Apostila Lei Orgânica Comentada
Trabalho Universitário: Apostila Lei Orgânica Comentada. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: venus.ef • 16/9/2013 • 4.735 Palavras (19 Páginas) • 455 Visualizações
EXTRATOS DA REALIDADE PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:
Objetivos Gerais, Específicos e Atividades.
EXTRATOS DA REALIDADE PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:
Objetivos Gerais, Específicos e Atividades
Autora: Vênus Déa Vargas Aragão
Professor orientador: Alexandre Luiz Gonçalves de Rezende
Artigo apresentado à Faculdade de Educação Física - Universidade de Brasília – em 10 de junho de 2005 pela conclusão do curso de Especialização em Educação Física Escolar.
Resumo:
Esta análise pretende descrever alguns dos dados coletados a partir da aplicação de questionário de pesquisa, ao conjunto de professores atuantes nas séries finais do ensino fundamental – 5ª a 8ª – em escolas publicas de Taguatinga – Distrito Federal, no ano de 2004. A intenção é dar a conhecer aspectos pedagógicos relevantes daquela realidade prática no que tange aos objetivos gerais da educação, aos objetivos específicos da Educação Física e às atividades realizadas no dia-a-dia, a fim de se criar condições para identificar e situar historicamente essa Educação Física praticada hoje em face aos novos paradigmas que a norteiam no âmbito acadêmico/científico.
INTRODUÇÃO
Desde o seu surgimento, no século XVIII quando assim foi denominada, até o presente, a Educação Física tem sofrido importantes transformações de ordem metodológica e conceitual. A partir dos anos oitenta, começa-se a observar o surgimento de discussões acadêmicas configuradas em novas tendências pedagógicas com vistas à superação do modelo mecanicista/tecnicista hegemônico durante o período da ditadura militar. (Darido, 2002: 2). Começam a surgir no âmbito da universidade, uma preocupação maior com o processo de ensino com vistas ao alcance de objetivos centrados na formação integral do aluno enquanto sujeito histórico, capaz de envolver-se e participar de forma ampla da realidade social.
Estas discussões, incorporadas às reflexões mais progressistas no campo da Pedagogia geral (principais referenciais sobre este tema podem ser encontrados em: FREIRE, 1983a e 1983b; SAVIANI, 1985; LIBÂNEO, 1986; GADOTTI, 1984, 1985) abrem novas perspectivas para o ensino da Educação Física com ênfase na cultura corporal do movimento, considerada como linguagem essencial nas interações sócio-políticas (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Sendo assim, a Educação Física, enquanto prática pedagógica, constitui-se num componente curricular da Educação Básica com tarefa precípua de colocar o aluno em contato com a cultura corporal do movimento dando-lhe as condições para produzir, reproduzir, transformar e usufruir dessa cultura de forma consciente e criativa. “A Educação Física deve, progressiva e cuidadosamente, conduzir o aluno a uma reflexão crítica que o leve à autonomia no usufruto da cultura corporal de movimento” (Betti, 1994a, 1994b).
Ao se discutir objetivos educacionais cuja dimensão se configura mais ampla e profunda para a formação do ser humano, se reafirma o movimento humano, e, talvez, no topo da lista, o esporte – “entendido como espaço aberto de ação e de movimento” (GRUPO DE TRABALHO PEDAGÓGICO UFPe e UFSM, 1991: 38), como instrumento para alcançá-los a partir da sua compreensão subjetiva e da vivência plena em suas diversas perspectivas.
Historicamente, é o corpo quem responde às exigências da organização social vigente e é ele, o corpo, que é o alvo concreto nas relações sociais de poder – micro-poder (FOUCAULT, citado por BRACHT, 1999). Daí a importância de considerar a Educação Física como área do conhecimento que estuda, promove, transforma e desvenda a cultura corporal, “resultado de conhecimentos socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade que necessitam ser retraçados e transmitidos para os alunos na escola.” (COLETIVO DE AUTORES, 1992: 39).
Assim, nas aulas de Educação Física, tem-se a oportunidade de promover educação de qualidade a partir das relações sociais e dos conteúdos pertinentes ao seu campo de conhecimento tais como o esporte, o jogo, a brincadeira, a dança, entre tantas outras manifestações da cultura corporal cujo significado está impregnado de valores culturais e políticos. Tais valores poderão ser re-significados de forma a favorecer a transformação (ou a reprodução), conforme o tratamento dado pelo professor/mediador no processo de construção (ou de mera transmissão ou repetição) do conhecimento, de acordo com a visão de mundo e de sociedade que tem.
O professor de Educação Física, muito além dos conhecimentos técnico-esportivos, biomecânicos, fisiológicos, didático-metodológicos e psicológicos, entre outros, precisa fazer uma profunda reflexão quanto à sua participação/intervenção no processo de formação e desenvolvimento da criança e, conseqüentemente, do cidadão ou cidadã: se na perspectiva da transformação social ou de mero instrumento de reprodução dos valores do capitalismo.
Desde a década de 80, vários autores têm discutido a crise de identidade da educação física. Parte dessas discussões se volta para a reflexão sobre o projeto político-pedagógico da Educação Física escolar, descrevendo as principais tendências educacionais correlacionadas com as demandas sociais ligadas à educação, ao esporte, à saúde, ao lazer e à estética. Dos autores que se dedicaram à discussão direta das questões didático-metodológicas, destacam-se: Coletivo de Autores (ano), Grupo de Trabalho da UFPe (ano) e Kuhnz (ano).
Num primeiro momento, essa discussão é marcada pela crítica à insuficiência das tendências educacionais até então utilizadas pela Educação Física escolar, principalmente à preocupação
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