Atividade Individual Procurement FGV
Por: Mariana Turkie • 13/9/2022 • Trabalho acadêmico • 1.876 Palavras (8 Páginas) • 1.301 Visualizações
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Atividade individual
Matriz do projeto de logística de suprimentos | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Disciplina: Procurement e Desenvolvimento de Fornecedores | Módulo: | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Aluno: Mariana Bobrow Turkie | Turma: Procurement e Desenvolvimento de Fornecedores-0722-2_1 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tarefa: Atividade Individual | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
TÍTULO DA APRESENTAÇÃO | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Processos de Compra de Produto acabado pela Tip Top | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
INTRODUÇÃO Apresente a questão em linhas gerais. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Nesse trabalho, vou apresentar e analisar os processos de compra de produtos acabados pela empresa em que trabalho, a Tip Top. Sou a head buyer aqui na empresa, responsável por toda compra de produto acabado, tanto nacional como importado, e vou contar um pouco do caminho percorrido pelas roupinhas bonitinhas que vemos nas lojas, até chegarem nas lojas. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
CENÁRIO Apresente o cenário escolhido por você. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A Tip Top completa 70 anos e, durante esses anos, sofreu transformações em seu modelo de negócio, passando de fornecedora de magazines para franqueadora. A matriz da empresa, onde ficam os escritórios, fica no bairro da Barra Funda em São Paulo. É aqui que todo processo criativo de desenvolvimento de produtos é feito pela equipe de design. Temos duas grandes coleções no ano, inverno e verão, e, consequentemente, duas grandes compras por ano. Como temos fornecedores importados, o processo de desenvolvimento das coleções começa com um ano e meio de antecedência, já contando com lead time e logística. O produto de moda é bem perecível, pois a cada 6 meses, mudam todos os produtos. Trabalhamos com uma média de 500 SKUs por coleção, que são renovados a cada compra. A área de procurement está sempre trabalhando 3 coleções simultaneamente, uma embarcando, uma em processo de aprovação de amostras e produção e outra fazendo cotação. No momento, estamos recebendo o verão 23, aprovando as amostras do inverno 23 e cotando o verão 24. Nosso CD está localizado em Campo grande e temos 132 lojas na modalidade de franquias e 6 lojas próprias, em todo o território nacional. Todas as lojas devem receber os produtos no dentro do prazo, a tempo da troca de coleção, seguindo o calendário de moda. Antes da pandemia da COVID-19, 80% da coleção vinha de fornecedores importados, localizados na China, Índia, Paquistão e Bangladesh porém, a crise dos portos e a alta do dólar nos fez buscar alternativas de fornecedores nacionais. Hoje reduzimos o importado para 60% e o nacional já representa 40% da coleção, o que ajudou a reduzir nosso nível de estoques. No início da importação, em 2011, tivemos que nos adaptar internamente para importar e, a melhor solução encontrada, foi subordinar a coordenadora de importação à head buyer da empresa. Assim, conseguimos tomar decisões que otimizem os custos de frete e prazos e aprendemos o timing correto de colocar o pedido, pagar a antecipação e embarcar para que a carga chegue no nosso CD, em tempo de ser inspecionada, faturada e entregue nas lojas para as trocas de coleção. Todo produto importado fica armazenado na nossa unidade em Campo Grande. O estoque de produto importado é centralizado, pois precisamos comprar grandes volumes de uma vez por conta do lead time e perecibilidade do produto, que é comprado apenas uma vez. Dessa forma, também conseguimos otimizar nossos custos de frete trazendo apenas cargas FCL (full container load). A carga de cada fornecedor chega toda de uma vez no porto de Santos e de lá segue para o nosso CD em Campo Grande, de onde os pedidos das lojas são expedidos. Aprendemos, também, que nem todos os fornecedores com o melhor preço, são o melhor negócio. Já tivemos muitos problemas de atraso de entrega, problemas de qualidade e até fornecedores que simplesmente não entregaram. Hoje podemos dizer que temos alguns fornecedores parceiros em quem podemos confiar, o que nos dá vantagem competitiva em alguns tipos de produtos, como os macacões de pelúcia. Não utilizamos o critério AHP para a escolha dos fornecedores, que são feitas baseadas no tipo de produto, expertise do fornecedor e histórico de nível de serviço. A compra de produto acabado de fornecedores nacionais funciona de uma forma um pouco diferente. Os fornecedores faturam e entregam diretamente nas lojas, para evitar que os produtos sejam bi tributados e esse custo seja repassado para o cliente final. As lojas digitam os pedidos em nosso sistema, nós juntamos os pedidos de cada fornecedor e passamos todos juntos para eles. O estoque de produto acabado nacional é descentralizado, saindo diretamente dos fornecedores para as lojas, sem passar pelo nosso CD. Isso reduz a zero nosso custo de estoques de produto nacional, porém, ganhamos apenas royalties sobre eles. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
RELAÇÃO DE FORNECEDORES | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A cada coleção alteramos todos os produtos a serem comprados, por isso trabalhamos com diversos fornecedores, cada um com sua expertise. Saber onde alocar cada produto requer, além de conhecer as capacidades de cada fornecedor, conhecimento técnico do produto. Selecionei alguns dos principais fornecedores importados e nacionais com os quais temos um bom relacionamento e já trabalhamos há muitos anos. Importados:
Nacionais:
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MODALIDADE DE COMPRA Informe a modalidade de compra que tem sido praticada e avalie, criticamente, a sua adequação às demandas da organização. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
*Valores das últimas cargas trazidas de cada fornecedor A modalidade de compra dos produtos importados é FOB (free on board), o que nos responsabiliza pela carga assim que ela é entregue para o agente de cargas. Quando faço as cotações, sempre recebo o preço FOB do produto, pois este é o único incoterm aceito pelos fornecedores com quem trabalho. Conforme já mencionado acima, a decisão de importar logo fez surgir uma nova necessidade estrutural, que era um setor de importação com as capacidades necessárias nesta área, já que a Tip Top não tinha experiência com comércio exterior. Temos hoje na empresa, um setor de importação, dedicado à compra e transporte de toda mercadoria importada, incluindo a aprovação de amostras. Ter o domínio do canal de suprimentos importados nos permite alcançar uma economia de escala na hora da compra e do transporte, procurando trazer contêineres mais cheios possível. Saber exatamente o custo de transporte marítimo dentro do custo total logístico nos ajuda a executar o budget do departamento de importação para o ano seguinte, com maior assertividade. Acredito que a modalidade de compra FOB para produto importado tem atendido muito bem às necessidades da organização.
