Resenha Politica Social no Contexto da Crise Capitalista

Universidade Unigranrio – Campus Nova Iguaçu

Aluno: Lohran Santos da Conceição Machado Guia        Matrícula: 2402689

Disciplina: Fundamentos Históricos – Teórico – Metodológicos de Serviço Social VII

Professor: Diego Rivas

 

BEHRING, Elaine Rosseti. Política Social no Contexto da Crise Capitalista.

O estudo das políticas sociais é um componente principal no processo de formação profissional dos Assistentes Sociais, uma vez que além desse profissional ser responsável em pensa-las e executa-las, é nas políticas sociais que esses profissionais são empregados.

A autora afirma que as políticas sociais é resultado do conflito existente entre capital e trabalho, sendo atenuadas pelas lutas de classe. As políticas sociais surgem como “amortecedor” desse conflito, sendo mediadora da relação economia x política. A autora aponta também que o estudo dessa matéria é recente. Somente a partir da década de 1970 que a matéria passou a ser discutida de forma mais ampla. Isso se deve pelo fato de que as políticas sociais não eram pensadas numa conjuntura mais ampla, sendo os assistentes sociais apenas meros executores dessas políticas, numa atuação funcional aos interesses da classe dominante.

Nesse contexto, a autora discorre sobre o papel das políticas sociais nas grandes crises do capital, principalmente no período do liberalismo clássico, do keynesianismo-fordismo e do neoliberalismo. Conforme foi dito anteriormente, as políticas sociais surgem para mediar e amenizar os conflitos existentes na relação entre o Estado e a Sociedade Civil, abalada principalmente no decorrer das grandes crises onde a sociedade civil sofre com descaso do Estado, vivenciando as expressões da questão social.

Segundo BOBBIO (1988), No período liberal o Estado tinha apenas três funções: defesa contra os inimigos externos; a proteção de todo o indivíduo de ofensas dirigidas por outros indivíduos e o provimento de obras públicas, que não possam ser executadas pela iniciativa privada. O Estado liberal combina-se com darwinismo social, onde a inserção social dos indivíduos era determinada através de uma seleção natural. Resumindo, não se considerava necessário a implementação de mecanismos de proteção social, pois sua condição social era determinada naturalmente. LUX (1993) define bem isso, pois segundo ele “há um direito que geralmente se pensa que o homem possui e que estou convicto de que ele não possui nem pode possuir: o direito de subsistência, quando seu trabalho não a provê devidamente”.

A argumentação liberal se enfraqueceu no final do século XIX, principalmente com o crescimento do movimento operário na busca do reconhecimento da cidadania e melhores condições de trabalho e com a concentração e monopolização do capital, onde mercado será liderado por esses grandes monopólios que cada vez mais necessitarão do investimento de instituições financeiras, derrubando a falsa ideia do individuo empreendedor por sentimentos morais. Essa concorrência feroz entre as grandes empresas resultou a crise de 1929/1932, conhecida como a grande depressão. Nesse cenário de desemprego, pressão social e escassez de matéria prima, a solução encontrada foi implementar a teoria keynesiana agregado ao pacto fordista. Nesse sentido, o Estado tem legitimidade para intervir por meio de um conjunto de medidas econômicas e sociais, tendo em vista gerar demanda efetiva, ou seja, disponibilizar meios de pagamento e dar garantias ao investimento, inclusive contraindo déficit público, tendo em vista controlar as flutuações da economia, além de se ter uma produção em massa para um consumo em massa e a consolidação de acordos coletivos com os trabalhadores dessas grandes empresas, maximizando a expectativa de pleno emprego, contribuindo para consolidação do Estado de bem estar social. (BEHRING)