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A História da Qualidade na Indústria Alimentícia

Por:   •  1/4/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  32.008 Palavras (129 Páginas)  •  507 Visualizações

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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE SAPOPEMBA

CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO







ISMAEL CARVALHO ROCHA LIMA

KAUANE SILVA SEVERINO

KENIA SILVA SEVERINO




A HISTÓRIA DA QUALIDADE DA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA












São Paulo
2015


                        

ISMAEL CARVALHO ROCHA LIMA

KAUANE SILVA SEVERINO

KENIA SILVA SEVERINO




A HISTÓRIA DA QUALIDADE DA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA




                                        



[pic 1]

Orientadora: Profª Maíra Oliveira











São Paulo
2015


                                                                        3


        
SUMÁRIO

                RESUMO................................................................ 05

                1.  Introdução .......................................................... 06

                2.  Revisão de literatura .......................................... 07

                2.1.  Qualidade ................................................. 07

                2.2.  Qualidade Alimentar ................................. 07

                2.3.  Indústria Alimentícia .................................. 07

                2.4.  ISO ........................................................... 08

                2.5.  ANVISA .................................................... 08

                2.6.  SGQ .......................................................... 09

                2.7.  ABNT ........................................................ 09

                2.8.  APPCC ..................................................... 10

                2.9.  POP .......................................................... 10

                3.  Desenvolvimento ............................................... 12

                3.1.  Qualidade na Pré-História ......................... 12

                3.1.1.  Período Paleolítico .............................. 12

                3.1.2.  Período Neolítico ................................. 12

                3.1.3.  Idade dos Metais ................................. 13

                3.2.  O  surgimento  da  Indústria  Alimentícia:  Civilizações

                        Antigas ...................................................... 14

                3.2.1.  Os principais condimentos do Egito .... 14

                3.2.2.  Mesopotâmia ....................................... 15

                3.2.3.  Babilônia ............................................. 16

                3.3.  Qualidade na revolução industrial ............. 16

                3.4.  Qualidade na Primeira Guerra Mundial ..... 17

                3.5.  Qualidade na Segunda Guerra Mundial .... 18

                3.6.  O surgimento da industrialização dos Alimentos

                        ................................................................. 19

                3.7.  A  qualidade  como  conhecemos  nos  dias  de  hoje

                        ................................................................. 21

                3.8.  Desperdício de Alimentos no Brasil e no Mundo

                        ................................................................. 22

                3.9.  Garantia da qualidade no Japão ............... 23

                3.10. Sistemas  da  Qualidade:  Globalização  e  Normas  ISO

                        9000.......................................................... 29

                3.11.  A gestão da Qualidade no Brasil .............. 31

                                                                        4


                3.12.  A  garantia  da  Qualidade  nas  Indústrias  do  Brasil

                        ................................................................. 32

                4.  Resultados e Discussões ................................... 34

                5.  Considerações Finais ........................................ 39

                6.  Referencias ........................................................ 40

                                                                        5


                                        RESUMO

        Podemos observar que a qualidade possui papel fundamental na história da

        humanidade.  Nos  dias  de  hoje  está  presente  praticamente  em  tudo  que

        utilizamos e fazemos. Na  indústria Alimentícia  sofreu diversas mudanças para

        alcançar  os  métodos  de  aplicação  atuais,  Joseph  Juran  e  Edwards  Deming

        foram os pioneiros da revolução da qualidade no Japão, essa revolução afetou

        o mundo e transformou a história do Japão para sempre, logo as pesquisas dos

        dois americanos tiveram continuidades com Kaoru Ishikawa e Genichi Taguchi

        que  se  popularizou  no  mundo  inteiro  e  ainda  hoje  ocasiona  mudanças  em

        empresas de todas as áreas de ocupação. Nas indústrias Alimentícias, padrões

        de  qualidade  estão  se  tornando  cada  vez  mais  comuns  para  garantir  a

        satisfação do consumidor e o mínimo de desperdício de insumos, assim como

        melhor  organização  e  bem  estar  dos  funcionários.  No  Brasil,  ainda  existem

        dificuldades  durante  a  aplicação  das  ferramentas  da  qualidade,  mas,  existem

        estimativas que nos próximos anos novas legislações garantirão a aplicação de

        métodos de controle da qualidade em diversificadas áreas.


        
Palavras-Chave: Qualidade, Ferramentas, Indústria, Sistemas e Alimentos.

                                                                                6



        
1.  INTRODUÇÃO


        O  conceito  de  fazer  um  serviço  de  qualidade  já  se  destacava  desde  tempos

        remotos, como se dizia no código de Hamurabi
                                                “Se uma casa mal construída causa

        à morte de um filho do dono da casa, então o filho do construtor será condenado à

        morte” já dava para se notar uma preocupação na qualidade da arquitetura na era

        do  antigo  rei  da  babilônia.  O  significado  que  conhecemos  hoje  em  dia  a  cerca  do

        termo qualidade passou por diversas modificações para chegar ao que conhecemos

        hoje,  mas  certamente  a  palavra  merece  destaque  por  enaltecer  os  padrões  que

        devem ser seguidos pela indústria para alcançar a satisfação de seu consumidor.

        A qualidade sempre esteve presente desde o inicio da humanidade quando o ser

        humano  ao  colher  seus  alimentos,  escolhiam  bem  as  pedras  para  a  criação  de

        ferramentas  a  serem  usadas  no  processo.  A  qualidade  foi  evoluindo  a  partir  da

        evolução  das  relações  sociais  e  econômicas  que  vão  ficando  cada  vez  mais

        complexas.

        Os padrões de qualidade foram evoluindo ao longo tempo desde os gregos com

        suas avançadas técnicas de medição, os romanos com seus sofisticados padrões de

        mapeamento  da  época,  os  egípcios  com  seus  métodos  de  medições  para  a

        construção  das  pirâmides  e  os  renascentistas  usando  essas  técnicas  já

        desenvolvidas em um padrão de qualidade usaram para fazer pinturas, esculturas, e

        também em sua arquitetura, e na China existiam decretos para se tirar do mercado

        produtos considerados de baixa qualidade. Técnicas da qualidade desenvolvidas no

        passado são usadas até os dias de hoje.

        Hoje em dia padrões de qualidade são usados desde a inspeção do produto até

        seu marketing, a qualidade que conhecemos hoje surgiu a partir do século XX. Para

        se  ter  a
                “qualidade” são necessárias legislações que controlem como funcionaria o

        manuseio dos produtos, em toda as etapas do processo produtivo desde: a colheita,

        transporte,  armazenamento  e  distribuição,  portanto  para  se  administrar    essas

        práticas, é necessário um profissional especializado para orientar seus funcionários

        sobre questões de higiene na indústria.

                                                                                7



                
2. REVISÃO DE LITERATURA

        
2.1   Qualidade

        Segundo  a  norma  ISO  nº  8402  Qualidade  é  um  Conjunto  de  propriedades  e

        características  de  um  produto,  processo  ou  serviço  que  lhe  confere  aptidão  para

        satisfazer as exigências  implícitas ou explicitas consistente com as expectativas do

        consumidor.

        Qualidade  é  um  termo  que  surgiu  durante  a  Revolução  Industrial  onde  houve

        grande  aumento  nos  meios  de  produção,  isso  proporcionou  um  aumento

        extraordinário  na  produção  de  produtos  e  criando  grande  concorrência.  Com  o

        passar do tempo qualidade se tornou um termo popular utilizado em quase todas as

        áreas.

        
2.2   Qualidade Alimentar

        É o conjunto de avaliações de aspecto,  cor,  paladar, valor biológico, compostos

        orgânicos  desejáveis  e  compostos  inorgânicos  indesejáveis,  representando  tudo

        aquilo,  que  vale  a  pena  ser  incorporado  em  um  alimento  para  que  o  mesmo

        preencha suas funções alimentares.

        Acredita-se  que  esse  termo  surgiu  Após  a  segunda  guerra  mundial,  onde  a

        preocupação  com  a  qualidade  dos  produtos  (Alimentícios  e  não-Alimentícios)

        apresentou maior crescimento. Atualmente a qualidade alimentar é altamente levada

        em         consideração,         principalmente         em         estabelecimentos         onde         ocorre         a

        comercialização de produtos alimentícios.

        
2.3   Indústria Alimentícia

        A indústria         alimentar ou indústria         alimentícia é         o         conjunto         de

        atividades industriais   que  normalmente  comercializam alimentos ou  ingredientes

        para a preparação dos mesmos.

        Numa definição mais geral, podem considerar-se parte da indústria de alimentos,

        também  a  sua  comercialização  e  armazenagem,  por  exemplo,  através

        dos supermercados ou companhias de  entrega  de  alimentos.  Um  dos  poucos

        aspetos  comuns  a  este  conjunto  de  atividades  é  que,  uma  vez  que  mexem  com

        produtos que podem ter um efeito direto na saúde, elas devem ser realizadas com a

        máxima higiene.

                                                                                8



        O  processamento  alimentício  surgiu  em  épocas  rudimentares,  o  que

        historicamente  se  evidencia  na  busca  do  homem  em  manter  reservas  alimentares

        para  sua  sobrevivência,  mesmo  antes  de  adquirir  o  controle  da  agricultura  e  da

        criação de animais para consumo.

        No  início  do  século  XIX,  com  uma  sociedade  cada  vez  mais  urbana,  uma

        evidente  mudança  se  consolidava,  gerando  uma  transformação  na  sociedade

        praticamente agrária,  em uma sociedade na qual a máquina passava a substituir o

        trabalho  manual.  O  desenvolvimento  inicial  passou  dos  programas  de  vilas  e

        comunidades, para unidades em maiores escalas.

        Como o mundo estava passando por um grande avanço tecnológico e científico,

        acabou  alavancando  o  surgimento  de  alternativas  e  técnicas  para  aumentar  a

        conservação dos alimentos.  O  cientista Nicolas  Appert (1749-1841) foi o primeiro a

        conservar  alimentos  em  latas  hermeticamente  fechadas  após  seu  cozimento  e

        buscou levar isto à escala  industrial. Appert acreditava que a conservação se dava

        apenas porque os recipientes isolavam os produtos do ar, que seria a única fonte de

        contaminação.

        
2.4   ISO (International Organization for Standardization)

        ISO é  a  sigla  de International  Organization  for  Standardization,  ou Organização

        Internacional  para  Padronização,  em  português.  A  ISO  é  uma entidade  de

        padronização e normatização, e foi criada em Genebra, na Suíça, em 1947.