[pic 3] A maioria dos franqueados da Tip Top preferem quando a negociação com fornecedores nacionais seja de frete CIF (cost, insurance and freight), pois acreditam estar tendo a vantagem do frete grátis. A negociação com os fornecedores nacionais é feita entre a Tip Top, que fornece todo desenvolvimento do produto e uma carteira de 140 clientes e os fornecedores, que nos pagam royalties pelo uso da marca e garantia de pedidos. Nesse momento, negociamos as principais condições comerciais das vendas dos fornecedores para os nossos franqueados, como condição de pagamento, prazo de entrega e modalidade de compra. A maioria dos fornecedores aceitam, com a fixação de um pedido mínimo por loja, a modalidade de frete CIF, garantindo pedidos maiores mesmo tendo o trabalho extra com a entrega, pois o custo está embutido no custo da mercadoria. Acredito que a modalidade de compra CIF tem atendido, tanto as necessidades da organização, que não precisa se preocupar se a mercadoria chegará nas lojas, quanto dos franqueados, muitas vezes empresas familiares sem as capacidades necessária para coordenar entregas vindas de diversos lugares. Para os poucos fornecedores nacionais de produto acabado com modalidade de compra FOB, nós organizamos o transporte da mercadoria, do fabricante para os franqueados internamente, mas temos recursos limitados para isso na empresa já que temos que entregar todo importado. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE MILK RUN Analise as possibilidades e as condições de realização de um suprimento enxuto (Milk run) com os fornecedores que realizam as compras na modalidade FOB. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A indústria da moda não permite a realização de um suprimento enxuto no modelo Milk Run, que é um sistema de suprimento com coletas programadas nos fornecedores, uma vez que a maioria dos produtos comprados pela Tip Top, são comprados uma única vez com uma única entrega, pois 6 meses depois, novos produtos serão comprados para a próxima coleção. Além disso, as premissas para a implementação impossibilitam este tipo de suprimento com os fornecedores dos quais compramos FOB pois são, em sua maioria importados. Sendo uma das premissas a proximidade entre os fornecedores e compradores, não conseguimos atender pois nossos fornecedores estão em outro continente e longe uns dos outros. Também não conseguiríamos ter uma embalagem padronizada com uma variedade tão grande de produtos. Para a otimização dos custos de transporte e nível de serviço para os franqueados, seria interessante centralizar o suprimento de produto acabado nacional em nosso CD em Campo Grande. De lá, seguiriam junto com os produtos importados para as lojas. Os franqueados não precisariam se relacionar com os fornecedores, podendo centralizar a comunicação apenas com a franqueadora. Para os compradores também ajudaria muito na negociação, uma vez que muitos fornecedores nacionais deixam de nos atender pois não tem estrutura para faturar e entregar loja a loja. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
ANÁLISE DE VIABILIDADE Justifique, sob o ponto de vista econômico, a viabilidade da sua proposta. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O grande problema da proposta de centralização do suprimento do produto acabado nacional é a viabilidade econômica, pois no final, o produto seria vendido mais caro na ponta. Se os fornecedores nacionais entregassem sua produção em nosso CD, eles emitiriam uma NF que geraria a cobrança de tributos e quando a Tip Top faturasse estes produtos para as lojas, teriam que emitir outra NF que geraria a cobrança de tributos novamente. Essa bitributação do produto acabado nacional inviabilizaria um preço de venda competitivo no mercado. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
CONCLUSÃO Apresente as considerações finais do seu projeto. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Diante dos desafios de uma indústria de produtos não padronizados e com vida útil curta, a Tip Top buscou alternativas para se tornar competitiva no mercado de vestuário infantil. Se reinventou quando os produtos asiáticos invadiram o mercado nacional com preços impossíveis de alcançar se atualizando rapidamente para o processo de importação, coisa que jamais havia feito antes. Encontrou parceiros mundo afora e hoje é conhecida por um produto importado, que nunca fabricou, os famosos macacões de pelúcia de bichinhos. Quando o dólar começou a subir, mais uma vez a empresa agiu rapidamente para buscar fornecedores de produto acabado no território nacional, onde a taxa de câmbio não influenciaria. Encontrou uma forma de viabilizar a venda direta dos fornecedores para as lojas o que tornou o produto nacional ainda mais competitivo no mercado, chegando mais barato nas lojas que o importado. Esse movimento de voltar a produzir no Brasil, ajuda os fabricantes nacionais e a economia brasileira. |
Referências Bibliográficas:
RODRIGUEZ, Carlos Manuel Taboada. Apostila FGV, 2022.
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