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Caso Suzanne Von Richthofen

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Por:   •  22/3/2015  •  1.933 Palavras (8 Páginas)  •  788 Visualizações

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Em 31 de outubro de 2002, os pais de Suzane von Richthofen foram mortos a pauladas enquanto dormiam. Os assassinatos foram planejados por Suzane e executados pelo então namorado da jovem, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, e pelo irmão dele, Cristian Cravinhos de Paula e Silva. Os três foram condenados pelo crime.

Suzane nasceu em uma família de classe média alta de São Paulo. Ela e o irmão, Andreas, moravam com os pais, Manfred, engenheiro, e Marísia, psicanalista, em uma casa no Campo Belo. Estudante de direito na PUC, a jovem, então com 18 anos, namorava Daniel, de 21, havia três anos. De nível sócio-econômico inferior, Daniel não trabalhava, não estudava, e os dois usavam drogas.

Na noite de 30 de outubro de 2002, Suzane e Daniel levaram o irmão dela, Andreas, então com 15 anos, a um cybercafé, para ele passar a noite entretido com jogos de computador.

Dentro do carro modelo Gol, na garagem da casa, Daniel e Cristian vestem luvas cirúrgicas e meia de nylon na cabeça; intenção é não deixar nenhum vestígio. Foto: Arte/iG Após conferir que os pais estão dormindo, Suzane acende a luz do corredor que leva ao quarto, diz “vai” aos irmãos e desce as escadas correndo. Foto: Arte/iG Publicidade Daniel e Cristian entram no quarto e as agressões começam. Daniel bate na cabeça de Manfred, enquanto Cristian golpeia Marísia. Foto: Arte/iG Com traumatismo craniano, o casal começa a morrer por asfixia. Daniel vai até a cozinha e volta com uma jarra de água. Após jogar a água no rosto de Manfred, ele morre. Foto: Arte/iG Após verificar que a mulher agoniza, Cristian desce e pede sacos de lixo a Suzane. Ele volta, coloca uma toalha na boca de Marísia e a sua cabeça dentro de um saco preto. Foto: Arte/iG Com a certeza de que os dois estão mortos, reviram gavetas, espalham joias, e Cristian deixa um revólver 38 de Manfred perto de sua mão. Foto: Arte/iG Antes de deixarem a casa, os irmãos entram pela janela da biblioteca para parecer que os criminosos entraram por ali. Foto: Arte/iG

Em seguida, o casal encontrou-se com Cristian, à época com 26 anos. Os três seguiram no Gol de Suzane para a casa dela, na rua Zacarias de Góis. Pouco depois da meia-noite do dia 31, Suzane entrou com o carro pelo portão eletrônico. Dias antes, ela já havia desligado o sistema de câmeras e alarme da casa.

Dentro do carro, os irmãos vestiram luvas e meias de nylon na cabeça. Pegaram também os bastões de ferro e madeira que Daniel havia confeccionado, e o trio seguiu para dentro da casa.

Suzane subiu as escadas que davam acesso ao segundo andar, em direção ao quarto de seus pais. Ao confirmar que os dois dormiam, fez sinal para os irmãos. Os três pararam na porta do quarto. Suzane acendeu a luz do corredor de acesso ao quarto e desceu as escadas para não ver ou ouvir o crime.

Daniel entrou no quarto primeiro, seguido por Cristian. O namorado de Suzane tinha Manfred como alvo, enquanto seu irmão devia matar Marísia. O casal chegou a acordar e a abrir os olhos, mas não teve tempo de se defender. Eles foram golpeados seguidamente na cabeça com os bastões. Marísia ainda chegou a levantar o braço para tentar se proteger. Os golpes quebraram também seus dedos.

Apesar da agressão, o casal não morreu de imediato. “Quando uma pessoa sofre um traumatismo craniano grave, imediatamente, a base da sua língua não se sustenta mais, causando a morte por sufocamento”, afirma Ilana Casoy, que acompanhou a reconstituição, no livro sobre o crime “O Quinto Mandamento”. Assim, ao tentar respirar, “a estreita passagem provoca um ronco alto e horripilante que só cessa quando a morte se estabelece”. E foi o que aconteceu. O casal começou a fazer um barulho pelo qual os irmãos não esperavam.

Daniel correu para o banheiro e de lá voltou com duas toalhas molhadas. Cada um colocou uma toalha no rosto de sua vítima na esperança de finalmente matá-la por asfixia. Porém, as toalhas não solucionaram o problema. Daniel foi então à cozinha buscar uma jarra com água. Após jogar a água no rosto de Manfred, o barulho cessou.

AE

Suzane von Richthofen está presa e não receberá herança dos pais

Ao ver que Marísia continuava tentando respirar, Cristian enfiou uma toalha na boca da mulher e fechou sua cabeça dentro de um saco de lixo. O casal parecia estar morto.

Cumprida a primeira parte do plano, a dupla passou a trabalhar para fazer com que o crime parecesse latrocínio, ou seja, roubo seguido de homicídio. Orientado por Suzane, Daniel foi ao armário do closet com fundo falso. Retirou a prateleira e encontrou as joias de Marísia e o revólver 38 de Manfred. Ele espalhou as joias pelo quarto e jogou a arma em cima da cama. Cristian, que ficou incumbido de revirar as gavetas, resolveu colocar o revólver perto da mão de Manfred.

Os três afirmam que Suzane não participou do assassinato em si, mas não há certeza sobre sua posição na casa enquanto o crime ocorria e se, depois, ela viu os corpos dos pais.

De acordo com a reconstituição do crime, ela ficou no térreo, onde aproveitou para roubar o dinheiro em espécie que havia na casa, guardado dentro de uma pasta de couro com código. Suzane abriu a maleta pois sabia o segredo, mas Daniel depois cortou a pasta com uma faca para forjar o roubo.

"Chegamos em casa, eu entrei e fui até o quarto dos meus pais. Eles estavam dormindo. Aí, eu desci, acendi a luz e falei que eles podiam ir. Fiquei sentada no sofá, com a mão no ouvido. Eu não queria mais que meus pais morressem. Mas aí eu percebi que não tinha mais o que fazer, que já era muito tarde", confessou Suzane no depoimento após ser detida.

Para completar a encenação, espalharam livros pela biblioteca e também entraram pela janela da sala para deixar marcas de tênis. Os bastões ensanguentados foram lavados na piscina e tudo que foi usado no crime foi colocado dentro de sacos de lixo, tendo os três inclusive trocado de roupa.

O dinheiro roubado e algumas joias ficaram com Cristian, como pagamento por sua participação. Após o crime, ele foi deixado perto do apartamento onde morava com a avó, e o casal passou à terceira parte do plano: forjar o álibi. Os dois foram para a suíte presidencial do Motel Colonial, na Zona Sul, pela qual pagaram R$ 380. Com a nota fiscal em mãos, saíram do motel às 2h56 para buscar Andreas no Cyber Café. Posteriormente, detalhes como o motel e uma pistola encontrada dentro de um urso de pelúcia no quarto de Suzane só fizeram aumentar a revolta popular perante o crime.

Suzane deixou o namorado na casa

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