        A  ISO  tem  como  objetivo  principal  aprovar  normas  internacionais  em  todos  os

        campos  técnicos,  como  normas  técnicas,  classificações  de  países,  normas  de

        procedimentos  e  processos,  e  etc.  No  Brasil,  a  ISO  é  representada  pela  ABNT

        (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

        A  ISO  promove  a  normatização  de  empresas  e  produtos,  para  manter  a

        qualidade  permanente.  Suas  normas  mais  conhecidas  são  a  ISO  9000, ISO  9001,

        ISO  14000  e  ISO  14064.  As  ISO  9000  e  9001  são  um  sistema  de  gestão  de

        qualidade  aplicado  em  empresas,  e  ISO  14000  e  ISO  14064  são  um  sistema  de

        gestão da qualidade.


        
2.5   ANVISA

        Criada pela         Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência Nacional de Vigilância

        Sanitária  (Anvisa)  é  uma  autarquia  sob  regime  especial,  ou  seja,  uma  agência

                                                                                9



        reguladora  caracterizada  pela  independência  administrativa,  estabilidade  de  seus

        dirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira.

        A  Agência  tem  como  campo  de  atuação  não  um  setor  específico  da  economia,

        mas todos os setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde

        da  população  brasileira.   Sua
                                competência abrange  tanto  a  regulação  sanitária

        quanto a regulação econômica do mercado.

        Além  da  atribuição  regulatória,  também  é  responsável  pela  coordenação  do

        Sistema  Nacional  de  Vigilância  Sanitária  (SNVS),  de  forma  integrada  com  outros

        órgãos  públicos  relacionados  direta  ou  indiretamente  ao  setor  saúde.  Na  estrutura

        da  administração  pública  federal,  a  Anvisa  encontra-se  vinculada  ao  Ministério  da

        Saúde  e  integra  o  Sistema  Único  de  Saúde  (SUS),  absorvendo  seus  princípios  e

        diretrizes.


        
2.6   SGQ

        Segundo a série de normas ISO 9000, SGQ é um sistema de gestão que permite

        dirigir  e  controlar  uma  organização  no  que  respeita  à  Qualidade. Trata-se  de  um

        conjunto  de  atividades  que,  realizadas  de  forma  integrada,  visa  assegurar  a

        Qualidade  dos  produtos  e  serviços  prestados  por  uma  organização.  Essas

        atividades  incluem  o  estabelecimento  de  procedimentos,  instruções  e  outros

        formulários  para  possibilitar  o  total  gerenciamento  do  negócio  e  também  das

        atividades de suporte à operação da empresa.

        As normas possuem diferentes exigências  quanto aos documentos obrigatórios,

        mas alguns que geralmente são incluídos são: controle de documentos, de registros,

        de auditorias, de produção, assistência técnica e outros.

        
2.7   ABNT

        A  ABNT  é  o  Foro  Nacional  de  Normalização  por  reconhecimento  da  sociedade

        brasileira  desde  a  sua  fundação,  em  28  de  setembro  de  1940,  e  confirmado  pelo

        governo federal por meio de diversos instrumentos legais.

        A  ABNT  é  responsável  pela  publicação  das  Normas  Brasileiras  (ABNT  NBR),

        elaboradas  por  seus Comitês  Brasileiros  (ABNT/CB),  Organismos  de  Normalização

        Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).

        Desde  1950,  a  ABNT  atua  também  na  avaliação  da  conformidade  e  dispõe  de

        programas  para  certificação  de  produtos,  sistemas  e  rotulagem  ambiental.  Esta

                                                                                10



        atividade  está  fundamentada  em  guias  e  princípios  técnicos  internacionalmente

        aceitos  e  alicerçada  em  uma  estrutura  técnica  e  de  auditores  multidisciplinares,

        garantindo credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços prestados.

        Segundo  a  ABNT,  o  estabelecimento  de  normas  a  serem  utilizadas  nas

        produções  acadêmicas  brasileiras  tem  como  principais  objetivos  ordenar  e

        padronizar  os  trabalhos  acadêmicos,  instituindo  uma  linguagem  uniforme.  A  sigla

        ABNT NBR significa Norma Brasileira aprovada pela ABNT.

        
2.8   APPCC  

        A criação do Sistema APPCC, que tem como pré-requisitos as         Boas Práticas de

        Fabricação         e  a Resolução  RDC  nº  275,  de  21  de  outubro  de  2002  sobre

        Procedimentos Padrões de Higiene Operacional         (PPHO).  

        Esses  pré-requisitos  identificam  os  perigos  potenciais  à  segurança  do  alimento

        desde  a  obtenção  das  matérias-primas  até  o  consumo,  estabelecendo  em

        determinadas  etapas  (Pontos  Críticos  de  Controle),  medidas  de  controle  e

        monitorização  que  garantam,  ao  final  do  processo,  a  obtenção  de  um  alimento

        seguro e com qualidade.

        Técnicos  das  Vigilâncias  Sanitárias  estaduais  e  municipais  e  técnicos  em

        empresas  produtoras  de  alimentos  recebem  capacitação  por  meio  de  aulas  e

        seminários  oferecidos  pelo  Senai,  com  o  apoio  da  Anvisa,  e  das  Vigilâncias

        estaduais  e  municipais  através  dos  CGEs  (comitês  gestores  estaduais).  A

        participação nos seminários é gratuita.

        O  Sistema  é  recomendado  por  organismos  internacionais  como  a  OMC

        (Organização  Mundial  do  Comércio),  FAO  (Organização  das  Nações  Unidas  para

        Alimentação  e  Agricultura),  OMS  (Organização  Mundial  de  Saúde)  e  pelo

        MERCOSUL  e  é  exigido  pela  Comunidade  Europeia  e  pelos  Estados  Unidos.  No

        Brasil,  o  Ministério  da  Saúde  e  o  Ministério  da  Agricultura  e  Abastecimento  já  têm

        ações com objetivo de adoção do Sistema APPCC pelas Indústrias Alimentícias.

        
2.9   POP  

        É uma ferramenta muito simples que compõe a área da qualidade, as Instruções

        de Trabalho
                – IT, também, conhecidas como NOP (Norma Operacional Padrão) ou

        POP  (Procedimento  Operacional  Padrão),  têm  uma  grande  importância  dentro  de

        uma  empresa,  o  objetivo  básico  é  o  de  garantir,  mediante  uma  padronização,  os

                                                                                11



        resultados esperados por cada tarefa executada, ou seja, é um roteiro padronizado

        para realizar uma atividade.

        Grande parte das empresas utiliza para as atividades do dia-a-dia, como se fosse

        uma  central  de  perguntas  frequentes  e  também  como  base  para  o  treinamento  de

        novos colaboradores.

        O  POP  apresenta-se  como  base  para  garantir  a  padronização  de  tarefas  e

        assegurar  aos  seus  clientes  um  serviço  ou  produto  livre  de  variações  indesejáveis

        na sua qualidade final.

        Facilita o trabalho de todos que utilizarão esse procedimento no dia a dia, onde

        proporcionará  mais  segurança  aos  funcionários  e  aos  que  utilizarão  esse  serviço

        prestado, sendo que todos ganharão com mais qualidade e economia. O POP deve

        ser de fácil entendimento para que todos possam saber o que, como e quando fazer.

                                                                                12



        
3.  DESENVOLVIMENTO


        
3.1 Qualidade na Pré-História

        Na  pré-história  as  qualidades  que  os  humanos  da  época  seguiam  eram  na

        maioria  das  vezes  feita  com  o  ser  humano  seguindo  seus  próprios  instintos  de

        sobrevivência,  mas  se  tinha  sim  preocupação  com  a  qualidade  do  que  era  feito

        porque  com  o  ser  humano  sendo  desde  sempre  um  ser  social  era  sempre  visto  a

        preocupação com o grupo.

        Como  já  é  de  saber  comum  a  pré-história  é  dividida  em  três  períodos:  o

        Paleolítico ou Período da Pedra Lascada, o Neolítico ou Período da Pedra Polida e a

        Idade dos Metais.

        
3.1.1. Período Paleolítico

        No  período  paleolítico  o  homem  já  foi  capaz  de  criar  simples  ferramentas feitas

        com  pedras,  com  a  vida  em  estado  nômade  os  homens  viviam  se  deslocando

        frequentemente em busca de recursos, vivendo de tempos em tempos em cavernas

        e  outros  lugares  onde  se  facilitava  a  caça,  a  pesca  e  coleta  de  alimentos  já  que

        esses  homens  ainda  não  tinham  desenvolvido  a  agricultura  e  nem  a  criação  de

        animais, mas já demonstrando que os homens desse período já tinham certa noção

        de  qualidade,  já  que  esses  homens  se  dedicavam  somente  à  sobrevivência  com  a

        vida em pequenos grupos era notória a preocupação com o bem estar social.

        A maior revolução do período paleolítico foi à descoberta do fogo que foi usado

        pra iluminação, proteção contra animais e muito mais tarde para cozer argila e fundir

        metais,  foi  então  a  partir  da  descoberta  do  fogo  que  a  qualidade  na  vida  humana

        começou a mudar.

        
3.1.2. Período Neolítico  

        A  partir  do  período  Neolítico  foi  onde  o  Homem  desenvolve  a  agricultura  e  a

        pecuária,  assim  o  homem  teve  que  ter  certo  bom  senso  na  escolha  de  locais

        propícios  a  suas  necessidades  para  bem  estar  e  alimentação  em  seu  período  de

        transição de nômade para sedentário, demonstrando por seus instintos certa noção

        de qualidade.

        No  período  neolítico  a  única  distinção  no  trabalho  da  comunidade  era  a  sexual

        em que os homens cuidavam dos animais, construíam ferramentas e habitações que

        eram casas de barro ou madeira, já as mulheres teciam, cuidavam das plantações e

                                                                                13



        faziam cestos tudo com o ser humano seguindo seu próprio senso de qualidade na

        realização destes trabalhos.

        A maior revolução na qualidade do período neolítico foi a invenção da cerâmica

        que  melhorou  a  alimentação  do  homem  primitivo,  com  potes  feitos  desse  material,

        era possível o armazenamento de alimentos além do possível uso destes potes para

        o  melhor  cozimento  dos  alimentos  ao  fogo  aproveitando-se  melhor  seus  nutrientes

        do que antes em que eram aquecidos ao ar livre. Nos instrumentos que ainda eram

        feitos de pedra ou osso eram se polidos na areia melhorando seu acabamento.
                                                                                “Era

        feita a escolha de uma rocha a ser trabalhada, pois nem todas as rochas se prestam

        ao  lascamento  [...]  os  arenitos  desintegram-se  facilmente  e  alguns  basaltos

        produzem  acidentes  de  lascamento  indesejáveis”  (PALESTRINI,  Luciana.  1980.  p.

        29.).

