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Estudos antropológicos

Por:   •  2/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.399 Palavras (10 Páginas)  •  343 Visualizações

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Estudos Antropológicos do Turismo

  • Texto 1: O que é etnocentrismo?
  • Definição: visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos; os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos mundos, em geral, nossa definição do que é existência
  • Sociedade do “eu” (“melhor”) x sociedade do “outro” (“atrasada”)
  • Pelo “eu”, o outro é alguém calado, mera imagem sem voz
  • Os ideais etnocêntricos de certos grupos são baseados em formulações ideológicas, que transforma a diferença pura e simples num juízo de valor.
  • É necessário a relativização  ver a diferença do outro com sua própria lógica e ampliar sua visão de mundo, encaixado a cultura do outro no tempo e no espaço, além de percebê-la como uma relação sujeita a transformação.
  • Nos obriga abrir mão de nossas certezas etnocêntricas em nome de dúvidas que nos levam a pensar novos sentidos para a compreensão da sociedade do eu ou do outro.
  • História da Antropologia
  • Evolucionismo
  • “O outro é diferente porque possui diferente grau de evolução”. Sociedade do “eu” mais adiantada e a do outro mais atrasada.
  • Ex: evolucionistas pensavam que os australianos aborígenes haviam parado num estado primitivo e os ingleses avançado.
  • Item medidor – cultura é o todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, leis, moral, costumes e quaisquer outras habilidades adquiridas pelo homem enquanto membro da sociedade
  • Porém, esses conceitos são relativos (em certas sociedades os conceitos acima talvez nem sequer existam)
  • Acreditavam que a mudança nas sociedades era devido ao avanço da ciência. Era a História com “H” maiúsculo, baseada na cronologia mundial.
  • Não existia relativização, porém carregava uma semente, já que se dispõe a pensar sobre o outro.
  • Franz Boas
  • Trouxe à tona a importância de estudar as culturas humanas em seus particulares. Cada grupo produzia sua própria cultura. Começo do relativismo e aceitação da pluralidade cultural.
  • Entretanto, não organizou uma teoria de cultura.
  • Enfatiza o empréstimo cultural como capaz de repercutir os caminhos trilhados por toda cultura humana. É a história com “h” minúsculo, que dá importância aos acontecimentos históricos vividos por uma cultura.
  • Escola personalidade/cultura
  • Relação entre a mentalidade/psicologia com a cultura por eles vivida. A cultura marca as características que quer nos indivíduos ali formados (como se pode ou não se pode ser) e ela mesma se torna função do temperamento e da personalidade de seus membros.
  • Escola linguagem/cultura
  • Estrutura de uma língua é determinante para sua visão de mundo
  • Escola cultura/ambiente
  • Relação entre o geográfico, ecológico, físico e a cultura. O ambiente se torna decisivo para explicar uma determinada cultura – levando em conta aspectos como equilíbrio, preservação e mútua dependência.
  • O reducionismo foi a dificuldade encontrada por Boas para explicar uma coisa que contém várias outras a partir de uma única das coisas contidas. Deixou muitos “estilhaços”.
  • Radcliff-Brown
  • O presente de uma cultura não necessariamente é explicado pelo seu passado – estudos sincrônicos, e não diacrônicos. Assim, é possível ver seu funcionamento em seus próprios termos.
  • Algumas instituições desempenham uma função crucial na manutenção do processo e da estrutura. Se uma sociedade for “atacada” numa função básica, se descaracteriza imediatamente.
  • Durkheim
  • Fato social: uma maneira de agir fixa, não geral, em uma sociedade, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter”
  • É coercitivo, extenso e externo – autonomia do social
  • Não é possível se excluir

