TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Preparação e Confecção de Carnes, Aves e Caça

Por:   •  17/3/2020  •  Artigo  •  10.679 Palavras (43 Páginas)  •  1.128 Visualizações

Página 1 de 43

FORMAÇÃO TECNOLÓGICA

UFCD 8292- Preparação e Confeção de Carnes, Aves e Caça

[pic 1][pic 2][pic 3]

[pic 4]

A CARNE

A carne tem um papel importante na nossa alimentação. Fornece quantidades elevadas de proteínas de alta qualidade, ferro e várias vitaminas, em especial as do grupo B, que não se encontram correntemente noutros alimentos. Além disso, como é óbvio, a maioria das pessoas considera que uma das melhores e mais agradáveis refeições é precisamente constituída por um prato de carne bem saboroso.

A carne dos mamíferos e das aves é considerada como alimento (muitas vezes por oposição ao "peixe"). Distingue-se a Carne Vermelha (Carneiro, Borrego, Vaca, Cavalo), a Carne Branca (Vitela, Porco, Coelho, Aves) e a Carne Negra (Caça).

Também se estabelece uma diferença entre carnes "de açougue" (Vaca, Carneiro, Vitela, Cavalo, Porco e Vísceras), de aves e a carne de caça.

São numerosos os rituais e os costumes referentes à carne, desde o abate do animal, ao consumo, ao esquartejamento e à conservação. Ainda hoje, nos campos, "a matança" do porco representa um momento privilegiado da vida comunitária. Além disso, as refeições festivas (Natal, Páscoa) estão sempre associadas a pratos de carne segundo receitas especiais e o "assado dominical" continua a ser uma tradição familiar solidamente implantada.

A carne compõe-se de pequenas fibras, mais ou menos avermelhadas, envolvida por finas membranas e reunidas em "feixes" que formam os músculos. Num animal de açougue existem cerca de duzentos músculos consumíveis, cujo peso oscila entre algumas gramas a vários quilos. Alguns deles encontram-se envolvidos em espessas redes de tecido tendinoso (aponeuroses), o que determina a sua classificação em várias categorias. Os pedaços para "assar ou grelhar" praticamente não possuem aponeuroses (1ª categoria). Se a porção de aponeuroses for média, o pedaço de carne deve ser estufado. Se tiver uma porção de aponeuroses elevada (muitos tecidos musculares), ou se estes forem rijos por o animal ser velho, deve ser cozido (2ª e 3ª categorias). As massas musculares encontram-se sempre envolvidas por uma camada de gordura mais ou menos abundante.

Quando esta se encontra entre os feixes do músculo, a carne diz-se "persillée" e é particularmente apreciada, sobretudo no caso da vaca.

  1. Carne e Dietética

Na composição das carnes, a percentagem de proteínas é constante (20% aproximadamente, com ácidos aminados abundantes, indispensáveis à alimentação), enquanto a dos lípidos é muito variável, consoante o animal e as partes em causa. Os glícidos encontram-se totalmente ausentes, pois o glicogénio muscular transforma-se depois do abate em ácido láctico, que intervém na maturação da carne e a toma mais ou menos tenra. A carne contém ainda sais minerais (ferro e sobretudo fósforo) e vitaminas do grupoB (sobretudo B12).

Na carne, o teor em água varia consoante a idade do animal (mais elevado se o animal for jovem e portanto, magro); oscila entre 60 e 70%.

Distinguem-se geralmente as carnes magras (5 a 10% de lípidos), como o frango, o coelho, a carne de vaca, de carneiro e até mesmo do porco;

As carnes meio gordas (10 a 20% de lípidos), como certas partes da vaca e do carneiro e ainda o pato e o peru;

As carnes gordas (mais de 20% de lípidos), como várias partes da vaca, algumas do carneiro, do porco e de ganso. No que respeita às gorduras, importa ainda ter em conta o modo como a carne é preparada e cozinhada: uma perna de carneiro limpa de todas as gorduras periféricas, assada no forno, sem substâncias gordas e consumida sem a gordura que derrete durante a confecção, toma-se uma carne magra e seca, sendo o carneiro uma carne essencialmente gorda, com 17 a 25% de lípidos.

Tal como outros produtos de origem animal, a carne é um alimento muito rico em proteínas indispensável, mas rico também em ácidos gordos saturados. Uma ração alimentar comportando 200gr de carne por dia é considerada suficiente.

Ao contrário do que acontece com outros alimentos, a carne conserva os sais minerais e as vitaminas após a confecção, principalmente quando é grelhada ou assada. O aroma e o sabor da carne cozinhada "despertam" as funções digestivas. Digere-se facilmente e assimila-se totalmente. O duplo prazer do aroma e do gosto, assim como a sensação de alimentar bem, fizeram da carne um alimento de excelência, símbolo de abundância e bem-estar.

  1. Cozinhar Carne

Há dois processos de cozinhar carne. Os cortes mais tenros são cozinhados de preferência com rapidez e em calor seco, processo que inclui o assar e o grelhar. Os cortes menos tenros precisam de ser cozinhados em líquido sobre lume brando durante mais tempo. Neste processo, incluem-se estufar, guisar e cozer.

Assar

Tradicionalmente, a carne assa-se em forno, quente (220°C - termóstato 7), de forma que a peça toste rapidamente por fora e fique com uma textura ligeiramente seca no interior. Assar a essa temperatura, embora confira à carne um óptimo sabor, só é conveniente para os cortes mais tenros. Geralmente, utiliza-se uma temperatura mais baixa (190°C - termóstato 5), que deixa a carne menos seca e mais tenra e evita um pouco que encolha. O sabor, no entanto, pode ficar menos acentuado.  O método de temperatura baixa está mais indicado para peças mais pequenas e nos casos em que não há a certeza da boa qualidade da carne.

Coloque a carne no tabuleiro com a superfície maior e com mais gordura para cima. Se a carne for excepcionalmente magra, junte um pouco de banha ou margarina para a regar de vez em quando. À medida que a carne assa e a gordura derrete, regue-a com o molho que se forma no tabuleiro. Para evitar que a carne esteja parcialmente mergulhada na gordura enquanto assa, pode colocá-la sobre um tabuleiro de rede.

Se assar a carne envolvida em folha de alumínio ou num recipiente tapado, a carne ficará menos seca e o forno limpo, mas o sabor e o aspecto da carne não serão tão agradáveis. Abra o papel de alumínio ou retire a tampa durante os últimos 30 minutos de cozedura para que a carne tome cor. As folhas ou sacos para assar têm a mesma utilização que a folha de alumínio, mas alguns permitem que a carne aloure, siga a indicação das embalagens, pois alguns têm que ser perfurados antes de utilizados.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (66.9 Kb)   pdf (554.7 Kb)   docx (288.3 Kb)  
Continuar por mais 42 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com