Analise crítica ao artigo: A assistência a pacientes terminais como fator de estresse para profissionais da saúde.

Analise crítica ao artigo: A assistência a pacientes terminais como fator de estresse para profissionais da saúde.

Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise, ou seja, “(...)separar os elementos básicos da informação e examiná-los, de modo a responder as questões colocadas na pesquisa (...)”(ROJAS,2004),no artigo cujo tema é a assistência aos pacientes terminais como fator de estresse para profissionais da saúde tendo como autoras Cristiane Vinhas Costas (Assistente Social, aluna do curso de pós - graduação em a saúde do trabalho e ICS- UFBA) e Ana Maria Fenandes Pitta (Professora associada instituto de saúde coletiva da UFBA), demonstrando os métodos e técnicas aplicadas às quais possibilitam um maior entendimento no processo de inter-relação empiria e pratica para a construção do conhecimento.

O objeto do estudo consiste em até que ponto a assistência dos pacientes terminais não se constituiria num fato estressor para os profissionais de saúde. Após realizar este recorte as autoras delimitaram um recorte disciplinar com a revisão de literatura sobre o assunto, ou seja, utilizou a pesquisa bibliográfica. Desta forma, o trabalho apresenta como justificativa medir a associação entre a sobrecarga emocional de trabalhadores de um hospital frente às dificuldades na assistência aos pacientes terminais. Destacando-se como objetivo geral identificar a ocorrência ou não de estresse em profissionais na área de saúde que trabalham com pacientes terminais em um hospital. E como objetivo específicos identificar nestes profissionais evidencias de sintomas pisicoemocional como elementos indicativos de sinal de sofrimento psíquico e examinar o prazer à satisfação a capacidade do mesmo em assistir pacientes terminais.  

A base de dados a serem utilizadas como ferramenta para construção do desenho metodológico desta pesquisa, utilizou o estudo de caso investigativo, desenvolvendo o trabalho de campo em uma clinica médica e uma clinica cirúrgica de um hospital filantrópico na cidade de Salvador (Bahia).

O universo empírico foi composto por profissionais da área de saúde no qual a amostra correspondem a 8 assistentes sociais, 18 auxiliares de enfermagens, 16 enfermeiras, 4 fisioterapeutas, e 9 médicos. A coleta de dados deu-se por meio da aplicação de 200 questionários ao acaso, em amostra por conveniência, mas o artigo não expôs o tempo de duração que a pesquisa utilizou para aplicação do mesmo nas duas referidas clínicas em dois momentos distintos: o primeiro tem por objetivo caracterizar o perfil sócio-demografico da amostra em estudo e posteriormente a aplicação do Self Report Questionaire (SRQ-20), instrumento de avaliação qualitativa utilizando para detectar sintomas psicoemocionais com ponto de corte acima de 7. Contudo, o artigo não apresenta com clareza este instrumento qualitativo, sem apresentar na sua totalidade as 24 questões que o compõe, e listando assim apenas as 10 questões que apresentaram ordem de importância em relação à população da amostra.isto é, as autoras não demonstram o pacote do Self Questionare.  

Em relação à sistematização e interpretação dos dados foi realizada uma análise quantitativa por meio de tabelas estatísticas, distribuídas em variáveis como: a distribuição de freqüência de características da amostra da população estudadas; característica quanto à assistência aos pacientes terminais apresentados pelos profissionais com SRQ positivo; e a apresentação do resultado do SRQ-20.

O projeto de pesquisa foi previamente submetido à avaliação e aprovação de Comissão de Ética do hospital e a aplicação dos instrumentos foi executada medialmente a assinatura do termo de consentimento informado pelos participantes.

A pesquisa chegou a seguinte conclusão em relação ao perfil da população estudada, conforme a tabela 1, observando que a amostra era composta por profissionais, jovens com pouco tempo de formação.

Tabela 1-Distribuição de freqüência de características da amostra da população estudada.

Características	Número	%
Faixa etária (anos)	24-24	36	65,5
35-45	14	25,5
Mais de 45	5	9,1
Tempo de formação (anos)	01-10	39	70,9
11-20	12	21,8
Mais de 20	4	7,3
Distribuição dos profissionais	Assistente Social	8	14,5
Auxiliar de enfermagem	18	32,7
Enfermeira	16	29,1
Fisioterapeuta	4	7,3
Médico	9	16,36

Já na tabela 2, considerando-se os profissionais com SRQ positivo e por área de atuação observou-se que em relação à assistência a pacientes terminais, tanto a clínica médica (100%), quanto à clínica cirúrgica (70%), os participantes afirmaram que a morte não foi trabalhada no seu processo de formação profissional. Além disso, (50%) da clínica médica e 88,8% da clínica cirúrgica referem não gostar de trabalhar com pacientes terminais para a maioria deles, 75% e 88,8% respectivamente.

Tabela 2-Características quanto à assistência a pacientes terminais apresentadas pelos profissionais com SRQ - positivo.

Características	Clinica Medica	Clinica cirúrgica
SIM	NÃO	SIM	NÃO
f	%	f	%	f	%	f	%
Assistir a pacientes terminais	4	100	0	0	6	66,6	3	33,3
Gostar de trabalhar com pacientes terminais	2	50	2	50	1	11,1	8	88,8
Cuidar de pacientes terminais lhe traz sofrimento	3	75	1	25	8	88,8	1	11,1
A morte trabalhada no processo de formação profissional	0	0	3	100	3	30	7	70

Enquanto a tabela 3, que corresponde ao exame de freqüência simples das 20 questões do SQR-20, aplicados aos sintomas depressivos, ansiosos e somáticos apresentaram nesta ordem de importância, a presença de 23,6% de SRQ positivos, ou seja, os profissionais apresentaram uma mÉdia de resposta positivas superior ao ponte de corte estabelecido.