Pena De Morte No Brasil
Exames: Pena De Morte No Brasil. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: wacquant • 2/6/2014 • 5.846 Palavras (24 Páginas) • 554 Visualizações
A Prevenção de Perdas no Varejo: Um Estudo Exploratório sobre Perdas por Furtos e Roubos, Programas de Prevenção e Sistemas de Segurança, em Empresas Varejistas
Autores: Victor Manoel Cunha de Almeida, Aldenir Luiz Ribeiro Soares, Camilo Vieira dos Rios, Mário André do Amaral Prioste e Roberto Braga Duarte Rosa
Resumo:
O presente estudo teve por objetivo constatar o nível de preocupação de empresas varejistas, com a questão das perdas e sua prevenção, procurando identificar como tais empresas percebem e lidam com a existência de furtos e roubos e que tipo de programas de prevenção de perdas e sistemas de segurança têm adotado ou pretendem adotar. O estudo foi realizado através do método de caso, por se tratar de um tema ainda pouco explorado, permitindo, desta forma, levantar hipóteses para futuras pesquisas. Para amostra, foram selecionadas cinco empresas varejistas, com presença em shopping centers, com sede no eixo Rio de Janeiro – São Paulo. Com o propósito de proporcionar uma reflexão adicional, o estudo foi estendido para incluir uma pesquisa observacional em 14 operações varejistas nos EUA, objetivando constatar a presença física de sistemas de segurança nos salões de vendas. Os resultados indicaram que as empresas brasileiras pesquisadas, embora estejam, de alguma forma, sensibilizadas para a questão das perdas, não têm adotado programas formais de prevenção de perdas ou o uso intensivo de sistemas de segurança. Ao contrário, as lojas observadas nos EUA exibem, em quase sua totalidade, uma utilização intensiva de sistemas de segurança, além de possuírem e monitorarem metas em relação ao nível de perdas.
1. INTRODUÇÃO
1.1 Origem e Objetivos do Estudo
O interesse pelo tema surgiu da observação de que as atuais práticas do varejo brasileiro não são adequadas ao novo cenário econômico que se estabelece. O acirramento da concorrência e a conseqüente redução das margens implica em considerar todos os aspectos que influenciam a lucratividade do setor.
Dentro deste cenário, a redução nas margens dos varejistas passou a evidenciar, entre outros aspectos, a importância relativa das perdas no custo total das operações, chegando por vezes a representar, em determinados setores, um percentual em relação às vendas igual ou superior à margem líquida da operação.
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Ao mesmo tempo, a internacionalização do varejo, fenômeno ainda em curso, tem proporcionado a introdução, no cenário varejista nacional, de programas de prevenção de perdas e sistemas de segurança, despertando o empresariado nacional para esta questão e potencializando um alinhamento destas práticas aos padrões internacionais.
A partir destas constatações, decidiu-se investigar se os gestores do varejo nacional teriam consciência da importância das perdas, se estariam implementando programas de prevenção de perdas e instalando sistemas de segurança.
1.2 Importância do Estudo
A NRSS – National Retail Security Survey, pesquisa publicada em 1998 pela University of Florida, relata que no ano de 1995 as perdas no varejo totalizaram 22,7 bilhões de dólares, para uma venda estimada de 1,4 trilhão de dólares, representando, portanto, um percentual médio de 1,87%.
Em pesquisa realizada em 1997 pelo Food Marketing Institute - FMI (1998), com as sessenta maiores empresas associadas, que operam mais de oito mil estabelecimentos nos EUA, foi constatado que um percentual de 0,2% da receita total de vendas destas empresas é investido em programas ou sistemas de prevenção de perdas.
Ainda de acordo com a pesquisa do Food Marketing Institute (1998), as maiores preocupações relativas a perdas são: furtos internos por empregados; furtos em lojas; cheques sem fundos e crimes violentos. De forma consistente, de acordo com a NRSS – National Retail Security Survey (1998), a distribuição de perdas apresenta a seguinte ordem de importância: furtos provocados por empregados; furtos nas lojas; erros administrativos e fraudes de fornecedores ou entregadores.
No Brasil, a única pesquisa disponível sobre o tema da prevenção de perdas, realizada em 1998, pelo GPP – Grupo de Prevenção de Perdas, do PROVAR – Programa de Administração de Varejo da USP, constata que 47,4% das empresas respondentes não possuem processo formal de prevenção de perdas (Brito, 1998). Estes indicadores revelam, por si só, a relevância do tema em estudo, face às exigências crescentes por competitividade no varejo nacional.
2. AS PERDAS NO VAREJO
Perda no varejo pode ser definida, de uma forma ampla, por todos os aspectos que contribuem para que todo produto adquirido, seja por compra de terceiros ou produzido pela própria empresa, uma vez alocado para distribuição ou venda, não gere um retorno financeiro capaz de remunerar todos os custos envolvidos no processo de distribuição.
Em mercados de economia estabilizada, índices anuais de perdas de cerca de 2% são muito bem aceitos na maioria das empresas do varejo. Este nível de perdas, em geral, exige uma administração extremamente severa quanto aos ativos, seja na sua fabricação ou aquisição, estocagem ou finalmente na sua distribuição. Seja qual for o porte, mercado ou segmento do varejo em que uma empresa atue, existe sempre um índice de quebra tido como aceitável, de maneira a não comprometer a lucratividade média esperada pelo setor.
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Baseada em seis anos de vendas no varejo e dados de furtos em lojas, a NRSS - National Retail Security Survey (1998), indicou que não estavam sendo feitos progressos na questão das perdas de inventário. Apesar de se ter observado algumas histórias de sucesso individuais, as perdas vinham apresentado uma progressão acima da taxa média de crescimento das vendas.
De acordo com a pesquisa, as vendas de varejo no mercado americano foram aproximadamente de US$ 1,27 trilhões, em 1990, enquanto o furto em lojas reportado foi de 1,79%, ou US$ 22,7 bilhões. Em 1995, a receita do varejo foi estimada em US$ 1,40 trilhões, com perdas reportadas de US$ 27 bilhões ou 1,87% da receita.
Tabela 1: Índices Gerais de Perdas no Varejo
Ramo de Atividade
Índice de Perdas
Livros e revistas Roupas femininas Drogarias Roupas masculinas Lojas de Departamentos Lojas de Descontos Material esportivo Lojas de Conveniência Supermercados Brinquedos
4,12% 1,97% 1,91% 1,70% 1,60% 1,58%
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