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Crise do serviço social tradicional

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Por:   •  24/11/2014  •  Artigo  •  987 Palavras (4 Páginas)  •  452 Visualizações

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A crise do Serviço Social TradicionalEdit

No Brasil, durante o governo de Jânio Quadros (1960-1961), no ano de 1961 e, logo depois de João Goulart (1961 - 1964) - popularmente conhecido como Jango entre 1961 e 1964, a sociedade se dividiu, entre o apoio ao projeto de aprofundar o desenvolvimento dependente e associado do capitalismo, e a ruptura com esse padrão de desenvolvimento, avançando no processo de industrialização a partir do nacionalismo econômico de Getúlio Vargas, com as "reformas de base" (reformas estruturais: nos setores universitário, fiscal, político e agrário). Estas reformas contavam com o apoio das massas populares (trabalhadores, camponeses, estudantes e intelectuais) que estavam muito ativas naquela época. Com a ditadura de 1964, consolida-se o caminho de desenvolvimento capitalista associado aos grandes monopólios fundamentalmente de origem norte-americano.

Segundo Marilda Iamamoto a "questão social" no Brasil durante a consolidação do capitalismo monopolista, pode ser definida como "queda do padrão de vida dos trabalhadores" causada pelo aumento da taxa de exploração da força de trabalho obtida através da política de "arrocho salarial". Com esta política procurava-se atrair o investimento externo, para alavancar o desenvolvimento industrial, e inserir a economia brasileira na nova divisão internacional do trabalho pautada pela internacionalização da produção. Na ditadura, a "questão social", foi enfrentada por parte do Estado e do empresariado através da repressão e da assistência. A assistência via-se expandir criando o mercado nacional de trabalho para o Serviço Social. Ao mesmo tempo, os serviços sociais começaram a ser explorados como fonte de acumulação do capital, e não apenas como instrumentos de redistribuição de renda.

A bifurcação dos caminhos que se colocou na sociedade brasileira nos anos sessenta, aconteceu também na América-latina, alimentada pela influencia da Revolução Cubana, que demonstrava factualmente que era possível um caminho de ruptura com o imperialismo dos EUA e o desenvolvimento socialista da sociedade.

No Serviço Social esta disjuntiva político-social se refratou no corpo profissional na forma de um movimento de renovação ou reconceituação profissional que apresentou duas faces: modernização e ruptura. O movimento de reconceituação começou no Cone Sul da América-latina (no ano de 1965 se realizou o I Seminário Regional Latino-americano de Serviço Social em Porto Alegre) e se espalhou pelo resto do continente ao longo de aproximadamente uma década.

Na modernização temos a vontade de transformação do Serviço Social de tecnologia em ciência, adotadando para isto o método científico. Na ruptura, temos a descoberta da ideologia como uma região, ou esfera da sociedade. Poder-se-ia dizer que aqui também existia a vontade de fazer do Serviço Social uma ciência, sendo para isto necessário, que o Serviço Social rompa com as ideologias ou que se defina a favor de uma das ideologias. Através da ideologia era possível pensar a relação entre o conhecimento e os interesses sociais quebrando assim a circularidade e auto-suficiência do processo de conhecimento do positivismo. Com esta formulação o Serviço Social abandonava o lugar de neutralidade que tradicionalmente ocupava, se afastando também da proposta modernizadora (e positivista) já que esta era considerada como uma proposta "ideológica" que visava a mascarar as relações sociais entre as classes.

A renovação do Serviço Social poderia ser explicada na trilha de Marilda Iamamoto (IAMAMOTO; CARVALHO, 2001), como uma tentativa de resposta à crise de legitimidade do Serviço Social. Trata-se de uma dupla crise de legitimidade: funcional e social. Para a crise de legitimidade funcional, ou seja com os empregadores (basicamente o Estado), a "saída" consiste na tecnificação da prática profissional, dando lugar a uma perspectiva modernizadora do Serviço Social. Entretanto, quando é uma crise de legitimidade social (em relação às demandas dos usuários, ou dos segmentos sociais

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