        
3.1.3. Idade dos Metais

        Com  o  fim  do  período  neolítico  e  o  nascimento  da  idade  dos  metais  o  homem

        começou a derreter ferros como o cobre e outros metais moles para a fabricação de

        seus instrumentos. Foi nesse período que houve o nascimento de civilizações.

        No  desenvolvimento  de  técnicas  para fundir  metais  com  o  primeiro  a  ser  usado

        sendo o cobre que era martelado, posto ao fogo e modelado em armas ou utensílios,

        mas  sendo  um  metal  mole  ainda  não  era  capaz  de  substituir  a  pedra  até  o

        descobrimento  da  liga  de  cobre  com  o  estanho  para  a  obtenção  do  bronze,  metal

        duro o suficiente para a fabricação de armas como lanças e espadas além de outras

        ferramentas e objetos criados para a qualidade de vida da sociedade que estava se

        formando. Foi nesse período que houve a invenção da escrita.

        Com  o  descobrimento  de  ferro  houve-se  também  a  fabricação  de  armas  mais

        fortes  usadas  em  guerras  pela  disputa  de  territórios  férteis  e  riquezas  entre

        civilizações  vizinhas.  Foram  também  criados  canais  de  irrigações  assim  havendo

        aumento na produção agrícola, tendo sobra de alimentos  estes eram usados como

        trocas  surgindo  o  comércio  que  seguido  por  animais,  metais  foram  usados  como

        moeda.

        Como é refletida a qualidade sempre esteve presente na vida do homem desde

        os tempos antigos até os dias de hoje, em que a durante jornada do ser humano na

        terra foram necessárias intervenções sobre a natureza para melhor aproveitamento

        de recursos que o meio ambiente tem para oferecer sendo a qualidade fundamental

                                                                                14



        para  o  desenvolvimento  de  tecnologias  relacionadas  ao  bem  estar  humano  que  ao

        decorrer  do  tempo  foram  se  intensificando  até  o  nascimento  da  indústria  em  que

        padrões de qualidade foram implantados,  mas isso não seria possível se o homem

        não tivesse criado a escrita no fim do período neolítico além de outros métodos que

        a tanto tempo existem, que continuamos usando até os dias de hoje, provando que a

        qualidade  é  fundamental  para  nossa  vida  e  que  a  história  humana  não  se  limita  a

        invenção da escrita.

        
3.2 O surgimento da qualidade Alimentícia: Civilizações antigas

        Os egípcios foram grandes precursores no uso de diversos produtos, tais como a

        cerveja,  o  pão  feito  com  trigo,  o  uso  de  alho,  aipo,  pepinos,  rabanetes,  cebola,

        ervilha,  feijão,  alfaces,  uvas,  figos,  melões,  romãs,  cominho,  salsa,  manjerona,

        coentro,  hortelã,  óleo de  gergelim,  e azeitonas.  E  registros  demonstraram  que eles

        utilizavam o mel como adoçante.

        O  mel  era  muito  usado  pelos  antigos  egípcios,  especialmente  pelos

        sacerdotes, tanto nos rituais e cerimônias como para alimentar animais sagrados.

        Condimentos são outras substâncias que foram utilizadas no Antigo Egito e eram

        acrescentadas  a  um  alimento,  para  emprestar-lhe  sabor,  aroma  ou  realçar  o  seu

        paladar. A utilização dos condimentos é muito variável, ou seja, vão ao encontro dos

        hábitos  e  tradições  das  regiões.    Além  de  utilizadas  na  culinária,  com  fins  de

        tempero  e  de  conservação  de  alimentos,  as  especiarias  ou  condimentos  eram

        utilizados em farmácia, na preparação de óleos, unguentos, cosméticos, incensos e

        medicamentos.

        
3.2.1. Os principais condimentos do Egito antigo

        •Alho;

        •Alho-poró;

        •Alecrim;

        •Anis;

        •Açafrão;

        •Coentro;

        •Cominho;

                                                                                15


        •Gergelim;

        •Orégano;

        •Tomilho;


        Os antigos egípcios também costumavam adicionar ervas medicinais à bebida

        como forma de tratar muitas  doenças.  No  lado  do uso médico  da bebida,  uma  das

        prescrições comuns para dores de estômago era a ingestão de vinho misturado com

        coentro e outros aditivos.

        Como  condimentos,  o  alho  e  o  açafrão  eram  amplamente  utilizados,  sendo  o

        açafrão encontrado em muitas pinturas como oferenda ao Deus Sol (Ra). Os óleos e

        gorduras utilizados para preparar a carne eram bem variados. Extraídos de cabras,

        raízes,  plantas  e  sementes,  eram  utilizados  para  fritar  ou  cozinhar  alimentos  como

        legumes ou carnes.

        Os registros do uso do sal remontam a 5 mil anos. Ele já era usado na Babilônia,

        no Egito, na China e em civilizações pré-colombianas. Nas civilizações mais antigas,

        contudo,  apenas  as  populações  costeiras  tinham  acesso  a  ele.  Mesmo  assim,

        estavam sujeitas a períodos de escassez,  determinados por condições climáticas e

        por períodos de elevação do nível do mar.

        
3.2.2. Mesopotâmia  

        As  principais  fontes  vegetais  de  alimentação  na  Mesopotâmia  eram  o  trigo  e  a

        cevada.  A  conservação  desses  alimentos  era  uma  das  tarefas  de  seu  dia  a  dia.  O

        trigo era colhido, fervido até estar bem cozido, secado ao sol, descascado, triturado,

        e  separado  em  três  frações  granulométricas.  Esta  preparação  básica,  denominada

        bulgur, podia ser armazenada por meses, fornecendo a principal alimentação diária

        das  famílias.  Com  ele,  podiam  ser  preparados  diversos  pratos  diferentes,  durante

        todo  o  ano.    A  farinha  de  trigo  também  era  empregada  para  fabricar  o  pão  não

        fermentado.  A  cevada  servia  para  a  preparação  da  cerveja,  que  era  fabricada  e

        vendida  pelas  mulheres.  Outros  vegetais  também  eram  consumidos,  tais  como

        lentilhas,  grão  de  bico,  feijões,  cebola,  alface,  tâmaras  e  uvas.  A  grande  fonte  de

        proteínas  era  o  peixe.  Mais  de  50  tipos  eram  consumidos,  provenientes  da  pesca

        com redes nos rios Tigre e Eufrates.

        Desde  esta  época  já  se  conheciam  as  técnicas  de  fabricação  de  queijos,

        manteiga  e  iogurte.  A mistura do  leite  e  de seus  derivados  com  o  bulgur  era muito

                                                                                16



        apreciada.  Pratos cozidos com estes ingredientes eram o lebaniye (farinha de trigo

        cozida com leite ou iogurte), a gabula (grãos secos de trigo cozido com manteiga) e

        a  dokwa  (farinha  de  cevada  cozida  com  manteiga  e  carnes  com  ossos).  Os  povos

        antigos  da  Mesopotâmia  foram  os  precursores  no  processamento  do  leite.  Os

        queijos  também  eram  processados  e  armazenados.  O  creme  de  leite  sólido  como

        um queijo era guardado em ânforas enterradas no piso das casas para evitar o forte

        calor, que o deteriorava.

        O  pão  árabe  como  conhecemos  hoje,  redondo,  plano  e  oco,  foi  concebido  no

        Período Babilônico, praticamente não havendo mudanças no processo.

        
3.2.3. Babilônia

        Ao início da Babilônia usavam-se os xaropes de uva ou tâmaras para se adoçar

        as comidas. Estes xaropes eram estáveis e duráveis, podendo ser estocados. Eram

        produzidos a partir da secagem dos sucos ao sol ou através de fervura. Os pepinos

        eram  comidos  inteiros  com  casca,  as  cenouras  raramente  eram  cozidas,  as  folhas

        de  videiras  cozidas  eram  consumidas  e  apreciadas.  Também  eram  apreciadas  as

        sementes  de  melões,  melancias,  margaridas  e  abóboras,  que  eram  lavadas,

        secadas, cozidas com sal e assadas.

        A economia era baseada na agricultura, principalmente no cultivo da cevada. A

        cevada era usada como meio de pagamento de salários e em rações diárias, sendo

        também utilizada como a base para a manufatura de uma bebida natural: a cerveja.

        Outros produtos eram o óleo (de linhaça, de gergelim), linho, trigo e hortigranjeiros.

        Rebanhos  de  ovelhas  e  cabras  pastavam  nos  campos  fora  da  estação.  O  gado

        pastava  quando  havia  água  suficiente.  A  produção  de  lã  era  extensa,  e  convertida

        em  peças  de  tecido.  Somente  o  extremo  sul  da  Mesopotâmia  tinha  economia

        diferente, baseada em tamareiras e na pesca.

        
3.3 Qualidade na Revolução Industrial

        A  Revolução  Industrial  foi  um  fenômeno  internacional,  tendo  acontecido  de

        maneira  gradativa,  a  partir  de  meados  do  século  XVIII.  A  Revolução  Industrial

        provocou mudanças profundas nos meios de produção humanos.

        O crescimento demográfico nas cidades consequentes da mão de obra em larga

        escala das indústrias em tal escala proporcionou uma forte expansão dos mercados

        consumidores  de  bens  manufaturados,  especialmente  vestuários  e  alimentação.  O

                                                                                17



        sistema  de  fábrica  começou  a  dividir  o  comércio  de  artesanato  em  tarefas

        especializadas.

        A  Qualidade  do  sistema  de  fábrica  foi  garantida  através  da  qualificação  dos

        trabalhadores completada por auditorias e / ou inspeções.  Os produtos defeituosos

        ou foram reformulados ou eliminados.

        A revolução industrial inglesa foi precedida por uma revolução agraria.  Desde o

        final  da  Idade  Media  a  agricultura  inglesa  passava  por  profundas  modificações,

        graças  a  substituição  de  produções  em  pequenas  propriedades  voltadas  para  o

        comercio local, por uma produção em larga escala; para atender o mercado externo,

        realizadas em grandes propriedades.

        Durante  o  reinado  de  Elizabeth  l.  o  comercio  de  lã  teve  um  grande

        desenvolvimento.  Para  a  produção  de  lã  era  necessário  aumentar  as  pastagens,

        necessidade suprida pelas leis de cercamentos. Com os  cercamentos os pequenos

        proprietários e camponeses tiveram suas terras usurpadas, sendo expulsos para as

        cidades transformando-se em força de trabalho para a indústria nascente.

        Nem todas as grandes propriedades surgidas com os cercamentos dedicavam-se

        á criação de carneiros, havia aquelas especializadas na produção de alimentos para

        os abastecimentos das cidades, que cresciam cada vez mais.

