CHIZZOTTI, A. A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e desafios
Por: Carvalho, Elisa • 26/10/2019 • Resenha • 801 Palavras (4 Páginas) • 1.042 Visualizações
1. TEXTO H1
CHIZZOTTI, A. A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e desafios. Revista Portuguesa de Educação. Ano/vol. 16. Nº. 002. Universidade do Minho. Braga, 2003, pp. 221-236.
1.1 OBJETIVO: evidenciar a evolução da pesquisa qualitativa, seu diálogo com as escolas filosóficas e apresentar os seus cinco marcos “históricos-epistemológicos”.
1.2 LINHAS ARGUMENTATIVAS
O artigo aborda a evolução da pesquisa qualitativa detalhando sua evolução histórica desde o século passado até a atualidade, e apresentando os desafios que destas nos dias de hoje.
“A pesquisa qualitativa recobre, hoje, um campo transdisciplinar, envolvendo as ciências humanas e sociais, assumindo tradições ou multiparadigmas de análise, derivadas do positivismo, da fenomenologia, da hermenêutica, do marxismo, da teoria crítica e do construtivismo, e adotando multimétodos de investigação para o estudo de um fenômeno situado no local em que ocorre, e enfim, procurando tanto encontrar o sentido desse fenômeno quanto interpretar os significados que as pessoas dão a eles.” (p.221)
“Uma partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível. [...]. O autor interpreta e traduz em um texto, zelosamente escrito, com perspicácia e competência científicas, os significados patentes ou ocultos do seu objeto de pesquisa. » (p. 221).
Dentro de uma discussão filosófica, a pesquisa qualidade possui o pressuposto básico de que a investigação dos fenômenos humanos, preenchidos de razão, liberdade e vontade, acabam por apresentar características específicas, tais como: criam e atribuem significados às coisas, e às pessoas nas interações sociais e estas podem ser descritas e analisadas.
“A pesquisa qualitativa abriga, deste modo, uma modulação semântica e atrai uma combinação que se aglutinaram, genericamente, sob este termo: podem ser designadas pelas teorias que as fundamentam: fenomenológica, construtivista, crítica, etnometodológica, interpretacionista, feminista, pós-modernista; podem, também, ser designadas pelo tipo de pesquisa: pesquisa etnográfica, participante, pesquisa-ação, história de vida, etc.” (p. 223)
São cinco os marcos da evolução da pesquisa: o marco inicial caracterizado pelo romantismo, idealismo, e às querelas metodológicas do final do século XIX; a segunda metade do século XX foi impulsionada pelos estudos socioculturais, nos quais a antropologia, constituída como uma disciplina distinta da história, se estabeleceu como a ciência dos grupos e comportamentos humanos, de suas vidas, do local onde vivem e, eles dão sentido às suas práticas e a sua vivência e coesão no seu grupo.
“A pesquisa começa a se profissionalizar: torna-se produto exemplar de um pesquisador acadêmico renomado que foi viver em lugar distante e original para estudar um grupo primitivo, diferente de sua cultura, partilhando do lugar, das experiências vividas, de suas práticas, ritos e celebrações para descobrir o sentido que eles são a tudo isso.” (p. 225)
O terceiro perdurou do Pós II Guerra até os anos 70, considerada a fase áurea da pesquisa qualitativa esta consolidou a pesquisa qualitativa como uma modelo, a partir das normas anteriormente estabelecidas. Ainda inspirados
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