A base da imprensa negra no Brasil
Artigo: A base da imprensa negra no Brasil. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: sergioteles • 10/2/2015 • Artigo • 399 Palavras (2 Páginas) • 308 Visualizações
Luiz Sérgio Teles Simões Santos
Buscando um espaço e a valorização social, os negros fundaram sua própria imprensa, por não ter relevância na chamada “imprensa branca”. Após vários anos de tentativas de alicerçar em bases sólidas assuntos pertinentes a esse grupo étnico através de periódicos , a revista Raça Brasil, lançada em 02 de setembro de 1996 veio para estabelecer essa identidade étnica e cultural. A população negra sentiu a grande necessidade de discutir sua posição dentro da sociedade. Sua primeira aparição foi um sucesso entre a população, principalmente entre o público feminino. A mídia, por ser o centro da construção das identidades individuais e coletivas, foi a alavanca principal para que os negros tivessem esse “poder”. Desde a escravidão até os dias de hoje, a mídia tem sido fundamental para denunciar a descriminação social e cultural que a “grande imprensa” tem feito a população negra. Após anos de resistência e lutas,que até hoje figuram na sociedade, a Raça Brasil lança um projeto ousado, com uma musculatura forte, que trata de espelhar a população negra, sobretudo a mulher. A valorização da beleza negra, do cabelo, o jeito de se vestir, foram alguns atrativos que a revista trouxe. Mais que uma luta pela conquista de uma posição dentro da sociedade, a imprensa negra teve e tem o intuito de conscientizar a todos de um mal que está impregnado na sociedade chamado racismo. Por mais que o projeto tenha sido segmentado, na prática vai muito mais além disso. Essa discussão, por mais que pareça ser arcaica, ainda é atual. A descriminação existe e muito, independente de qual área falarmos. No futebol, por exemplo, é recorrente acompanharmos manifestações racistas e preconceituosas em relação a jogadores negros. Elas acontecem muito num jogo entre brasileiros e argentinos, com brasileiros que jogam na Europa e o que é mais grave, de brasileiros para brasileiros. Logo num país miscigenado, de várias raças e cores, ainda acontece isso. Mas, quando acontece, a mídia toma o centro da discussão denunciando tais feitos, colocando contra a parede os encarregados de julgar quem comete o preconceito racial. A plataforma on-line também foi imprescindível para que a voz do negro ecoasse. A tecnologia permitiu que páginas on-line como a AfroPress surgissem, dando ênfase a todo público negro através de publicações, vídeos, artigos, além de interagir nas redes sociais, discutindo temas importantes para conscientização de toda a população.
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