        Para controlar e obrigar, os expulsos do campo, a aceitarem as duras condições;

        obrigando  esta  camada  a  trabalhar  nas
                                                chamadas  “oficinas  de  caridade”,  que

        abasteciam com mão de obra as manufaturas inglesas.

        
3.4 Qualidade na Primeira Guerra Mundial

        Durant
                e  a  “Primeira  Guerra  Mundial”  (1914-1918),  o  processo  de  fabricação

        tornou-se  mais  robusto  e  foi  marcado  pela  introdução  da  produção  em  massa  e  o

        pagamento  por  peça,  o  qual  criou  problemas  de  qualidade,  visto  que  os

        trabalhadores podiam agora ganhar mais dinheiro,  produzindo itens sobressalentes

        o  que,  por  sua  vez,  levava  a  passagem  de  produtos  defeituosos  para  a  linha  de

        montagem.

        Devido ao desperdício de material e o elevado número de produtos com defeito,

        sendo  produzidos,  os  primeiros  inspetores  de  qualidade,  em  tempo  integral,  foram

        introduzidos  nas  fábricas  modernas  de  produção  em  massa  norte-americanas.

        Criadas  para  evitar  que  produtos  sem  qualidade  saíssem  das  fábricas  e  fosse

        utilizada pelos clientes, a inspeção, com ênfase no sucateamento dos produtos não

                                                                                18



        conformes, deu origem a um raciocínio errôneo: qualidade implicaria custo e, como

        consequência, aumentaria o preço do produto final.

        Com  a  Primeira  Guerra  Mundial,  a  preocupação  com  a  qualidade  dos

        armamentos representava um fator estratégico, tornando-se, por isso, prioridade das

        nações.  Afinal,  a  falta  de  qualidade  refletia-se  na  falta  de  segurança.  Os

        departamentos  de  compras  governamentais  passaram,  então,  a  exigir  que  seus

        fornecedores  tivessem  setores  de  inspeção  desvinculados  da  produção,  de  modo

        que fosse assegurada a liberdade organizacional do controle da qualidade.

        Esses inspetores representam o início real da inspeção de controle de qualidade.

        Essa política, entretanto, não podia ser estabelecida como rotina, pelos altos custos

        provocados com a análise de 100% das peças, que compunham cada equipamento

        ou sistema.

        O  "Controle  Estatístico  da  Qualidade",  baseado  fundamentalmente  na

        probabilidade  dos  eventos,  foi  sendo  aperfeiçoado  gradualmente,  tendo  o  seu

        desenvolvimento e maior aplicação ao longo da "Segunda Guerra Mundial"11 (1939-

        1945).

        
3.5  Qualidade na Segunda Guerra Mundial

        Após  entrar  na  segunda  guerra  mundial  os  Estados  Unidos  colocaram  sua

        economia  em  direção  de  técnicas  de  fabricação  para  equipamentos  militares  de

        melhor  qualidade,  com  isso  os  produtos  eram melhor  inspecionados  para  se poder

        determinar melhor se estavam de acordo com os requisitos.

        Nessa  época  os  produtos  militares  eram  melhor  vistoriados  e  os  que  não

        atendessem  o  padrão  eram  rigorosamente  descartados,  com  isso  a  qualidade  se

        tornou  um  fator  muito  importante  nessa  época.  Com  a  maior  atenção  para

        equipamentos  militares,  nos  exércitos  as  unidades  se  preocupavam  muito  em

        inspecionar  suas  armas,  para  se  ter  a  certeza  de  que  eram  seguras  para  seu  uso,

        com  isso  houve  maior  dificuldade  no  recrutamento  de  profissionais  competentes

        para a inspeção dos equipamentos.

        Para se dinamizar as inspeções dos equipamentos foram criadas praticas que se

        tornaram  padrões  a  serem  seguidos,  substituindo  assim,  as  antigas  formas  de

        inspeção antes usadas. Com auxilio de consultores da indústria muitas práticas que

        se tornavam padrões para a vistoria dos equipamentos foram se tornando tabelas de

        procedência  que  virou  um  padrão  militar,  conhecido  como  105  MIL-STD.  Vários

                                                                                19



        quadros  foram  incorporados  entre  os  contratos  com  os  fornecedores  que  com  isso

        poderiam saber exatamente o que deveriam produzir. O exercito também começou a

        patrocinar  cursos  de  formação  de  controle  estático  de  qualidade,  com  isso  era

        possível  ver  que  as  forças  armadas  estavam  em  busca  de  bons  profissionais  que

        pudessem asseguram melhores produtos nas mãos dos militares.



        
Exemplo do padrão 105 MIL-STD



















                                Fonte: Google Imagens, 2015.

        
3.6 O surgimento da Industrialização dos Alimentos

        No  século  XX,  o  processo  de  industrialização  atraiu  a  população  da  área  rural

        para as cidades, enquanto o grande proprietário rural passou a investir na tecnologia

        de produção agrícola. A agricultura teve como fonte principal do progresso técnico a

        mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela

        monocultura,  ou  seja,  uma  área  de  cultivo  muito  grande  com  uma  mesma  espécie

        (ex.: soja ou algodão).

        Nos  anos  1960,  iniciou-se  a  industrialização  dos  alimentos  com  o

        desenvolvimento  da  agricultura  mecanizada.  Isso  abriu  uma  perspectiva  mais

        produtiva  e  mais  lucrativa  para  os  grandes  produtores:  produzir  muito  com  baixos

                                                                                20



        custos  de  mão-de-obra.  Já  naquela  época,  percebeu-se  que  quando  se  plantava

        uma  monocultura  perdia-se  parte  da  colheita  por  doenças  nas  plantas.  Então,  as

        empresas  de  pesquisas  concentraram-se  em  aumentar  a  produtividade  por  área,

        criando sementes mais resistentes e usando produtos químicos como fertilizantes de

        solo e defensivos para o combate de infestações de pragas.

        Iniciou-se,  desde  então,  a  modernização  da  agricultura,  conhecida  como  a

        Revolução  Verde,  que  seria  a  solução  para  o  problema  da  fome  do  mundo,  de

        acordo com a divulgação de jornais, revistas, rádio e televisão.

        A  expressão  Revolução  Verde  foi  criada  em  1966,  em  uma  conferência  em

        Washington.  Porém,  o  processo  de  modernização  agrícola  que  desencadeou  a

        Revolução Verde ocorreu no final da década de 1940.

        Esse programa surgiu com o propósito de aumentar a produção agrícola através

        do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e utilização de

        máquinas  no  campo  que  aumentassem  a  produtividade.  Isso  se  daria  através  do

        desenvolvimento de sementes adequadas para tipos específicos de solos e climas,

        adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de máquinas.

        As  sementes  modificadas  e  desenvolvidas  nos  laboratórios  possuem  alta

        resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de

        agrotóxicos,         fertilizantes,         implementos         agrícolas         e         máquinas,         aumenta

        significativamente a produção agrícola.

        Esse  programa  foi  financiado  pelo  grupo  Rockefeller,  sediado  em  Nova  Iorque.

        Utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar

        com  a  fome  no  mundo,  o  grupo  Rockefeller  expandiu  seu  mercado  consumidor,

        fortalecendo  a  corporação  com  vendas  de  verdadeiros  pacotes  de  insumos

        agrícolas.  O  grupo  patrocinou  projetos  em  determinados  países  criteriosamente

        selecionados, as nações escolhidas foram: México, Filipinas, Estados Unidos, e, em

        menores proporções, o Brasil.

        Pouco  depois  se  constatou  um  aumento  extraordinário  na  produção  de

        alimentos. No México, as experiências iniciais e mais significativas foram realizadas

        com  o  trigo,  que  em  sete  anos  quadruplicou  sua  produção.  Nas  Filipinas,  as

        pesquisas  foram  realizadas  com  o  arroz,  o  resultado  foi  satisfatório,  havendo  um

        grande aumento na produção e colheita.

                                                                                21



        Porém, a fome no mundo não reduziu, pois a produção dos alimentos nos países

        em  desenvolvimento  é  destinada,  principalmente,  a  países  ricos  industrializados,

        como Estados Unidos, Japão e Países da União Europeia.

        O  processo  de  modernização  no  campo  alterou  a  estrutura  agrária.  Pequenos

        produtores  que  não  conseguiram  se  adaptar  às  novas  técnicas  de  produção,  não

        atingiram produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e

        se  endividaram  com  empréstimos  bancários  solicitados  para  a  mecanização  das

        atividades,  tendo  como  única  forma  de  pagamento  a  venda  da  propriedade  para

        outros produtores.

        A  Revolução  Verde  proporcionou  tecnologias  que  atingem  maior  eficiência  na

        produção  agrícola,  entretanto,  vários  problemas  sociais  não  foram  solucionados,

        como  é  o  caso  da  fome  mundial,  além  da  expulsão  do  pequeno  produtor  de  sua

        propriedade.

        
3.7 A Qualidade como conhecemos nos dias de hoje

        Em  um  passado  recente  os  programas  de  qualidade  eram  focados  em  funções

        específicas  o  que  muitas  vezes  resultavam em um maior  gasto  nesses  programas.

        Atualmente  a  busca  pela  qualidade  vem  a  dinamizar  os  processos  tentando  cada

        vez  mais  evitar  os  problemas  de  produção  para  assim  poder  haver  uma  melhor

        organização na produção conseguindo uma boa satisfação dos clientes, reduzindo o

        tempo de duração dos ciclos e tarefas, aumentando a produtividade e diminuindo os

        custos.

        A  técnica  do  Just  in  Time  que  busca  a  produção  daquilo  necessário  durante  o

        tempo  necessário  para  eliminação  dos  estoques  é  um  exemplo  do  que  se  tenta

        buscar  em  qualidade  atualmente,  mas  técnicas  como  essa  exige  simplificações  de

        processos grande flexibilidade e uma relação diferenciada com os fornecedores, que

        passam a serem parceiros estratégicos para assim a qualidade e a logística estarem

        no  mesmo  rumo.  Conceitos  de  que  melhoria  é  continua  e  deve  sempre  ser

        procurada é uma pratica hoje essencial para a concorrência mundial.

        A qualidade começa a ser vista como foco ampliado, tendo em vista o que seria a

        perspectiva  do  consumidor  e  recolhendo  sua  avaliação  do  produto  através  de

        pesquisas  de  mercado,  e  também  sendo  observados  pontos  chave  como  o  motivo

        de  se  comprar  o  produto,  a  facilidade  de  se  encontrar  na  prateleira  do

        supermercado, armazenamento e cuidados, o transporte assim como usos reusos e

                                                                                22



        descartes, assim como a preocupação com a embalagem, problemas ambientais, e

        a responsabilidade social da empresa com o consumidor final, com isso as praticas

        de qualidade hoje estão cada vez mais complexas conforme se aproxima com a vida

        e com o consumidor fora da indústria.

