Psicogênese da linguagem escrita
Seminário: Psicogênese da linguagem escrita. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Lays • 19/4/2014 • Seminário • 427 Palavras (2 Páginas) • 482 Visualizações
A psicogênese da língua escrita (1), formulada pelaDra. Emilia FERREIRO e colaboradores, é uma teoria, isto é,um modelo explicativo do real. Uma tentativa de descrever coerentemente o que é comum a todos os processos individuaisde alfabetização. Uma descrição mapeadora do percurso quecada indivíduo faz em seu processo particular de aquisição da base alfabética da escrita. Em sua origem estão duas rupturasde fundamental importância para a compreensão das questõescolocadas pela prática escolar.A primeira ruptura foi no binômio ensino-aprendizagem, considerados como processos distintos e nãonecessariamente articulados. A psicogênese da língua escritamostra que o processo de aprendizagem não é dirigido pelo processo de ensino, como se pensava, e preocupa-se emdescrevê-lo do ponto de vista do aprendiz, deixando claro queas questões relativas ao processo de ensino - apesar dascontribuições da psicologia cognitiva e da psicolingüística -são tarefa da pedagogia.Outro binômio rompido foi o que conhecemos comoassociação fonema-grafema. Mas neste o que se questionavaera não o binômio mas a própria idéia de associação. Atrás
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Publicado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em
Ciclo Básico em Jornada Única: uma nova Concepção de Trabalho Pedagógico
.São Paulo, FDE, 1988.
dessa simples palavra, o que se escondia era a teoria doconhecimento que dava suporte a tudo o que se pensava e sefazia sobre alfabetização. Uma teoria do conhecimento quelevava inevitavelmente à idéia de que aprender a ler eraaprender um código de transcrição da fala, isto é, eraestabelecer associações entre fonemas e grafemas, memorizá-las e, através de mecanismos de análise e síntese, utilizar estasassociações seja para ler, seja para escrever.A esta concepção associacionista, a psicogênese dalíngua escrita contrapôs um suporte teórico construtivista, ondeo conhecimento não aparece como algo que está fora e deve ser consumido, posto para dentro do aprendiz em dosescontroladas, e sim algo a ser produzido, construído peloaprendiz enquanto sujeito e não objeto do processo deaprendizagem. Uma construção que não é linearmentecumulativa pois se trata de um processo de objetivação no qualo sujeito continuamente constrói hipóteses e enfrentacontradições que o obrigam a reformular suas hipóteses. Um processo dialético através do qual ele se apropria da escrita ede si mesmo como usuário-produtor da escrita.A partir destas rupturas, tornou-se possível umadescrição do processo de alfabetização que desnudou afragilidade de vários postulados pedagógicos. De saída tornou-se observável que, ao contrário do que se supunha, avinculação entre escrita e fala não tem nada de óbvio. E,mesmo quando o aprendiz já estabelece a relação entre fala eescrita, a vinculação que se estabelece não é do tipo fonema-grafema.Através da amostra de escrita abaixo, podemos ter umaidéia da diferença que faz para a prática do professor oconhecimento da psicogênese da língua escrit
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