Obra: O ENFERMEIRO, adaptada para estilo roteiro
Por: arianylis • 4/4/2020 • Ensaio • 1.886 Palavras (8 Páginas) • 158 Visualizações
O Enfermeiro
Roteiro
Cena 1
Procópio anda pelo ambiente e se senta na poltrona com uma vela em mãos, olha para a câmera como se estivesse com um convidado e se dirige a ele.
_ Parece-lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro?- olha para os papeis que estão em sua mão- Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes de minha morte.- fita a câmera com um olhar sério- Não esperará muito(suspira), pode ser que oito dias se não for menos, estou desenganado...Eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, que possuiu coisas mais interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel- da um pequeno sorriso irônico- E eu só tenho papel, o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se á lamparina de madrugada. Adeus, meu caro senhor, leia isso (entrega os papéis, em direção a câmera para quem estiver gravando) e queira-me bem, perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate a arruda se lhe não cheira a rosas.
Fica de pé e apaga a vela em direção à câmera.
Cena 2
Procópio sentado em uma mesa com livros em sua volta e escrevendo(narrador em on)
Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, tendo eu quarenta e dois anos, fiz me teólogo- quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Então em 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior.
Padre 1 recebendo a carta e a lendo.
Pela carta perguntava se conhecia uma pessoa entediada, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, por um bom ordenado.
Padre 1 anda pelo corredor, vai até Procópio que escrevia e diz sobre a proposta.
_Existe uma ótima oportunidade de emprego como enfermeiro do Coronel em uma vila do interior. O que acha?
_Aceito, já estou farto de copiar essas citações latinas e fórmulas eclesiásticas.(diz se levantando sorrindo para o Padre 1).
*quebra de tempo*
Procópio aparece andando em direção à vila.
Na vila tromba com uma moradora.
_Boa tarde senhora, estou procurando a casa do coronel sabe onde ela fica?
_Está à procura do Coronel?-olha surpresa- Ele é um homem insuportável, exigente, impossível de se aturar, até seus próprios amigos acham isso. Coronel gasta mais com enfermeiros do que com remédios. E sei que a dois dos antigos cuidadores já quebrou a cara- disse meio a um sussurro gritado.
_Sou o novo enfermeiro... Não tenho medo de gente sã, menos ainda de doente.
O vigário me encontrou nesse meio tempo e pelo caminho até a casa do Coronel me confirmou as notícias recebidas.
Padre 2 andando com Procópio.
_Peço-lhe mansidão e caridade.(diz ao Procópio)
O Coronel estava na varanda da casa estirado numa cadeira bufando muito.
Coronel sentado na cadeira com cara de poucos amigos e com seu escravo ao seu lado.
Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada, pôs os olhos em mim (Coronel olha Procópio de cima a baixo e depois sorri maligno) e depois uma espécie de riso maligno aluminou lhe as feições, que eram duras.
Coronel se dirige a Procópio.
_Nenhuns dos enfermeiros que já tive prestaram, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas, dois até eram gatunos! Você é gatuno?
_Não, senhor, eu não tenho esse hábito.
_Qual seu nome?
_Procópio José Gomes Valongo.
_Colombo?
_Valongo.
_Valongo? Isso não é nome de gente, vou te chamar somente de Procópio.
_Se for de seu agrado.
Coronel olha para o Padre 2.
_Ele é o enfermeiro mais simpático que já tive.
Cena 3
A verdade que tivemos uma lua de mel de sete dias. No oitavo dia, entrei na vida de meus antecessores, uma vida de cão, não dormir, não pensar em mais nada, recolher injúrias, e, as vezes, rir delas, com um ar de resignação e conformidade.
Foco no rosto de Procópio que no começo está neutro depois se torna sério com olheiras, e depois ri de maneira irônica.
Algumas cenas do Coronel gritando com o Procópio, atirando coisas no chão passa.
Ele tinha perto de sessenta anos e desde os cinco todos faziam suas vontades. Se fosse só rabugento, mas ele era também mau, deleitava-se com a dor e a humilhação dos outros.
Close no rosto do Coronel sorrindo maldoso.
No fim de três meses estava farto de aturá-lo, determinei ir embora, só esperei o momento certo.
Procópio deitado em sua cama pensando e sorrindo com o resultado.
Não tardou a ocasião.
Procópio estava ajudando o coronel a andar pela sala, porém ele sem querer tropeça, e quando está no chão Coronel o agride com sua bengala/andador. Procópio quando levanta com raiva vai arrumar sua mala, porém o coronel chega no quarto para convence-lo a ficar.
_Não vale a pena se zangar por uma rabugice de velho. Não posso viver muito tempo Procópio, estou na cona. Você há de ir ao meu enterro, não o dispenso por nada. Se não for (acrescenta rindo) eu voltarei de noite para lhe puxar as pernas. Você crê em almas de outro mundo?
_Por que acreditaria?
_E por que é que não há de crer, seu burro? (diz bravo e de olhos arregalados)
Cena 4
Eram assim as pazes, imagine a guerra. Não me bateu novamente nesse tempo, mas as injúrias ficaram as mesmas, se não piores. Eu, com o tempo, fui calejando, e não dava mais por nada.
Close no rosto do Coronel falando:
_Burro, camelo, pedaço d’asno, idiota, moleirão.
Fui até o vigário conversar sobre minha situação, e ele tão somente me respondeu:
_Tente suportar até ele morrer, você ganha bem.
Padre 2 e Procópio conversam em um jardim sobre isso.
_Se for demais para suportar até o fim do mês pode ir embora que consigo um substituto.
Um tempo depois o Coronel teve um acesso de raiva
Coronel ia tomar uma sopa que Procópio lhe deu quando se enfurece
_Está frio!(joga o prato no chão)
O Coronel estava pior e sua saúde também de acordo com a médica que o examinou
Médica examinando o coronel
Chamou um Tabelião para seu testamento, humilhando tanto quanto me humilhava verbalmente.
Tabelião entra em uma sala com o Coronel e depois de um tempo sai de lá aos berros do Coronel.
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