        A qualidade hoje então se direciona em busca de um gerenciamento estratégico,

        portanto  a  empresa  deve  por  os  seus  olhos  e  mentes  em  direção  a  conhecer  o

        mercado em si, de tal modo que se possam usar suas próprias estratégias para que

        se  possa  concorrer  nesse  mercado.  A  qualidade  atual  não  somente  se  ocupa  em

        satisfazer as necessidades do consumidor, mas sim em entender o mercado como

        um todo.

        
3.8         Desperdício de Alimentos no Brasil e no Mundo

        Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

        (FAO)  em  2013  um  terço  dos  alimentos  produzidos  ao  redor  do  mundo  é

        desperdiçado a cada ano juntamente com os meios de produção usados para o para

        a  cultivação  destes  alimentos  como  mão  de  obra,  água  e  produtos  químicos

        envolvidos  em  sua produção e  descarte.  No  relatório  da  FAO  de  2013,  é  visto  que

        805  milhões  de  pessoas,  ou  seja,  um  em  cada  nove  pessoas  sofre  de  fome  no

        mundo.

        Outra  informação  preocupante  divulgado  pela  FAO  é  a  de  que  70%  da  água

        disponível  no  mundo  é  destinada  a  agricultura  e  que  250  quilômetros  cúbicos  de

        água  é  desperdiçado  no  processo.  Ainda  segundo  o  relatório  da  FAO  2013,  1,3

        bilhões de toneladas de alimentos são jogadas fora por ano no mundo.

        De acordo com dados divulgados pela FAO 1,7% da população brasileira passa

        por problemas de insegurança alimentar o que representa 3,4 milhões de brasileiros,

        sendo que só no Brasil 26,3 milhões de toneladas de alimentos têm como destino o

        lixo por excesso de produção.

        Em  um  relatório  do  instituto  Akatu  é  visto  que  cada  brasileiro  gera  em  torno  de

        um quilo de lixo por dia. Cerca de 58% desse total é representado por lixo orgânico,

        formado de restos de alimentos.

        No  Brasil  a  cadeia  de  desperdício  está  espalhada  em  10%  no  campo,  50%

        manuseio e transporte,  30% comercialização e abastecimento e 10% dividido entre

        os  supermercados  e  o  consumidor  final  segundo  dados  da  Empresa  Brasileira  de

        Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)

                                                                                23



        
3.9  Garantia da Qualidade no Japão

        A  partir  do  esforço  de  reconstrução  do  pós-guerra,  a  indústria  japonesa

        surpreende o ocidente, ganhando liderança em diversos setores, fortemente ligados

        à qualidade, que se torna estratégia nacional de sobrevivência e competitividade.

        Enquanto  que  antes  da  II  -  Guerra  predominava  a  visão  de  que  os  produtos

        japoneses  eram  baratos  e  ruins.  Juran  e  Deming  foram  os  dois  pioneiros  do

        movimento  da  qualidade.  Os  japoneses  os  consideram  inspiradores  do  milagre

        industrial  japonês  iniciado  na  década  de  50.  O  qual  foi  à  base  de  uma  grande

        revolução da qualidade que afetou a indústria nacional e posteriormente o mundo.

        Nos Estados Unidos Philip Crosby deu uma preciosa ajuda com a teoria de zero

        defeitos  Nos  Estados  Unidos  Philip  Crosby  foi  o  grande  impulsionador  do  conceito

        total  de  qualidade.  Do  lado  japonês  Kaoru  Ishikawa  e  Genichi  Taguchi  são  dois

        nomes  sonantes.  Ishikawa  foi  o  primeiro  e  deu  continuidade  aos  ensinamentos  de

        Deming  e  Juran  e  criou  as  sete  famosas  ferramentas  do  controle  estatístico  da

        qualidade. Foi também o grande inspirador dos círculos de qualidade

        Taguchi  prestou  um  forte  impulso  à  promoção  do  design  industrial,  que

        marcou a segunda fase do movimento da qualidade no Japão após a primeira fase

        baseada no controle estatístico.

        A  partir  da  década  de  60  o  Japão  passa  a  ser  modelo  em  gerenciamento  da

        qualidade.


        Surge  no  Japão  alguns  autores  de  impotência  que  propõem  distinções  do

        enfoque  ocidental,  e  batizam-no  de  Controle  de  Qualidade  por  Toda  a  Empresa

        (CWQC,  sigla  do  inglês:  Company  Wide  Quality  Control,  também  conhecido  no

        Brasil  por  CQAE  -  Controle  de  Qualidade  Amplo  Empresarial).  Observa-se  que  no

        Japão  utilizam-se  como  sinônimos  as  siglas  CWQC  e  TQC  -  ISHIKAWA  (1986).

        Também  existiram  outras  pessoas  importantes  no  historia  da  qualidade  como

        Masaaki  Imai  (criador  da  filosofia  Kaizen,  que  significa  melhoria  contínua);  James

        Harrington  (cujos  passos  para  a  melhoria  contínua  ficaram  célebres);  Richard

        Schonberger (que fez a transição de técnicas japonesas como o just-in-time para o

        mundo ocidental); e, por fim, Blanton Godfrey (o atual presidente do Juran Institute).

                                                                                24



        Podem-se citar como importante marcos deste desenvolvimento:


                ∙          Criação em 1946 da JUSE (Japanese Union of Scientist and Engineers), entidade

                que  se  torna  o  centro  de  difusão  das  atividades  de  controle  da  qualidade  no

                Japão.


                ∙          As visitas ao Japão de Deming, em 1950 e Juran, em 1954, a convite da JUSE,

                que  proferiram  palestras  à  alta  administração  das  empresas  sobre  controle

                estatístico da qualidade e gerenciamento da qualidade, tendo grande impacto;


                ∙          A  difusão  em  massa  dos  conceitos  da  qualidade,  através  de  séries  de  rádio

                (1956 e 1962), televisão (1959) e textos vendidos em bancas de jornais;


        A  criação  dos  CCQs  (Círculo  de  Controle  da  Qualidade),  que  são  conceituados

        segundo publicação da JUSE em 1970 apud. TOLEDO (1982), como: "Um pequeno

        grupo de trabalhadores, de uma mesma área, formado para desempenhar atividades

        de  controle  da  qualidade.  Este  grupo  procura  continuamente  o  desenvolver  suas

        habilidades e resolver os problemas relativos a qualidade no seu local de trabalho,

        através do uso de técnicas de CQ (controle da qualidade) e da participação de todos

        os membros."  teve como importante instrumento de divulgação, a revista Gemba-to-

        QC (Controle da Qualidade para encarregados), lançada em 1962.


        A  partir  da  década  de  60  tem  grande  difusão  entre  as  empresas  japonesas  o

        CWQC,  cujas  principais  características  são  resumidas  por  Ishikawa  apud.  PICCHI

        (1993), em seis itens:


        TQC na empresa inteira com participação dos empregados;


                ∙          Ênfase no ensino e no treinamento;


                ∙          Atividades dos Círculos de Controle da Qualidade (CCQ);


                ∙          Auditorias de TQC, exemplificada pela auditoria do Prêmio Deming e pela

                auditoria do Presidente;

                                                                                25




                ∙          Aplicação de métodos estatísticos;


                ∙          Promoção do TQC para a nação inteira.  

                ∙          JURAN  (1990)  enfatiza  quatro  estratégias  como  fundamentais  na

                revolução japonesa da qualidade: duas já citadas (o treinamento em todos

                os  níveis  e  a  participação  dos  trabalhadores  através  do  CCQ),  sendo  as

                demais:


                ∙          Participação  dos  gerentes  de  alto  nível,  liderando  pessoalmente  a

                revolução;


                ∙          Empreendimento do aperfeiçoamento da qualidade como um processo de

                evolução continua ("Kaizen").


        O  entendimento  do  CWQC  se  completa  com  mais  alguns  elementos,

        destacando-se:


                ∙          O  envolvimento  dos  fornecedores  no  processo  de  Qualidade  Total  -

                KOGURE (1978) apud. PICCHI (1993);


                ∙          A  adoção  de  sistemas  de  produção  Just-in-time,  filosofia  de

                gerenciamento  integrada  da  produção,  de  altíssima  produtividade  e

                flexibilidade,  cujo  princípio  básico  é  a  alocação  de  recursos  financeiros,

                materiais,  equipamentos  e  de  mão-de-obra  somente  na  quantidade

                necessária  e  no  tempo  requerido  para  o  trabalho  em  combinação  com  o

                TQC - PICCHI (1993);


                ∙          Garantia  da  qualidade  centrada  no  desenvolvimento  de  novos  produtos  -

                ISHIKAWA (1986).


        Segundo  PICCHI  (1993),  observa-se  que:  O  conceito  de  garantia  da  qualidade

        dos japoneses é diferente do conceito ocidental, estando centrado no cliente, e  não

                                                                                26



        na  demonstração.  A  norma  JIS  Z  8101,  da  JAPANESE  STANDAR  ASSOCIATION

        (1981)  define  como:  "as  atividades  sistemáticas  cumpridas  por  um  produto  para

        garantir  que  a  qualidade  requerida  pelo  consumidor  é  completamente  satisfeita".

        ISHIKAWA (1986) define garantia da qualidade como: "oferecimento da garantia de

        modo que o consumidor possa tranquilamente adquirir, utilizar e manter a satisfação

        de  uso  por  um  longo  período".    Segundo  este  autor,  a  garantia  da  qualidade  no

        Japão  passou por  três  estágios:  a)  garantia da  qualidade;  b)  garantia  da  qualidade

        centrada  no  controle  do  processo;  c)  garantia  da  qualidade  centrada  no

        desenvolvimento  de  novos  produtos  (incorporação  da  qualidade  no  projeto  e  no

        processo).


                CWQC

                Controle da Qualidade por toda a Empresa

                -  Gerentes  de  alto  nível  liderando  pessoalmente  a  revolução  da

                Qualidade

                - Controle da Qualidade Total na empresa inteira com participação dos

                empregados

                - Ênfase na educação e treinamento

                - Círculo de Controle da Qualidade
                                                – CCQ

                - Métodos Estatísticos

                - Aperfeiçoamento contínuo da Qualidade - "Kaizen"-

                - Envolvimento dos fornecedores no processo de Qualidade Total

                - Sistema de produção Just-in-time

                -  Garantia  da  Qualidade  centrada  no  desenvolvimento  de  novos

                produtos

                -  Incentivo  através  de  prémios  e  auditorias  da  Qualidade  (ex.  prêmio

                Deming e a Auditoria do Presidente)



        A  comparação  entre  os  enfoques  japonês  e  ocidental  passam  a  despertarem

        grande  interesse  das  empresas  ocidentais,  que  buscam  uma  resposta  ao  enorme

        avanço da indústria do Japão.  Um dos indicadores é o grande interesse que surge

        na  década  de  80  sobre  as  ideias  de  Deming,  que  em  1950  levara  os  conceitos  de

                                                                                27



        controle  estatísticos  da  qualidade  para  o  Japão,  e  que  permaneceram  um  grande

        período sem repercussão considerável, em seu próprio país, os Estados Unidos.

