FICHA DE LEITURA
Monografias: FICHA DE LEITURA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mgavillon • 11/12/2014 • 1.711 Palavras (7 Páginas) • 1.342 Visualizações
FICHAS DE LEITURA
O que é uma ficha de leitura?
A elaboração de fichas de leitura, de recensões ou de resumos pressupõe um grau mínimo de domínio de técnicas de leitura e de técnicas de redacção.
Relativamente às técnicas de leitura, existe uma formação específica destinada a optimizar a leitura de modo a retirar dela o máximo partido possível para melhorar a capacidade de análise e de redacção. O estudo dessas técnicas não cabe no âmbito do conteúdo da disciplina de Fontes de Informação Sociológica. Contudo, o resumos feitos a partir da leitura constituem um auxiliar precioso em qualquer actividade de investigação.
Resumir é, desde logo, uma boa maneira de compreender e de memorizar o texto, além de facilitar o trabalho caso o texto tenha que ser revisto posteriormente. Resumir, mais do que uma técnica de redacção, é uma importante técnica de leitura. Um resumo é uma condensação fiel das ideias contidas num texto, é uma redução do texto original. No resumo não se tecem comentários ou avaliações pessoais relativamente ao que se lê. Com muita frequência, o resumo é feito erradamente, limitando-se a reproduzir partes ou frases do texto original, que vão sendo escritas à medida que vão sendo lidas. Para elaborar um bom resumo é necessário compreender antes todo o conteúdo do texto. Não é possível resumir um texto à medida que se faz a primeira leitura e a reprodução de frases do texto, em regra, indica que ele não foi compreendido. Resumir é apresentar, pelas próprias palavras, os pontos relevantes de um texto, procurando dar conta das ideias principais, e do seu encadeamento lógico, que sustentam o argumento do autor. Ao ler um texto para fazer um resumo é importante não perder de vista três elementos (Neves, 2001):
i) As partes essenciais do texto;
ii) A sequência dessas partes;
iii) A correlação entre cada uma dessas partes;
Elaborar um bom resumo não é tão fácil quanto parece. É uma competência que deve ser aprendida e praticada. Para concretizar essa tarefa deve ter-se em consideração o seguinte (idem, 2001):
1. O texto deve ser lido por inteiro e ininterruptamente, sempre com a preocupação de responder à seguinte pergunta: de que se trata o texto? É preciso compreender o texto e ter uma noção do conjunto antes de iniciar o resumo.
2. Deve sempre fazer-se uma segunda leitura do texto, tentando compreender melhor o significado das palavras difíceis. As frases mais complexas devem ser identificadas e deve-se procurar perceber o seu sentido. Nalguns casos, quando a linguagem é muito técnica ou erudita, deve elaborar-se um glossário do texto de modo a agilizar a leitura.
3. Ler para resumir é segmentar o texto, agrupando as ideias que tenham alguma unidade de significação. Se o texto for pequeno, o parágrafos pode ser adoptado como unidade de leitura (cada parágrafo encerra uma ideia ou um aspecto de uma ideia). Se o texto for maior é aconselhável adoptar um critério de segmentação mais funcional, a partir de subtítulos ou capítulos, por exemplo.
A leitura de um documento, para ser eficaz, exige atenção e concentração. O objectivo da pesquisa documental é: a) compreender o sentido da mensagem do autor; b) registar as informações que são pertinentes no contexto da pesquisa que se está a levar a cabo; e c) reter as noções e as ideias importantes de modo a permitir aumentar os conhecimentos sobre o campo que se analisa.
Uma técnica eficaz de leitura compreende três momentos. Num primeiro momento, convém fazer uma leitura geral para reter a ideia/mensagem central do texto. Trata-se apenas e exclusivamente de ler sem se ter a preocupação de sublinhar o texto ou de tirar notas. Num segundo momento, deve reler-se o texto de modo a isolar e a compreender os conceitos, a procurar os significados dos parágrafos, as ideias que se relacionam e o modo como se relacionam com outras, destacar as passagens mais significativas e as informações que complementam o argumento central, identificar os principais autores citados e as respectivas ideias, dar conta da contribuição do autor do texto para o tema que ele aborda e verificar se o pensamento do autor está vinculado a alguma escola ou paradigma. Num terceiro momento, procede-se a uma re-leitura do texto com o objectivo de o resumir e de o criticar.
Nestes três momentos faz-se um percurso de um acto simples, perceber o que está escrito, para um acto mais complexo, que é compreender criticamente o autor lido através de uma interpretação autónoma e da confrontação com outros autores e ideias.
Uma pesquisa documental para ser produtiva exige que se faça uma leitura activa do documento. Fazer uma leitura activa de qualquer documento passa por: a) referenciar no documento as ideias principais e as ideias secundárias em que se apoiam as ideias primárias; b) identificar as passagens importantes e os números das páginas correspondentes; c) conferir uma atenção especial às partículas de transição que acrescentam uma ideia (por exemplo: além disso, por outro lado, de considerar ainda, etc.), que marcam uma restrição (por exemplo: mas, contudo, porém, etc.), que originam uma reflexão (por exemplo: atendendo a que, considerando que, etc.) ou que anunciam um exemplo (por exemplo: assim, tal como, etc.); d) discutir o que se leu com outras pessoas; e) resumir pelas próprias palavras as ideias essenciais, os capítulos importantes ou as teses e argumentos relevantes; e f) fazer ligações e estabelecer confrontos com outras leituras. A leitura deixa de ser activa e produtiva sempre que perde interesse por se afastar do objectivo perseguido. Neste caso ela deve ser abandonada. Saber deixar cair leituras é uma virtude de uma boa pesquisa documental. Por outro lado, todas as publicações que obriguem a conhecimentos preliminares impossíveis de obter no âmbito da pesquisa devem ser postas de parte. Além disso, a não ser que se trate de livros pessoais, nunca se deve sublinhar ou anotar os documentos consultados. Muitas vezes este estratagema é utilizado para fazer fichas de leitura ou para não as fazer, dado que se substitui a ficha pelos sublinhados, mas esta estratégia de preguiça é pouco efectiva, além de ser altamente reprovável, em termos de conduta de pesquisa, sublinhar livros de fundos de bibliotecas.
A redacção
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