As Favelas Brasil
Por: 40307 • 5/6/2015 • Relatório de pesquisa • 721 Palavras (3 Páginas) • 233 Visualizações
A mídia informa diariamente o cotidiano das favelas brasileiras e denunciam seus problemas, as políticas públicas têm colocado em sua agenda de atuações o tema da melhoria das condições de vida nas favelas. É impossível desconhecer este tema àqueles que vivem nas grandes metrópoles. A quantidade de pessoas que vivem em espaços informais nas cidades é enorme e sua existência é inerente à vida urbana. Há diversos aspectos ligados ao problemas das favela para este estudo, o principal propósito é nos interrogarmos sobre a relação existente entre a condição cidadã e a confi guração espacial. 9 Este trabalho está estruturado em quatro capítulos. No capítulo 1 denominado: “Favela: interface entre os habitantes e a natureza da cidade”, introduz a problemática da favela colocando sua questão não somente como habitacional, mas também econômica e social, demonstra através de dados estatísticos extraídos de outras pesquisas realizadas sobre o assunto, que as condições de infra-estrutura e econômicas das favelas brasileiras não são tão precárias como o comumente pensado pelo imaginário popular. Em seguida, traça um breve panorama brasileiro, com ênfase na cidade de São Paulo, através de uma análise do processo de produção e ocupação da habitação social, pretendendo focar sua análise na origem da favela paulistana. Tem como intuito dar subsídios ao leitor a cerca das questões que engloba a problemática da favela, para, então, passar para uma análise da favela de Paraisópolis propriamente dita. No capítulo 2 denominado: “Paraisópolis: origens, transformações, estrutura e forma”, estuda a favela de Paraisópolis a partir de seus aspectos históricos, estruturais e formais. Partindo da origem do assentamento em questão, traça sua história até o momento atual desenhando um panorama da ocupação espacial em diferentes momentos. Em seguida, utilizando iconografi a específi ca, principalmente mapas e fotos aéreas, faz uma análise da transformação espacial da favela de Paraisópolis analisando sua ocupação e de seu entorno nos anos de 1930, 1950, 1962, 1972, 1994 e fi nalmente 2007. Após a apresentação da origem e transformação de Paraisópolis, faz-se uma análise da favela diante das novas centralidades, para constatar o caráter privilegiado do assentamento na cidade de São Paulo. Tal característica se dá principalmente devido à sua localização em região central, em um bairro de classe média e, portanto valorizado da cidade, que proporciona a sua população fácil acesso ao mercado de trabalho e equipamentos públicos de saúde, educação e lazer, com ampla acessibilidade, devido a grande rede de transportes públicos. Passa-se então para o estudo dos aspectos formais da favela, apresentando dados, mapas, estatísticas e fotos, dando maior importância ao seu aspecto infra-estrutural. 10 No capítulo 3 denominado: “Confi gurações espaciais em Paraisópolis”, partindo do fato de que nos estudos desenvolvidos sobre as favelas brasileiras, estas são sempre caracterizadas como o espaço da negação, da falta, da carência, do outro, da precariedade de infra-estrutura e da marginalização, e entendendo que esta é apenas uma visão, para não dizer que seja uma visão equivocada, apresenta-se uma alternativa de análise da confi guração espacial da favela de Paraisópolis a partir de cinco conceitos elaborados para o estudo da cidade regular (limites, bairros, vias/ruas, pontos nodais e marcos) desenvolvidos por Kevin Lynch em seu conhecido trabalho denominado “A imagem da cidade1 ”, e de três conceitos criados para o estudo das favelas (fragmento, labirinto e rizoma) pensados por Paola Berenstein Jacques em seu livro denominado “A estética da ginga2 ” . Através do estudo destes oito elementos, e da aplicação dos mesmos para a favela de Paraisópolis, constata-se tanto uma analogia entre esta e a cidade regular, quanto singularidades muitos características da forma da favela. O capítulo 4 denominado: “Espacialidades do convívio, interface entre os habitantes e a estrutura de Paraisópolis”, tem por objetivo mergulhar no espaço público da favela de Paraisópolis para verifi car a apropriação espacial dos moradores no espaço auto-construído e espontaneamente criado, como se dá a interface entre seus moradores e a estrutura da favela de Paraisópolis. Para este estudo, faz-se necessário conceituar o espaço público e o signifi cado da rua no âmbito da arquitetura e do urbanismo. Revela-se a difi culdade da utilização do par dialético que é o publico e o privado, e novas formas de análise são adotadas. Passa-se então para o estudo dos espaços públicos propriamente ditos, onde a se revela uma intensa interação entre os habitantes e os espaços criados.
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