        Na década de 70 e principalmente na década de 80, várias empresas ocidentais

        buscam  adaptar  os  conceitos,  métodos  e  técnicas  japonesas  de  gerenciamento  da

        qualidade.  A  experiência  destas  empresas  proporciona  um  referencial  e  um

        "feedback"  ao  estilo  ocidental,  através  de  um  conjunto  de  "lições  aprendidas",  das

        quais JURAN; GRYNA (1991) destacam:


        ∙          Gerenciamento da qualidade por toda a empresa;

        ∙          Participação da alta gerência;

        ∙          a trilogia da qualidade; planejamento, controle e melhoria;

        ∙          Consumidores internos;

        ∙          O  grande "Q"    (  gerenciamento  da  qualidade  estendido a  todos os  produtos  e

        processos,  inclusive  os  administrativos),  ao  em  vez  do  pequeno  "q"(  limitado  a

        processos industriais);

        ∙          Melhoria continua da qualidade;

        ∙          Planejamento da qualidade;

        ∙          Controle da qualidade (com ênfase na prevenção).

        
3.10         Sistemas de Qualidade: Globalização e as Normas ISO 9000

        Na gestão de qualidade, a ISO 9000 é um conjunto de normas que podem ser

        aplicadas  em  diversos  tipos  de  organização:  indústrias,  empresas,  instituições  e

        afins  e  se  referem  apenas  a  qualidade  dos  processos  da  organização  e  não  dos

        produtos  ou  serviços.  Esse  grupo  de  normas  descreve  regras  relacionadas  a

        implantação,  desenvolvimento,  avaliação  e  continuidade  do  Sistema  de  Gestão  da

        Qualidade.  Elas  se  tornaram  oficiais  a  partir  do  ano  de  1987,  baseada  em  normas

        britânicas e desde então vem sofrendo revisões.

        Empresas  que  aplicam  as  normas  ISO  9000  tem  uma  vantagem  adicional,  pois

        tem maior credibilidade frente aos seus clientes e concorrentes.

        O  significado  da  sigla  ISO  é  Organização  Internacional  para  Normalização

        (International  Organization  for  Standardization  )  localizada  em  Genebra,  Suíça.  A

        sigla ISO é uma referência à palavra grega ISO, que significa igualdade.

        O  propósito  da  ISO  é  desenvolver  e  promover  normas  e  padrões  mundiais  que

        traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma a facilitar o comércio

        internacional. A ISO tem 130 países membros..

                                                                                28



        A  ISO  trabalha  com  180  comitês  técnicos  (TC)  e  centenas  de  subcomitês  e

        grupos de trabalho.

        A ISO 9000 é uma série de 4 normas internacionais para "Gestão da Qualidade"

        e  "Garantia  da  Qualidade".  Ela  não  é  destinada  a  um  "produto"  nem  para  alguma

        indústria  específica.  Tem  como  objetivo  orientar  a  implantação  de  sistemas  de

        qualidade nas organizações.

        As  regras  e  os  padrões  da  Gestão  da  Qualidade  e  Garantia  da  Qualidade  são

        complementares  aos  padrões  do  produto,  e  são  implantados  para  melhorar  a  sua

        qualidade, com impacto na funcionalidade do Sistema da Qualidade.

        A série é composta das seguintes normas:

        • A NBR ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade

        e estabelece a terminologia para estes sistemas.

        • A NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade,

        onde  uma  organização  precisa  demonstrar  sua  capacidade  para  fornecer

        produtos  que  atendam  os  requisitos  do  cliente  e  os  requisitos  regulamentares

        aplicáveis e objetivos para aumentarem a satisfação do cliente.

        • A  NBR  ISO  9004  fornece  diretrizes  que  consideram  tanto  a  eficácia  como  a

        eficiência do sistema de gestão da qualidade. O objetivo desta norma é melhorar

        o  desempenho  da  organização  e  a  satisfação  dos  clientes  e  das  outras  partes

        interessadas.

        Para fins didáticos.

        • A  ISO  19011  fornece  diretrizes  sobre  auditoria  de  sistemas  de  gestão  da

        qualidade  e  ambiental.  Juntas  elas  formam  um  conjunto  coerente  de  normas

        sobre  sistema  de  gestão  da  qualidade,  facilitando  a  compreensão  mútua  no

        comércio nacional e internacional.

        A  série  ISO  9000  foi  adotada  no  Brasil,  palavra  por  palavra  pela  ABNT  com  o

        nome de NBR 9000.

        As  normas  ISO  foram  desenvolvidas  pelo  comitê  técnico  TC-176  da  ISO  no

        período  de  1980  a  1987.  No  Brasil  elas  foram  desenvolvidas  (traduzidas)  pelo

        Comitê Técnico  Brasileiro.  Elas  são  revisadas  a  cada  5  anos.  Já foi  realizada a

                                                                                29



        primeira  revisão  em  julho  de  1994.  Sendo  que  a  ultima  atualização  foi  em

        setembro de 2015.

        Acredita-se que a política de comércio tende para o processo de Certificação

        de  Sistemas  da  Qualidade.  A  Certificação  de  Sistemas  da  Qualidade  será

        fundamental para negociar produtos e serviços a nível mundial

        Mais de 270.000 organizações já foram certificadas no mundo e pelo menos 130

        países  já  adotaram  as  normas  ISO  9000.  O  Brasil  conta  com  cerca  de  6.000

        organizações certificadas (dados de dez/99).

        As  organizações  já  certificadas  estão  exigindo  dos  seus  fornecedores  e

        prestadores  de  serviços  a  implantação  de  sistemas  de  qualidade  na  linha  da  ISO

        9000. Portanto para vender para essas 6000 organizações brasileiras é fundamental

        implantar sistema de qualidade de acordo com as normas da série ISO 9000.

        Ao  obter  o  certificado  da  ISO  significa  que  o  Sistema  de  Qualidade  da

        Organização  da  empresa  foi  avaliado  por  uma  entidade  independente  reconhecida

        por  um  organismo  nacional  de  acreditação,  e  considerado  de  acordo  com  os

        requisitos da norma ISO 9001.

        O  certificado  tem  validade  de  três  anos.  Após  esse  prazo  ele  precisa  ser

        renovado. Além disso, a cada seis meses o sistema é auditado para verificar se ele

        continua a atender aos requisitos da norma. O certificado poderá não ser revalidado

        se a organização deixar de cumprir os requisitos.

        Os requisitos da ISO 9001 foram agrupados os em quatro grandes grupos:

        • Responsabilidade da Direção

        • Gerenciamento de recursos

        • Realização do Produto

        • Medição, análise, e melhoria contínua de desempenho.


        As etapas necessárias para a certificação são:

        1. Comprometimento  da  Direção  É  fundamental  o  comprometimento  da  direção

        da organização. Além dos benefícios e vantagens, a Diretoria deve estar consciente

        das dificuldades da implantação e do investimento necessário ( tempo das pessoas,

        recursos financeiros para consultoria, treinamento e certificação ).

                                                                                30



        2. Seleção  e  designação  formal  de  um  coordenador.  O  coordenador  tem  um

        papel  importante  no  processo.  Além  de  conhecimentos  específicos  de  qualidade,

        deve Ter características que facilitarão o trabalho como: facilidade de comunicação,

        acesso fácil aos membros da organização, conhecimento da instituição, etc.

        3. Formação  do  Comitê  Coordenador  O  Comitê  é  normalmente  formado  pela

        Diretoria,  pelos  Gerentes  ou  Chefes  e  pelo  Coordenador  da  Qualidade.  Tem  como

        responsabilidade  a  realização  da  análise  crítica  periódica  do  sistema  de  qualidade

        implantado.

        4. Treinamento. Implantar um processo de qualidade significa mudar a forma de

        atuação  das  pessoas.  Isso  só  é  conseguido  através  de  um  plano  de  treinamento

        adequado.

        5. Elaboração  e  divulgação  da  política  da  qualidade.  A  Política  da  Qualidade

        expressa  o  comprometimento  da  organização  com  o  processo  de  qualidade.  A

        Política é elaborada pelos membros do Comitê.

        6. Palestra  sobre  qualidade  para  todos  os  funcionários.  É  necessário  obter  a

        adesão  de  todos  os  funcionários.  Para  isso  eles  precisam  ser  informados  sobre  o

        processo que está em andamento e receber os conceitos básicos da qualidade.

        7. Divulgação  constante  do  assunto  qualidade.  É  preciso  introduzir  o  assunto

        Qualidade  na  cultura  da  organização.  Por  isso  a  necessidade  de  uma  divulgação

        constante do assunto.

        8. Estudo  de  cada  um  dos  requisitos  da  norma  e  realização  do  diagnóstico  da

        organização em relação ao requisito. A ISO 9002, a mais adequada para indústrias,

        tem  19  requisitos.  É  necessário  estudá-los,  interpretá-los  e  adaptá-los  às

        necessidades da organização.

        9. Plano  de  trabalho  para  implantação  de  cada  requisito.  Para  atender  aos

        requisitos  da  norma  ISO  9002  é  necessário  uma  série  de  ações.  Essas  ações

        envolvem recursos e tempo. Por isso é necessário um plano de trabalho formal para

        permitir o acompanhamento da implantação.

        10. Formação  de  grupos  de  trabalho  com  a  participação  dos  funcionários  para

        elaborar  as  instruções  de  trabalho.  A  participação  dos  funcionários  é  fundamental

        para que o processo implantado reflita a realidade e possa ser mantido no futuro. É

        necessário obter o seu comprometimento para que a documentação gerada seja de

        fato utilizada.

                                                                                31



        11. Elaboração  do  manual  da  qualidade.  O  Manual  é  um  documento  que

        descreve  o  sistema  implantado.  É  muito  utilizado  nas auditorias e  é  uma exigência

        da Norma.

        12. Treinamento  dos  funcionários  na  documentação  da  qualidade.  Uma  vez

        elaborados  os  procedimentos  e  instruções  de  trabalho,  é  necessário  que  todos  os

        funcionários sejam treinados a fim de que todas as operações sejam executadas da

        mesma maneira, assegurando a sua qualidade.