  • Malinowski
  • Navegar à diferença, viajar ao outro. Inauguração do “trabalho de campo” – maior instrumento de relativização. Busca entender o significado da sociedade estudada.
  • Viagem a Trobriand: entender os povos da ilha, e a festa Kula, uma troca de presentes entre parceiros pré-determinados, onde cada regalo possuía um importante significado.
  • Conhecer a diferença como alternativa a ser preservada, captar as lógicas e práticas através das quais todos nós atualizamos os códigos de nossas culturas.
  • Texto 2: Observando o familiar
  • Parte das premissas tradicionais do trabalho de campo da Antropologia como o olhar imparcial, a observação participante, a entrevista aberta e o contato direto/pessoal por um tempo razoavelmente longo, com o objetivo de conhecer certas áreas ou dimensões de uma sociedade.
  • Tentar pôr-se no lugar do outro e de captar vivências particulares exige um mergulho profundamente difícil.
  • Transformar o exótico em familiar, e o familiar em exótico.
  • Como observar cenas cotidianas com as mesmas pessoas, e a partir daí, procurar saber mais sobre a vida delas.
  • O familiar é objeto relevante para perceber a mudança social a nível do cotidiano. Permite, assim, estudar a sociedade sem muita paranoia, e por outro lado, ser mais modesto.
  • O fato de dois indivíduos pertencerem à mesma sociedade não significa que estejam mais próximos do que se fossem de sociedades diferentes.
  • O que sempre vemos e encontramos pode ser familiar, mas não é necessariamente profundamente conhecido.
  • Crítica à hierarquia social: cada categoria social tem o seu lugar através de estereótipos, sendo assim, a possibilidade do conflito é permanente, e a realidade fica sendo negociada entre indivíduos com interesses diferentes.
  • É necessária a investigação e reflexão sobre a sociedade: questionamento e exame sistemático de seu próprio ambiente.
  • Em uma cena cotidiana, a observação e a interpretação do familiar pode estar comprometida pela lógica pessoal de hierarquia e distribuição de poder.
  • Os estudos de uma sociedade familiar podem estar sujeitos a novos testes e revisões, ao contrário de sociedades exóticas.
  • A antropologia pode entrar em conflito com outros “Investigadores da sociedade”, como artistas.
  • O estudo do familiar (ver como algo complexo) oferece vantagens em termos de rever e enriquecer os resultados das pesquisas. Permite um maior remapeamento da sociedade, além de poder perceber a mudança social também como resultado acumulado e progresso de decisões e interações cotidianas.
  • Texto 3: O que é racismo?
  • Raça: elenco de características anatômicas
  • Racismo
  • Assenta-se em uma falsidade científica devido as “raças invisíveis” – o conjunto interno de características genéticas. Não existe raça pura – se existisse, seria dizimada por não sofrer mutações.        
  • Usado pelos europeus para isentá-los de culpa por tanto sofrimento causado aos outros. Foi baseado nas ciências, o que era conveniente aos europeus
  • É cultural.
  • No Brasil
  • Brasileiros reagem de imediato quando acusados de racistas, dando podres justificativas.
  • Preconceito racial vem à tona num momento de competição.
  • Os brancos esperam que as minorias raciais cumpram corretamente “os papéis” que lhe passaram – no caso do negro, artista, gari, jogador de futebol, etc. Caso fracassassem, a culpa era da cor da pele.
  • Os negros dão o troco para cima dos brancos, assustando quem ainda crê em uma “democracia racial brasileira” – algo criada pela elite para vender esta imagem ao exterior
  • No passado, o racismo era paternalista (sem conflito) evoluindo para um com conflito (aberto).
  • Campanhas abolicionistas – pautas:
  • Modernização do Brasil
  • “Aliviar o sofrimento dos pobres pretos”
  • Depois da abolição, ninguém pensou em usar os “não-brancos” como trabalhadores livres, e sim os europeus – “quanto mais branco, melhor”
  • Não acreditavam que os “não-brancos” eram capazes de acompanhar o novo trabalho – inteligente e responsável
  • A cor é tratada de forma penosa, como um defeito – acontece a ocultação do pobre, de cor. Não conseguem, assim, avançar em suas carreiras.
  • Os movimentos negros não são ainda compostos por uma maioria popular.
  • Texto 4: Como opera a cultura – lente na qual o homem vê o mundo
  • Cultura como condicionante fisiológico
  • Riso, posição de um povo perante o mundo, modo de comer, boas maneiras, referências de conhecimento, trabalho de parto, etc.
  • Cultura como condicionante biológico
  • Apatia – contrário ao etnocentrismo – abandono de suas crenças e valores – levando a dizimação
  • Caso de tribos indígenas que foram invadidas pelo homem branco e seus seres sobrenaturais e demais crenças não os protegeram – desacreditam em sua cultura – “morrem de vez”.
  • Cultura pode provocar sensação de fome e doenças, reais ou imaginárias.
  • Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura, tendo uma participação limitada pela idade (impedimento por ser criança ou idoso) ou por fatores estritamente culturais (como ser mulher e não poder participar de trabalhos da sociedade)
  • Assim, é necessário ter o mínimo de conhecimento em sua cultura para viver em sociedade.
  • Padrões não cobrem todas as situações possíveis.
  • Cultura tem lógica própria
  • “Muito do que supomos ser uma ordem inerente da natureza, não passa, na verdade, de uma ordenação que é fruto de um procedimento cultural”
  • “Cada cultura ordenou ao seu modo o mundo ao seu redor”
  • Cultura é dinâmica
  • Os homens têm a capacidade de questionar seus próprios hábitos e modifica-los
  • O contato com outras culturas estimula a mudança mais brusca, geral e rápida do que uma mudança essencialmente interna.
  • Texto 5: Índios pataxós
  • A mudança cultural não pode ser vista apenas pela aculturação, pois podem surgir vários novos elementos culturais tradicionais – recriação da própria cultura
  • Aproveitamento da “baianidade” – se autoproclamam índios baianos, com o objetivo de entrar no cenário esperado pelo turista.
  • Tradição como construção simbólica – continuidade e descontinuidade – visa estabelecer uma conexão com os índios do descobrimento  tradição articulada contra a cultura branca
  • Pataxós procuram diferenciar suas artes turísticas dos objetivos de troca trazidos pelos brancos das suas artes definidoras de tradição.
  • Emergência de um novo contexto cultural – redefinição dos parâmetros de legitimidade e autenticidade para os indígenas.
  • Dinâmica cultural pataxó – renovação de seus elementos culturais em contato com o fluxo turístico.
  • Turismo étnico se torna uma arena privilegiada para uma população étnica.
  • Texto 6 – Você tem cultura?
  • Cultura às vezes é usado como sinônimo de sofisticação, de sabedoria, de educação – relacionado à capacidade de compreender ou organizar certos dados e situações. Equivalente à volume de leitura e outras informações.
  • Cultura pode ser usada para classificar pessoas e como uma arma discriminatória contra sociedades, etnias, sexo, idade, etc.
  • Cultura, pela antropologia, é uma maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Receituário/código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas.
  • A cultura acaba fornecendo respeito, normas, possibilitando uma coexistência.
  • É um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado.
  • Sua possibilidade de atualização, expressão e reação são infinitas
  • Bom instrumento para compreender as diferenças entre homens e sociedades.
  • Não há homens sem cultura, e a cultura nos permite comparar configurações culturais como entidades iguais (sem estabelecer hierarquias), a fim de entende-las.
  • Permite traduzir melhor a diferença entre nós e os outros, além de resgatar a nossa humanidade no outro, e a do outro em nós mesmos.

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