As Contribuições dos estudos linguísticos para a Linguística enquanto ciência
Por: MhyannaraMartins • 4/7/2018 • Resenha • 931 Palavras (4 Páginas) • 256 Visualizações
As contribuições dos estudos linguísticos para a Linguística enquanto ciência.
A curiosidade humana pela linguagem data desde os primórdios, seja pela busca religiosa ou pelo conhecimento. Sobretudo, a linguagem tornou-se um fascínio, pelas inúmeras discussões e debates filosóficos, na Grécia Antiga e consequentemente, na Idade Média, pela busca da construção de uma teoria geral da linguagem. Para tanto, foram intensas dedicações e relevantes contribuições para que os estudos relacionados a linguagem, fossem estabelecidas como ciência, no entanto, é a partir “da criação da linguística que essas manifestações da curiosidade do homem tomam a forma de uma ciência, com seu objeto e método próprios” (Orlandi. 2009, p. 9).
O processo da constituição da Linguística é marcado por dois momentos, primeiro pelo século XVII, no qual surgem as gramaticas gerais e racionais, cujos princípios são racionais e lógicos, regendo todas as línguas, tais princípios contribuíram para pensar a linguagem não de forma particular, mas no ideal universal. O segundo é o século XIX, caracterizado pela origem das gramáticas comparadas, nas quais acredita-se que as línguas se transformam com o tempo, este pensamento tornou-se tão importante, que passou a ser considerado o nascimento da Linguística histórica através da obra de 1816 do alemão F. Bopp. É, portanto, neste século, que se descobre a semelhança entre a maior parte das línguas europeias e o sânscrito, originando as línguas indo-europeias, transformando o ideal racionalista em ideal romântico, cuja busca é pela origem, a grande contribuição das gramáticas comparadas foi evidenciar que as mudanças são regulares, têm uma direção. Muito embora, tais tendências tenham contribuído com a linguística, por um lado a formalista: a linguagem e pensamento, por outro a sociologista: linguagem e sociedade, acabam dividindo opiniões, pois tomam direções contrárias.
A Linguística é uma ciência moderna que percorreu longos caminhos, seu objeto de estudo é a linguagem verbal, mas seu grande destaque deu-se a partir da obra O Curso de Linguística Geral, resultado das anotações do suíço Ferdinand de Saussure, publicada em 1916 por dois de seus alunos, Charles Baily e A. Sechehaye. Para Saussure a língua é um sistema de signos, um sistema abstrato e social e a sincronia é o estado atual da língua, tais conceitos tornaram-se a base da Linguística como ciência.
Vale ressaltar ainda que é através desta abordagem que a língua passa a ser objeto de estudo de linguistas e estudiosos da linguagem. Grosso modo, posterior a Saussure surge o estruturalismo, segundo Orlandi (2009) o método estrutural proporciona à Linguística a posição de ciência-piloto das Ciências Humanas. Do Estruturalismo, advém o Funcionalismo que trouxe uma valiosa contribuição, considerando as "falhas" na linguagem forma produtiva e não apenas "erros" que seriam descartados da reflexão sobre a linguagem.
Dessa forma, surgem também, os Círculos Linguísticos, os chamados círculos eram constituídos por grupos de estudiosos que discutiam a linguagem sob determinadas perspectivas, dentre eles o Círculo Linguístico de Moscou, Círculo Linguístico de Praga, Círculo Linguístico de Copenhague e Círculo Linguístico de Viena, sendo assim, considera-se o desenvolvimento da Linguística a partir deles.
O Estruturalismo dominou a Linguística até os anos 1950, quando finalmente, Noam Chomsky promove uma mudança, com o surgimento da gramática gerativa, conjunto de regras que produzem as frases da língua, transformando a teoria da linguagem não apenas em descritiva, mas também em explicativa. A contribuição de Chomsky traz para a Linguística estudos que abrangem a área da lógica, da matemática e fundamentos biológicos da linguagem. Posteriormente, para conseguir manter às exigências das estruturas da linguagem,
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