        13. Formação  dos  auditores  internos  da  qualidade.  Para  a  manutenção  do

        sistema  implantado  é  necessário  um  plano  de  auditorias  internas.  Para  isso

        precisamos formar os auditores internos.

        14. Realização das auditorias internas. As auditorias indicarão pontos do sistema

        que não estão sendo seguido e, portanto, precisam ser melhorados.

        15. Implantação das ações corretivas para as não conformidades. São as ações

        corretivas  que  vão  introduzir  as  melhorias  no  sistema.  Sua  correta  implantação  vai

        melhorar  os  indicadores  da  organização.  É  o  tópico  que  assegura  o  retorno  do

        investimento feito através da redução do re-trabalho.

        16. Seleção  da  entidade  certificadora.  Para  escolher  a  entidade  certificadora  é

        necessário identificar a expectativa dos clientes.

        17. Realização  da  pré-auditoria.  Trata-se  de  uma  avaliação  simulada.  Tem  sido

        utilizada pela maioria das organizaçãos, com resultados positivos.

        18. Realização  da  auditoria  de  certificação.  Nesta  auditoria  as  práticas  são

        comparadas com os padrões estabelecidos na documentação.

        Quando  uma  empresa  utiliza  as  normas  ISO  9000  ela  apresenta  uma

        certificação,  isso  garante  solidez,  responsabilidade,  credibilidade  e  facilidade  nas

        relações  comerciais.  Além  disso,  os  usuários  dos  produtos  ou  serviços  dessa

        empresa  podem  ter  maior  segurança  ao  consumirem  ou  utilizarem.  A  empresa  se

        torna  também  sustentável,  pois  ela  toma  medidas  que  não  agridem  o  meio

        ambiente.  Outro  ponto  é  que  os  custos  reduzem  e  consequentemente  há  uma

        melhora nos processos produtivos e também os empregados começam.

        
3.11         A Gestão da qualidade no Brasil

        No Brasil a gestão da qualidade surgiu nos anos 80, ganhando força nos anos 90

        na  medida  em  que  os  clientes  vão  ficando  cada  vez  mais  exigentes,  o  foco  não  ia

        mais  sendo  no  produto  em  si,  mas  na  preocupação  que  a  empresa  tinha  em

        padronizar  os  processos  de fabricação,  para  poder  assim  diminuir os  desperdícios,

                                                                                32



        qualificar  seus  profissionais.  Para  poder  chegar  ao  resultado  esperado  era

        necessário o uso de ferramentas da qualidade já usadas internacionalmente, como à

        prática  de  Brainstorming  antes  de  desenvolver  um  produto,  utilizar  o  gráfico  de

        Pareto,  o  diagrama  de  causa  e  efeito,  os  5s,  enfim,  usando  como  práticas

        recorrentes na indústria nacional.

        Conforme o gerenciamento da qualidade foi se expandindo houve a necessidade

        do  aumento  do  uso  das  ferramentas,  programas  e  métodos  da  qualidade.  Foram

        então  divididas  as  ações  operacionais  para  qualidade  em  três  grandes  campos:

        ferramentas e técnicas para a melhoria dos processos da qualidade, confiabilidade e

        análise  das  falhas  para  a  melhoria  do  produto  e  programas  e  métodos  para  a

        melhoria da qualidade do mesmo.

        Uma forma de qual se tem a ideia de que a qualidade no Brasil está sendo cada

        vez  mais  expandida,  é  através  de  pesquisas  em  que  muitas  empresas  fazem

        regularmente  para  garantir  que  os  programas  aplicados  estão  sendo  satisfatórios,

        tanto  para  os  consumidores  quanto  para  a  empresa.  Resultados  de  uma  pesquisa

        realizada no Brasil em 1995 sobre a criação e ampliação de programas de qualidade

        como forma de estratégia no ajustamento de irregularidades conclui-se que 90% dos

        entrevistados  apontavam  a  qualidade  como  a  prioridade,  seguida  pela

        racionalização  na  linha  de  produção,  e  por  treinamentos  em  gestão  de  recursos

        humanos.

        Muitas instituições de pesquisa que consultam companhias frequentemente têm,

        realizado pesquisas sobre qualidade e outros fatores chave para o sucesso, como a

        produtividade,  reduções  de  custo,  tempo  de  entrega  no  transporte  dos  produtos,

        tecnologia  e  inovação  no  Brasil  e  no  exterior.  Muitos  artigos  e  livros  também

        reportam  as  experiências  de  controles  de  qualidade  total  nas  indústrias  nacionais,

        entretanto  métodos  e  técnicas  usadas  pelas  companhias,  nem  sempre  são

        transparentes  aos  olhos  do  público.  Vale  a  pena  se  mencionar  que  programas  de

        qualidade estão à longa data no mercado e nem todo o público consumidor brasileiro

        tem o conhecimento sobre essas praticas realizadas na indústria.

        
3.12         A Garantia da qualidade nas indústrias Alimentícias do Brasil

        Para se garantir a qualidade alimentícia no Brasil é necessário que se aplique as

        mais variadas técnicas de inspeção do alimento, assim como as ferramentas usadas

        por  qualquer  tipo  de  indústria,  que  foram  sendo  desenvolvidas  ao  longo  dos  anos

        com  isso  visa-se  aplicar  as  formas  de  controle  de  qualidade  para  se  desenvolver

                                                                                33



        produtos  de  excelência  que  atenda  tanto  a  demanda  do  mercado,  quanto  a

        satisfação  do  consumidor,  diminuindo-se  custo  e  evitando  fatores  problemas  como

        desperdício,  desorganizações  na  companhia  de  desenvolvimento  do  produto,

        garantir  um  bom  transporte  para  o  estabelecimento  de  vendas,  pensar  em  como  o

        produto será visualizado pelo consumidor por fatores como a embalagem e sempre

        dando  acesso  a  informações  no  rótulo.  Para  se  alcançar  os  objetivos  da  empresa

        com  o  produto  e  o  cliente  é  necessário  à  participação  dos  profissionais  bem

        qualificados com as ferramentas de qualidade disponíveis.

        Na  indústria  alimentícia  tem  que  se  ter  um  maior  cuidado  no  desenvolvimento

        dos produtos se comparando com outras indústrias já que ferramentas de qualidade

        existem  em  todos  os  tipos  de  companhias  industriais,  assim  como  na  indústria  de

        alimentos  não  se  pode  deixar  passar  quaisquer  tipos  de  erros  e  defeitos  com  os

        produtos já que a falha de um deles pode ocasionar riscos à saúde do consumidor,

        com isso ferramentas como as boas práticas de fabricação (BPF), análise de perigos

        e pontos críticos de controle (APPCC), são essenciais na indústria alimentícia.

        Os  profissionais  da  área  alimentícia  têm  que  passar  por  um  treinamento  para

        terem em vista de que a segurança do consumidor é essencial, assim eles terão que

        fazer um rigoroso treinamento com os funcionários orientando-os sobre cuidados na

        produção do alimento para evitar quaisquer riscos de contaminação além do eterno

        uso  dos  equipamentos  de  proteção  individual  (EPIs)  durante  a  fabricação  dos

        alimentos.

        Tendo  em  vista  de  que  para  garantir  a  segurança  alimentar  é  essencial,  A

        organização         internacional         de         normatização         (International         Standartization

        Oraganization
                – ISO) publicou em 2005 a norma 22.000:2005 para a certificação de

        sistemas  de  gestão  de  segurança  de  alimentos.  Esta  norma  tem  como  objetivo

        demonstrar a habilidade da organização em controlar os perigos e riscos em todas

        as fases da fabricação de alimentos e fornecer produtos finais seguros, que atendam

        aos requisitos dos clientes bem como aos requisitos regulamentares,  que no Brasil

        foi  representada  na  ABNT  pela  NBR  ISO  22:000:2006    no  sistema  de  gestão  da

        segurança  em  alimentos  como  forma  de  globalizar  a  segurança  para  todas  as

        cadeias  produtivas.  A  implantação  de  sistemas  de  segurança  de  alimentos  traz

        vantagens à imagem da empresa junto aos clientes na demonstração da garantia da

        qualidade  dos  produtos  e  no  compromisso  constante  em  melhoria  contínua,

        estabelecendo, desta forma, um diferencial estratégico no mercado que atua.

                                                                                34



        
4.  Resultados e Discussões

        Empresas  têm  que  arranjar  uma  forma  dinamizar  o  processo  de  atuação  de

        acordo  com  o  constante  crescimento  do  mercado  ao  passo  de  um  mundo

        globalizado em que clientes se tornam cada vez mais exigentes,  legislações novas

        cada vez mais são criadas, assim como a preocupação em diversas áreas como o

        meio  ambiente,  é  frequente  uma  busca  de  uma  forma  de  viabilizar  o  uso  de

        programas  de  qualidade  dentro  da  indústria  que  ao  decorrer  da  história  foram  se

        propagando  e  hoje  diversas  ferramentas  estão  ao  nosso  redor  que  no  nosso  atual

        mercado, é necessário à aplicação de tais métodos para se atingir cada vez mais as

        metas  que  são  colocadas  diante  da  empresa  que  visa  cada  vez  mais  gerar  lucros

        além  de  se  firmar  como  uma  empresa  que  se  gerencia  com  a  qualidade  que  fique

        exposta aos olhos do público.

        No contexto do mundo em que vivemos a qualidade é necessária para gerenciar

        a empresa e para dinamizar práticas de controle, para se atingir metas que superem

        as  expectativas  dos  consumidores  que  buscam  cada  vez  mais,  melhores  produtos

        que atendam as necessidades de acordo com o cliente tendo em vista um processo

        bem feito dentro da indústria que reflita nos produtos desenvolvidos pela mesma.

        Sistemas  de  gestão  de  qualidade  gerenciam  e  aplicam  dentro  da  indústria  os

        métodos desenvolvidos de forma que sejam bem utilizados para a melhoria continua

        que  se  busca  alcançar  no  desenvolvimento,  padronização,  manutenção  e  melhoria

        da qualidade de processos, produtos e serviços.

        Os  programas  e  ferramentas  da  qualidade  visam  implantar  os  programas

        desenvolvidos dentro da norma ISO 9001. Eles são os instrumentos utilizados para o

        desenvolvimento,  medição,  análise  e  melhoria  da  qualidade  nas  organizações,

        permitindo identificar problemas e soluções.

        Entretanto a utilização de sistemas de gestão da qualidade (SGQ) assim como o

        uso de programas e ferramentas sofre uma série de dificuldades de acordo com as

        características do mercado brasileiro e de suas organizações com problemas como:

        deficiências em relação à qualificação da mão de obra, baixos lucros de pequenas e

        médias  empresas,  ausência  de  programas  públicos  que  apoiem  a  utilização  de

        programas de qualidade.

