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A Teologia Africana

Por:   •  9/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.353 Palavras (6 Páginas)  •  426 Visualizações

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Índice 

Introdução        3

Teologia Negra Sul-Africana        4

Características da Teologia Negra Sul-africana        4

Teologia africana no pensamento de Gabriel Molehe Setiloane        5

Concepção sobre a Divindade        5

O lugar de Jesus na teologia de Setiloane        6

Conclusão        7

Referência Bibliográfica        8


Introdução

No presente trabalho vamos debruçar sobre a Teologia negra sul-africana, obedecendo a seguinte estrutura: Primeiro vamos olhar alguns aspectos marcantes da teologia africana no seu todo, em seguida, a teologia negra sul-africana olhando para o pensamento de alguns teólogos africanos, a sua compreensão sobre a divindade e por último, o lugar de Jesus na teologia negra sul-africana.

De salientar que esta teologia muitos pensadores e teólogos enfatizam uma teologia feita com base nas suas própria historias e mitos.


Teologia Negra Sul-Africana

Segundo Rosino Gibellini, as mudanças internas que ocorreram nas estruturas sociais africanas após a colonização culminaram com uma crise económica aos países do Terceiro Mundo conforme a Declaração da ONU de 1° de Maio de 1974. Nesta, é apresentada à comunidade mundial a proposta de um projecto colectivo para a instauração de uma nova ordem económica internacional.

A consciência deste fato impulsionou a necessidade de uma nova mudança de paradigma do ponto de vista teológico no contexto africano, onde esta mudança, pressupõe naturalmente numa radical ruptura epistemológica que faça do compromisso o primeiro ato teológico, levando assim uma reflexão crítica sobre a praxis da realidade do Terceiro Mundo. A mesma, busca libertar e situar o africano no seu contexto e consequentemente levar o mesmo a apreender que ele é sujeito, que seus pensamentos, visão de mundo, vida e seus sentimentos são igualmente legítimos.

A Teologia negra Sul-Africana, portanto deu seu início em 1956 com a interrogação de alguns sacerdotes negros sobre o futuro da igreja na África. Entretanto, foi em 1960 na faculdade de teologia católica da universidade de Lovanium que teve início as principais reflexões e sistematização da possibilidade de uma Teologia Africana.

Nesse sentido, não existe delimitação entre o sagrado e o profano para o povo africano uma vez que, na visão dos mesmos ambos estão intrinsecamente ligados. Deusa é mais imanência do que transcendência, para o povo africano, sendo igualmente soberano e o fundamento de todas as coisas; o bem e o mal vem de Deus, podendo ele abençoar ou castigar segundo o comportamento de cada pessoa.

 Características da Teologia Negra Sul-africana

Assim como existe a teologia de libertação que caracteriza-se pela sua ênfase aos pobres e oprimidos, a teologia negra, que emergiu em prol da opressão do racismo nos Estados Unidos de América, a teologia sul-africana assumi também as suas características próprias. Podemos apontar como a primeira e principal característica, a questão cultural: para Muzorewa, a cultura que é profundamente marcada pela religião exerce influência maior nos sul-africanos quando comparados a outros povos, e o método de pensamento é influenciado pela mesma.

Teologia africana no pensamento de Gabriel Molehe Setiloane

Gabriel M. Setiloane não é uma excepção, ele se levanta dentro de um contexto que diga-se de passagem, e ainda hoje deixou marcas ao mundo de um modo geral e ao povo Sul - Africano de um modo particular. Trata-se do Apartheid que excluía por princípio uma sociedade multirracial e teorizava uma prática de segregação total da população não-branca. É, portanto dentro deste contexto, que Setiloane elabora a sua proposta de uma teologia sul-africana.

No entanto, para Setiloane, Teologia sul-africana é uma teologia que é baseada na fé bíblica e que fala à alma africana. Ela se expressa através das categorias de pensamento que provêm da filosofia e da visão de mundo dos africanos.

Concepção sobre a Divindade

Para sitiloane, a Teologia deve ser feita a partir do seu contexto. No entanto, a teologia que predomina nos seminários e igrejas na África tem sido na verdade Teologia Ocidental. E Isto implica que o olhar do africano em relação as suas experiências e, sobretudo a Divindade está sempre condicionado ao preconceito europeu. Implica igualmente que o africano tem convivido com dois mundos distintos: por um lado tem a sua visão de mundo tradicional e por outro, o mundo da cultura ocidental. A título de exemplo tem a questão da poligamia que na literatura dos evangelhos é uma prática negativa e, repreendida. Todavia, na cultura africana, o homem ter mais de uma mulher é concebido como afirmação de sua masculinidade. Percebe-se então que a cultura africana é patriarcal e em certo sentido machista.

Portanto, a base da teologia africana se dá na experiência do africano com a Divindade por meio da religião Tradicional Africana. Fica então claro que, a Teologia africana na sua génese não é uma teologia do livro ou de salas de aula como a Teologia Ocidental veio a ser. Mas sim da experiência subjectiva do indivíduo com o sagrado.

Segundo a Declaração do encontro Pan-africano dos Teólogos do Terceiro Mundo realizado em Acra (Gana), de 17 ate 24 de Dezembro de 1977, a bíblia é a fonte fundamental da teologia africana, pois ela é o testemunho primordial da revelação de Deus em Jesus Cristo. Nenhuma teologia pode conservar a sua identidade cristã, à margem das escrituras. Levando a sério as ideias expressas nessas disciplinas, chega à conclusão que assim como Deus se manifestou aos hebreus como Javé, o mesmo se manifesta igualmente para os africanos na forma de Modimo, Thixo, Lesa, em seus mitos e histórias.

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