 3, por exemplo, e solicitar ao mesmo a
possibilidade de refazê-la, nenhum dos nossos professores, hoje atuantes em nossas escolas, permitirá que isso
seja feito; mesmo que o aluno nem tenha ainda saído da sala de aulas. Os exames são cortantes, na medida em
que só vale o aqui e o agora, nem o antes nem o depois.
Em terceiro lugar, os exames são classificatórios, ou seja, eles classificam os educandos em aprovados ou
reprovados, ou coisa semelhante, estabelecendo uma escala classificatória com notas que vão de zero a dez. São
classificações definitivas sobre a vida do educando. Elas são registradas em cadernetas e documentos escolares,
“para sempre”. As médias obtidas a partir de duas ou mais notas revelam isso. Por exemplo, quando um aluno
tem um desempenho insatisfatório numa prova de uma determinada unidade de ensino e obtém uma nota 2,0
(dois), nós professores lhe aconselhamos estudar um pouco mais e submeter-se a uma nova prova. Então, o aluno
faz isso e, nesta Segunda oportunidade, obtém nota 10,0 (dez). Qual será a nota final dele? Certamente será 6,0
(seis), que é a média entre o dois inicial e o dez posterior. Mas, por que não 10,0 (dez), se foi essa a qualidade
que ele manifestou na segunda oportunidade? Antes, ele não sabia, porém, agora, sabe. Não atribuímos o dez a
ele, devido ao fato de Ter obtido dois antes. Esse dois era definitivo, de tal forma que não nos possibilitou
atribui-lhe o dez, apesar de ter manifestado essa qualidade plenamente satisfatória em sua aprendizagem.
Em conseqüência dessa terceira característica emerge a quarta. Os exames são seletivos ou excludentes. Porque
classificatórios, os exames excluem uma grande parte dos educandos. Muitos ficam de fora. A pirâmide
educacional brasileira é perversa; o aproveitamento de nossos educandos é estatisticamente muito baixa. Numa
média bem geral, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, aproveitamos, no país, em torno de 35% dos
alunos efetivamente matriculados. Evidentemente que para essa perda estão comprometidos fatores tais como a
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Este material foi obtido através do website de Cipriano Carlos Luckesi
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distribuição de renda no país, nossas políticas públicas e as determinações socioculturais. Ao lado desses fatores,
os exames contribuem, e em muito, para esse fenômeno de exclusão educacional que vivemos, devido eles serem
seletivos.
Contudo, ainda vale mencionar que os
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