        Segundo o Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial

        (INMETRO),  no  Brasil  existem  8.731  certificações  ISO  9001  válidas,  com  4.034  de

                                                                                35



        unidades empresariais no estado de São Paulo, aonde 1.027 são da cidade e 3.007

        do restante do estado e no interior existem 866 empresas com ISO 9001.

        A  realização  desse  trabalho  seria  se  na  prática  as  empresas  mesmo  que

        certificadas  pela  ISO  9001  estariam  aplicando  plenamente  os  programas  e

        ferramentas  da  qualidade  durante  a  fabricação  de  seus  produtos  tendo  em  vista  a

        saúde e bem estar do consumidor, além de dinamizar o processo de boas praticas

        de fabricação com as melhoras continuas de seus produtos.

        A  qualidade  relaciona-se  tanto  a  produtos  como  serviços  que  contemplem

        elementos  como  satisfação  do  cliente,  controle  de  processos,  padronização,

        melhorias contínuas além de busca por benefícios como a racionalização do tempo

        e  de  insumos.  De  forma  geral,  a  gestão  da  qualidade  melhora  o  desempenho

        organizacional e proporciona vantagem competitiva às organizações que a adotam.

        Para que se alcance a qualidade esperada é de responsabilidade de a empresa

        adotar um sistema que priorize a qualidade em suas decisões para que seja possível

        alcançar e manter a qualidade de seus processos, produtos e serviços.

        Existem  diversas  definições  sobre  qualidade  que  variam  de  acordo  com  o

        contexto, mas no segmento empresarial pode ser denominado como a conformidade

        aos  requisitos  dos  clientes,  atendimento  das  necessidades,  e  prevenção  de

        gerenciamento de não conformidades incluindo ações para sua correção. Os


        processos de melhoria contínua da qualidade são baseados no ciclo PDCA.














                                Fonte: Google Imagens, 2015
                                                        .

                                                                                36



        Vários  estudos  demonstram  que  os  sistemas  de  gerenciamento  da  qualidade

        proporcionam  benefícios  significativos  para  as  empresas,  além  de  também

        apresentares  recorrentes  dificuldades.  Dentre  as  vantagens  que  mais  se  destacam

        são:  a  melhoria  nos  processos,  produtos  e  serviços,  aumento  da  satisfação  dos

        clientes,  melhoria  da  imagem  da  empresa,  abertura  de  novos  mercados  e  maior

        vantagem  competitiva  diante  da  concorrência.  Entre  as  desvantagens  estão:

        resistência  à  mudança,  dificuldade  no  entendimento  e  aceitação  de  determinados

        preceitos  da  qualidade,  falta  de  comprometimento  da  média  gerência  e  baixo

        envolvimento da alta direção, incluindo aporte pequeno de capital para as atividades

        associadas à qualidade.

        Os sistemas são constituídos de conjuntos de componentes que atuam juntos na

        execução do objeto global do todo com o enfoque sistêmico um modo de pensar a

        respeito dos sistemas totais e seus componentes. Na teoria geral dos sistemas que

        se dá ênfase á inter-relação a interdependência entre os componentes que formam

        um  sistema  que  é  visto  como  uma  totalidade  integrada  sendo  muito  difícil  estudar

        seus elementos isoladamente. Com isso a norma ISO 9001 possui um sistema com

        objetivo  específico  de  desenvolver  princípios  de  gestão  de  qualidade  nas

        organizações.

        Normas ISO 9000 são gerenciadas mundialmente pela International Organization

        for  Standartization,  organização  fundada  em  1947  em  Genebra  na  Suíça,  cujo

        objetivo  é  o  desenvolvimento  de  normas  técnicas  e  o  incentivo  a  padronização

        visando  facilitar  as  relações  internacionais  nos  campos  científicos,  intelectual,

        econômico  e  tecnológico.  No  Brasil  é  representado  pelo  Instituto  Nacional  de

        Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO).

        A série ISO 9000 é composta pelas normas ISO 9000 que fundamenta sistemas

        de gestão de qualidade além de vocabulários, ISO 9001 que se foca nos requisitos

        de  gestão  de  qualidade,  e  ISO  9004  que  cuida  de  diretrizes  para  melhoria  de

        desempenho. A certificação é feita apenas com base na norma ISO 9001, sendo as

        duas outras para orientação.

        Deve-se  aplicar  os  Sistemas  de  Gestão  de  Qualidade  (SGQ)  para  que  esse

        sistema  promova  um  desempenho  esperado,  além  de  mudanças  internas  é

        necessário  que  a  gerencia  da  empresa  compartilhe  propósitos  em  relação  a

        qualidade apoiando suas aplicações dentro da indústria.

                                                                                37



        É  indispensável  o  comprometimento  e  a  ativa  participação  da  alta  direção,  nos

        processos de desenvolvimento e implantação da qualidade, assim como se deveria

        ter  certa  estratégia  na  utilização  de  recursos.  Segundo  a  norma  ISO  9001  é

        necessário para a direção focar na liderança, envolvimento de pessoas, abordagem

        de processo,  abordagem  sistêmica, melhoria  contínua,  abordagem  para  tomada  de

        decisões e parceria com fornecedores.

        A primeira versão da norma ISO 9001 surgiu em 1987 que mais tarde teve mais

        duas  revisões  a  primeira  em  1994  e  a  segunda  em  2000,  em  2008  foram  feitas

        algumas  alterações  com  nenhum  requisito  adicionado  e  sim  a  melhora  de  outros

        requisitos, com algumas mudanças feitas com o intuito de melhorar a parte que lida

        com o sistema de gestão ambiental.

        Um  sistema  de  gestão  da  qualidade  baseado  na  norma  ISO  9001  pode  trazer

        diversos benefícios ás empresas que entre eles podem ser o aumento da eficiência

        operacional,  redução de falhas  e  diminuição  da  variabilidade  nos  processos  vindos

        de  uma  maior  conformidade  de  produtos  e  serviços,  aumento  da  satisfação  dos

        clientes  com  um  melhor  atendimento  a  eles,  diminuição  de  custos  e  perdas  de

        serviço, aumento de vantagens competitivas e melhorias na imagem da empresa.

        A  qualidade  representa  importante  diferencial  dentro  da  indústria  que  por  conta

        de  tantas  ferramentas  que  ao  longo  foram  sendo  criados,  cada  vez  mais  e  mais

        produtos  de  qualidade  foram  chegando  as  nossas  casas,  assim  nós  como  clientes

        representamos  o  foco  para  indústria  significa  mais  qualidade  para  nossas  vidas,

        então  sistemas  de  gestão  de  qualidade  são  indispensáveis,  por  isso  que  o

        aprimoramento  e  estudo  de  técnicas  que  incentivem  o  uso  ou  desenvolvimento  da

        qualidade são tão importantes.

        A  qualidade  na  Indústria  é  uma  importante  prática  que  é  necessária  para  os

        produtos atualmente, que por conta de ferramentas como Just in time o conceito de

        quantidade  versus  qualidade,  fizeram  a  balança  pesar  mais  para  o  lado  qualitativo

        do  que  quantitativo,  evitando-se  superproduções,  havendo  menos  desperdícios  e

        mais lucros para as empresas.

        A conservação de alimentos é um bom exemplo de como a preocupação com a

        qualidade influenciou a vida humano que desde os primórdios da civilização, era-se

        cada  vez  mais  frequente  encontrar  formas  dos  humanos  sempre  poderem  se

        alimentar  sem  a  preocupação  de  passarem  mal,  como  resultado  diversas  técnicas

        surgiram  como:  o  uso  de  sal  e formas  de fechamento  a  vácuo em  latas  que foram

                                                                                38



        sempre  evoluindo  e  hoje  na  indústria,  novas  formas  de  conservação  de  produtos

        surgiram.

        Evoluções  no  controle  de  qualidade  sempre  ocorreram  ao  decorrer  do  tempo  e

        assim  como  ferramentas  foram  cada  vez  mais  surgindo  no  futuro  é  certo  de  que  a

        aplicação delas  serão cada vez mais  frequente,  visto que hoje  em dia  mesmo com

        grandes  certificações  como  a  ISO  9001,  nem  todas  as  empresas  ainda  aplicam

        todas  as  ferramentas  da  qualidade  em  países  em  desenvolvimento  como  o  Brasil,

        mas ao longo do tempo melhores políticas de aplicação dessas ferramentas poderão

        ser  criados,  assim  esses  países  terão  um  controle  mais  rigoroso  com  a  qualidade

        assim como os países desenvolvidos.

        Podemos  observar  que  adotar  os  sistemas  de  gestão  de  qualidade  não  é  uma

        tarefa  fácil,  mas,  ao  médio  ou  longo  prazo  se  torna  benéfico  para  empresa,  assim

        melhorando diversos aspectos da mesma, entre os principais são: o bem estar dos

        funcionários,  dos  consumidores  e  também  a  lucratividade  da  empresa.  Devemos

        lembrar  que  os  consumidores  procuram  cada  vez  mais  informações  relativas  aos

        produtos  consumidos,  podemos  prever  que  este  setor  será  o  mais  investido  nos

        próximos anos na indústria de alimentos.

                                                                                39



        
5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

        Ao longo dos anos a qualidade se tornou um importante termo para a indústria. A

        qualidade  sempre  existiu  desde  os  primórdios  da  civilização  e  assim  como  a

        humanidade,  foi  evoluindo  ao  mesmo  tempo  em  que  a  cultura  humana  foi  se

        desenvolvendo. Ferramentas hoje existentes na indústria vêm de longa data, foram

        se  modificando  e  se  diversificando  até  que  em  determinado  ponto  da  história

        humana em que o homem teve de se industrializar, se tornou um padrão usado na

        indústria como base para todos os processos dos quais são fundamentais uma boa

        aplicação de ferramentas de qualidade que vão sendo cada vez mais aprimoradas.

        Futuramente  surgirão  sistemas  de  gestão  da  qualidade  que  poderão  resolver  as

        lacunas  ainda  existentes,  mas  até  lá  novas  leis  que  ao  longo  do  tempo  irão  ser

        criadas,  podem  definitivamente  incluir  a  aplicação  das  ferramentas  da  qualidade  já

        existentes dentro da indústria.

                                                                                40



        
6.         REFERÊNCIAS

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        6.  Conheça a ABNT; Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em:

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        7.  Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC); Agencia Nacional

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        8.  O  que  significa  POP  -  Procedimento  Operacional  Padrão,  como  utilizar  e

                quais  as  vantagens para  minha  empresa;  Blog  GMPE.  2013.  Disponível  em:

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        11. BARCELLOS,  Luiz  Octavio.  Culinária  da  Mesopotâmia.  Blog  do  escritor  e

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