O Furacão Catarina
Por: anagotohim • 24/8/2015 • Seminário • 1.045 Palavras (5 Páginas) • 145 Visualizações
Furacão Catarina:
Entre os dias 27 e 28 de março de 2004, os habitantes da região sul do Brasil, se depararam com um fenômeno que desconheciam. As rajadas de ventos eram assustadoras, telhas arrancadas, a chuva torrencial molhou o interior das casas, o rio invadiu a cidade, no mar ondas de cinco metros. O desconhecido foi batizado de Furacão Catarina.
Cientistas americanos, especializados em análise e previsão de fenômenos severos não tem mais dúvidas e afirmam que o ciclone extratropical Catarina, que atingiu a Região Sul do país era de fato um furacão categoria 1, na escala Saffir-Simpson, que mede a intensidade dos ventos dos furacões.
Na manhã seguinte mais sustos. Este fenômeno deixou cidades com até 95% de residências destelhadas quando não destruídas, prejuízos na agricultura acima de R$ 87,2 milhões com perdas principalmente nas lavouras de arroz (25%), milho (90%) e banana (70%). Cerca de 1.800 indústrias danificadas ficaram até um mês sem produzir, gerando enormes prejuízos financeiros e 8.600 empregados foram demitidos. Estradas interditadas, árvores caídas sobre carros e casas. Atingindo o nordeste do Estado do Rio Grande do Sul e o sul do Estado de Santa Catarina, o Furacão Catarina gerou mais de um bilhão de reais em prejuízos financeiros, ultrapassando o valor de um ano de arrecadação de algumas prefeituras.Alguns municípios ficaram incomunicáveis, sem acesso a água, luz e telefone por até uma semana. Foram danificadas 80% das escolas da região, deixando 40 mil alunos sem aula, alguns até por 15 dias, devido às escolas terem sido destruídas, ou pelo acesso a elas estar obstruído. Segundo dados da Defesa Civil de Santa Catarina, 23 municípios foram severamente atingidos, numa área com 402.515 habitantes e 153.611 construções, onde 33.165 pessoas ficaram desabrigadas e 40.012 edificações foram severamente danificadas. Foram registradas 4 mortes. Em alto-mar, barcos pesqueiros estavam distante da costa há mais de uma semana e não conseguiram voltar a tempo, 7 marinheiros desapareceram.
Estes são os números diretos de prejuízos humanos, materiais e financeiros. Mas existem os números indiretos os quais não se contabilizam. Estes são os traumas, tristezas, crises humanitárias, êxodos, é uma sensação incômoda de incertezas que permanece em muitos dos que enfrentaram involuntariamente a força de um inesperado furacão.
Somente em junho de 2005, os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/CPTEC) confirmaram a classificação do fenômeno como furacão, com ventos que atingiram a velocidade de 180Km/h. Os pesquisadores acreditam que o surgimento do furacão Catarina possa estar relacionado a mudanças e anomalias climáticas, devido à verificação do aumento da temperatura da superfície do mar na costa da região sul do Brasil na ocasião, e alertaram sobre a possibilidade do fenômeno se repetir em algum momento no Atlântico Sul.
Diante deste episódio, viu-se a necessidade de se debater publicamente e esclarecer os cidadãos sobre as causas, impactos e formas de enfrentamento dos fenômenos climáticos extremos, os quais, de acordo com todas as previsões, devem intensificar-se no quadro global de aquecimento do Planeta. Organizações não-governamentais e associações de municípios do sul de Santa Catarina realizaram em Araranguá/SC, nos dias 14 e 15 de abril de 2005, o 1o. Encontro da Região Sul sobre fenômenos naturais, adversidades e mudanças climáticas: suas causas, efeitos e necessidades de adaptação, motivados pelo marco de um ano da passagem do Furacão Catarina.
Neste encontro realizado longe dos centros urbanos, na área onde o olho do furacão se fez presente, obteve a participação de mais de 700 pessoas, na maioria cidadãos comuns. Estes tiveram seu espaço para refletir sobre suas condições de vulnerabilidade e se reconhecerem como afetados. Este evento também resultou em Oficinas de adaptação às mudanças climáticas solicitadas pela comunidade e realizadas em demais cidades atingidas pelo furação. Foi o início da conscientização de um problema global e uma oportunidade de reflexão e busca de soluções às questões ambientais locais.
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