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Ensaio sobre Poder e Conhecimento

Por:   •  17/4/2016  •  Ensaio  •  976 Palavras (4 Páginas)  •  410 Visualizações

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Ciências da Informação e da Documentação

Ensaio sobre Poder e Conhecimento

Discente: Juliana Bonazzi von Zuben

Docente: Marco Antônio de Almeida

Maio de 2004

O objetivo deste ensaio é estudarmos a relação de poder e conhecimento, principalmente nos meios midiáticos atuais. Para tanto, precisamos fazer uma retrospectiva, que de início podemos chamar de “histórica”, para mostrar como o poder e o conhecimento se apóiam mutuamente.

Foi no tempo dos antigos assírios, talvez até antes, que surgiu o interesse dos governos em coletar e armazenar informações sobre os povos que controlavam. Porém, foi só com a centralização crescente da administração, no início da era Moderna, que os governantes passaram a se interessar sobre a vida dos governados, fosse para aumentar os impostos, para o alistamento militar, para o conhecimento e/ou melhoramento da vida de seu povo.

Como o clero detinha praticamente todo o monopólio da alfabetização, podemos dizer que a Igreja foi a pioneira na coleta, no armazenamento de informações, tais como registros de nascimentos, casamentos e mortes. A instituição eclesiástica mais interessada na reunião de conhecimentos foi a Inquisição, sobretudo de países como Espanha, Portugal e Itália, pois era através dessa reunião de conhecimento que ampliaria ainda mais o controle sobre a vida dos fiéis, podendo assim censurá-los, oprimi-los.

Outras formas de obtenção de informação surgiram, como: mapeamento do Estado (cartografia); censos, estatísticas (interesse pelos números) e passes de identificação dos indivíduos ( que eqüivaleria, hoje, a “carteira de identidade”). Graças a esses métodos, o governo estava cada vez mais bem informado.

Portanto, até o início do século XX, o Estado, com a ajuda da Igreja, torna-se o centralizador da informação. Mas o que é o Estado? Estado é o conjunto de instituições resultantes do estabelecimento da diferença entre governantes e governados e da institucionalização dessa diferença. E o Estado é sempre lógico, pois é decorrente de uma situação social concreta. Tem como “serviço” as atividades jurídica, legislativa, administrativa e executiva.

Mas, assim como disse Bordieu (1996), pensar o Estado é arriscar-se a assumir um pensamento de Estado, ou seja, naturalizar categorias de pensamento construídas pelo próprio Estado. Para isso, precisamos romper com as pré-noções e os pressupostos. Pôr em dúvida tanto o conformismo “moral” como o conformismo “lógico”.

Também para Bordieu (1996), o Estado é o resultado do processo de concentração de diferentes tipos de capital. Temos o capital de força física, o capital econômico, e o simbólico; mas as formas de capitalismo que nos interessam são o de Informação e, vinculado a ele, o capital cultural.

É através do Capital de Informação que o “Estado concentra a informação e realiza uma unificação teórica, tornando-se o responsável pelas operações de totalização, como recenseamento, estatística, contabilidade nacional, ou simplesmente por meio da escrita, instrumento de acumulação do conhecimento ( por exemplo, com os arquivos), implicando na centralização e na monopolização em proveito dos amanuenses e dos letrados.” (Bordieu, 1996)

Já o Capital Cultural, que também exerce um papel unificador, exerce a função de criação de sistemas de classificação que moldam e impõem estruturas mentais, formas de pensar, visões e divisões comuns. Isso acontece, sobretudo, por meio da Escola que durante o

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