Análise Crítica do documentário “O Lado Negro do Chocolate”

Atualmente, o termo Responsabilidade Social Corporativa tem ganhado muito destaque, o termo vem sendo consolidado com a crença de que as empresas devem assumir um papel mais amplo, o economicamente viável, o socialmente justo e o ambientalmente correto, e não apenas relacionado ao aumento de seus lucros.

Muitas empresas veem a Responsabilidade Social Corporativa como uma estratégia de diferenciação competitiva, por isso elas estão tentando se ajustar a essa nova realidade. Para atingir essa meta, as empresas utilizam o ciclo PDCA, onde elas definem, analisam e elaboram os planos; treinam e executam; verificam os resultados; e finalmente, padronizam os resultados positivos e visam a melhora dos desvios.

Porém, não é isso o que se vê no documentário “O Lado Negro do Chocolate”, onde empresas como Nestlé, Cargill, Kraft, entre outras, não assumem nenhuma responsabilidade pelo que acontece com as crianças africanas, que são traficadas para trabalhar em plantações de cacau. Essas empresas apenas emitiram uma nota conjunta onde declaram que, juntas, investiram 6 milhões de euros nos últimos 9 anos em programas de assistência, porém vale ressaltar que, sozinha a Nestlé, que possui 12% do mercado mundial, lucrou 12 bilhões de euros no ano de 2009.

O jornalista dinamarquês Miki Mistrati denunciou essa e muitas outras situações no documentário. Como por exemplo, pela África ser um país pobre, muitas crianças são enganadas por esses traficantes que prometem dinheiro e as traficam para a fronteira, de onde são encaminhadas para a Costa do Marfim e vendidas como escravas.

Essas crianças, com idades que varia de 11 a 16 anos, chegando a ter crianças com menos de 10 anos, são expostas a péssimas condições de trabalho devido à manipulação de facões, o carregamento de cargas pesadas e a exposição a pesticidas. Além de viverem em lugares isolados e serem ameaçadas com espancamentos, elas ficam presas durante a noite, para não correr o risco de fugirem.

Ainda que muitas empresas estejam adotando a Responsabilidade Social Corporativa, ainda há muito a se fazer, esse é apenas o início. Como por exemplo, a US Uncut, um grupo de ação social, publicou uma lista de empresas de chocolate que decidiram evitar a exploração infantil e uma de empresas que utilizam o trabalho infantil, podemos evitar comprar produtos dessas empresas e comprar apenas produtos

de empresas que tenham uma base aceitável no sistema de produção do cacau e que ofereçam garantias de respeito aos trabalhadores.