DA CIÊNCIA BIOLOGICA A SOCIAL: A TRAJETÓRIA DA ANTROPOLOGIA NO SÉCULO XX

DA CIÊNCIA BIOLOGICA A SOCIAL: A TRAJETÓRIA DA ANTROPOLOGIA NO SÉCULO XX

Durante séculos, no Ocidente, o homem foi considerado um ser a parte da natureza, o ultimo ato de uma criação divida, uma espécie de anjo caído, banido do paraíso terrestre em função de um pecado original. Foi o naturalista sueco Lineu (1707-1778) que em sua classificação zoológica divide a espécie Homo em Sapiense Sylvestres, colocando neste ultimo ramo o orangotango.

As ideias biológicas desenvolvidas a partir do século XVIII, atingem o seu clímax em 1849 com a prublicacao da Origens das Espécies de Charles Darwin.

As diversidades de comportamento e de desenvolvimento social , constatadas entre as diferentes sociedades humanas, levavam os antropólogos a buscar explicações cientificas. Estas eram baseadas em um determinismo biológico. Os homens agem diferencialmente porque são biologicamente diferentes e essas divergências são resultantes de um processo evolutivo. Algumas raças já teriam percorrido todas as etapas desse processo e, por isso, consideradas superiores. Outras estariam no meio do caminho, algumas delas ainda não superaram as primeiras etapas, portanto são consideradas inferiores.

O homem passa, então, a ser um objeto de estudos em laboratórios de ciências naturais. Os antropólogos usam e abusam da sematologia, o estudo exaustivo das diferenças fenotípicas. Desenvolvem um amplo fundamental de medicações. Estranhos aparelhos são usados para medir a dimensão do crânio: surge mesmo um método o craneométrico.

Não somente o formato de crânio e investigado, mas, também a sua capacidade em centímetros cúbicos, como se uma maior dimensão significasse um grau maior de inteligência. Outras medições são feitas, a de altura, de envergadura, o comprimento dos membros e etc. Os tipos de cabelos são pesquisados a graduação de cores da pele e etc. Buscam correlações entre esses indicadores e diversos grupos humanos.

Inocentemente, nada mais fazem do que fornecer munições para as ideias racistas. Não e por acaso que a antropologia Biológica, como era feita no século XIX, foi mais tarde uma ciência muito conceituada pelos nazistas que insistiam em acreditar no mito das raças superiores.

A antropologia no seu sentido mais amplo, vai gradativamente surgindo como uma opção. Antes do final do século já se encontra divida em seus ramos principais: Antropologia Física, Arqueológica, Etnologia (ou antropologia cultural), linguística e etc.

Na sexta década do século XIX, temos os primeiros sinais de ruptura de uma parte da antropologia rumo a sua definição como ciência social.

Os seus trabalhos tem como objetivo buscar a gêneses das modernas instituições jurídicas e sociais. Para isso, sem sair dos seus gabinetes de estudo, utilizavam dados coletados por terceiros (viajantes, missionários, funcionários coloniais e etc.) sobre os povos denominados primitivos, que consideravam então como sobreviventes de um período arcaico da historia da humanidade.

Consideravam que esses povos estariam vivendo as mesmas etapas de desenvolvimento que os europeus tinham vividos a milhares de anos. Buscavam com base na historia dos povos primitivos a compreensão das instituições sociais e contemporâneas. Alguns deles incluíam nessas buscas a historia