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Crise Capitalista

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Por:   •  6/2/2014  •  755 Palavras (4 Páginas)  •  411 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

CARLOS ANDRÉ RIBEIRO ROCHA

CRISE CAPITALISTA

SÃO LUÍS

2014

Determinantes e natureza da crise capitalista.

No meado de 2008 uma crise capitalista eclodiu no mercado financeiro de capital a partir dos movimentos especulativos dos ativos financeiros. Essa crise apresentou como característica principal a expansão significativa do capital fictício. O aparecimento desta crise está associado, verdadeiramente, a muitas ações políticas e econômicas adotadas ao longo das últimas décadas pelos governantes dos países capitalistas desenvolvidos e subdesenvolvidos que tinham como objetivo facilitar o movimento do fluxo de capitais entre as diversas praças financeiras do mundo.

O estouro da bolha especulativa das ações ligadas às empresas de alta tecnologia, as chamadas dotcom, que aconteceu entre o século XX e XXI, foi o anúncio do início dessa nova crise do capitalismo. Essa eclosão obrigou a massa de capital fictício ali acumulada, decorrente de uma crise menor ocorrida no setor, a encontrar novos espaços de valorização. Essa massa de capital fictício que não pode ficar parada, pois vai contra a lógica do processo de acumulação de capital, foi redirecionada para o mercado de financiamento de imóveis, principalmente o americano.

Mediante esse cenário, o mercado de imóveis dos Estados Unidos sofreu um grande aquecimento, resultando num aumento dos valores dos imóveis. Como consequência do processo de desregulamentação do setor, aumentou de maneira excessiva a oferta de crédito para o chamado grupo subprime do mercado, que são tomadores de empréstimo que não têm muitas garantias de pagamento do empréstimo feito.

Tudo ocorreu bem enquanto havia capital monetário para sustentar a oferta de crédito e consequentemente a compra de novos imóveis, mantendo o mercado aquecido. Porém, quando a oferta de capital não conseguiu mais acompanhar a alta no mercado, houve um descompasso no ciclo aumentando assim o número de ofertas e consequentemente a diminuição dos preços dos imóveis. Então veio a inadimplência causada pelo desaquecimento no mercado e a partir de então se instala a mais recente crise mundial do capitalismo.

Em função da expansão dos derivativos financeiros, vários instrumentos financeiros foram criados com base nesses mercados. Assim que os créditos de hipoteca sofrem a desvalorização por conta do estouro da crise, o seu efeito se espraia por todos os seus derivativos, uns em maior grau que outros, contaminando rapidamente os mercados financeiros e todos os agentes que neles estão inseridos. A crise no mercado subprime americano rapidamente se desdobra em uma crise dos mercados financeiros internacionais e, como consequência, da economia mundial capitalista. (CARCANHOLO, 2011, p. 78)

Marx em seu livro O Capital, defende que as crises não são apenas uma consequência do capitalismo, mas elas fazem parte do que é chamado de funcionamento normal desse sistema. A crise permite que na sua fase posterior um novo ciclo de crescimento da produção de valor seja estabelecido. Quando se entende a lógica de funcionamento do sistema capitalista, consegue se entender também o caráter real das crises.

Um dos aspectos que caracteriza esse modo de produção é a autonomização do valor em relação a seu conteúdo matéria, o valor de uso. Marx defende que no modo de produção capitalista consolidado, a mais-valia, extraída do valor de uso da força de trabalho, torna-se a categoria essencial do processo. Isso é o que ele chama de acumulação. Quanto maior for a mais-valia aplicada dessa forma, maior será a capacidade produtiva e maior a possibilidade de produção de valor. Em seu livro Marx aponta que “a medida que se desenvolve a produção e a acumulação capitalista, na mesma medida desenvolvem-se concorrência e crédito, as duas mais poderosas alavancas de centralização”. O crédito, ao mesmo tempo que é um elemento facilitador da produção, será também um fator potencializador das crises. Justamente o que ocorre na última crise capitalista relatada no início do texto.

Em resumo, o capitalismo funciona de forma que sua própria dinâmica interna o leva a situação de crise. Essa impossibilidade momentânea de valorizar o capital é o que salva o sistema da estagnação, sendo, logo em seguida, superada por um novo ciclo de prosperidade. Períodos de crises fazem parte do ciclo dinâmico do capitalismo e, enquanto o capitalismo dominar o sistema de produção mundial, sempre haverá crises.

REFERÊNCIAS

CARCONHOLO, M. D. Conteúdo e forma da crise atual do capitalismo: lógica, contradições e possibilidades. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/criticasociedade/article/view/14551/8279. Acessado em: 10/01/2014 às 17h30.

LIMA, R. A. A lei geral de acumulação capitalista e as crises cíclicas. Disponível em: http://www.anpec.org.br/encontro2009/inscricao.on/arquivos/000-7f1bc3aca1037b79e93ec6e0e8bd9ce2.pdf. Acessado em: 10/01/2014 às 17h43.

SABADINI, M. S. Capitalismo em crise: a natureza e dinâmica da crise econômica mundial. Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/resenha162resenha4.pdf . Acessado em: 10/01/2014 às 21h16.

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