Extensão Rural
Exames: Extensão Rural. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Mcalixto • 2/12/2013 • 5.134 Palavras (21 Páginas) • 197 Visualizações
CONHECENDO A EXTENSÃO RURAL
"Por que cometer erros antigos se há tantos erros novos a escolher?" Bertrand Russel
1. O QUE É EXTENSÃO RURAL
A Extensão Rural (ER) é um processo de educação não formal para promover mudanças de
atitudes e de comportamentos individuais e coletivos que levem ao desenvolvimento e melhoria da
qualidade de vida da população rural. Deve ocorrer através de trocas de conhecimentos entre o
extensionista e seu público alvo, onde ambos aprendem e crescem e a cultura e os valores do
educando são respeitados pelo educador.
A ER está tradicionalmente ligada ao aumento de produção e produtividade agrícola, à
melhoria da qualidade dos produtos e à gestão mais racional dos recursos – o Desenvolvimento Rural.
É um instrumento valioso na divulgação de conhecimentos, ligada diretamente à difusão-adoção de
inovações tecnológicas. A ER foi e é, em muitos países, um elemento influente que, tem estimulado
aumentos de produção, permitindo alcançar a auto-suficiência alimentar e a geração de excedentes
para exportação (Estados Unidos, Austrália e Brasil).
Recentemente, iniciou-se na Tailândia um programa para prevenir a deficiência de vitamina A. Os organizadores
do programa decidiram incentivar a produção e consumo de abóbora que é particularmente rica em vitamina A.
Esta decisão foi tomada depois de uma discussão com os representantes das comunidades envolvidas.
Realizaram-se entrevistas com mães, lideranças e agentes de saúde. A implementação das atividades de
extensão foi delegada às nutricionistas especializadas em ER e aceita pela comunidade.
Essa mesma extensão, através da mudança de hábitos e da introdução de novas tecnologias,
tem provocado situações de desequilíbrios econômicos e sociais. A substituição de espécies
tradicionais por cultivares comerciais (gerando problemas nutricionais), a utilização intensa de
produtos químicos na agricultura (causando de desequilíbrios ambientais) e a utilização de tecnologias
de uso intenso de capital (provocando, desemprego e êxodo rural) são exemplos de ações
equivocadas da ER.
As intervenções de educação nutricional em ER não devem se desenvolver de forma
independente, mas fazendo parte de programas mais amplos destinados a melhorar as condições de
saúde, nível de renda, meio ambiente, alimentação, etc.. Elas devem levar à população envolvida
condições de desenvolvimento sócio-econômico e melhorar sua qualidade de vida. A ER deve ser
então parte desta estratégia para o desenvolvimento e não um fim em si mesma.
Num projeto realizado em Itinga, Vale do Jequitinhonha, a ER foi o agente incentivador de projetos desenvolvidos
pelos membros da comunidade. As ações de conscientização e motivação da população, realizadas de forma
participativa pelos extensionistas, utilizando temas de nutrição, culminou com um projeto extremamente bem
sucedido. A extensão em nutrição conduziu à elevação dos parâmetros nutricionais das crianças e dos idosos com
a participação ativa das comunidades rurais, atuou também no melhoramento das condições de saúde, na
qualidade da água e na produção agrícola, entre outros. Todas estas ações contribuíram para uma tomada de
consciência por parte das famílias, quanto à necessidade de cuidar melhor do preparo dos alimentos.
A ER na área nutricional é uma atividade que requer a participação ativa de especialistas de
diferentes setores: Educação, Comunicação, Agricultura, Saúde Pública, Comércio, Indústria entre
outros. Uma análise dos problemas nutricionais pode revelar que eles são resultado da interação de
múltiplos fatores, requerendo uma estratégia de atuação que integre estes setores da sociedade.
A maior parte das pessoas comem porque sentem fome, a sensação de fome leva-as a
comerem, mas não lhes diz o que comer. Os extensionistas em nutrição devem possuir conhecimentos
básicos de nutrição, para ajudar a família rural a cultivar e selecionar alimentos variados, conservar e
preparar adequadamente seus alimentos, desenvolver bons hábitos alimentares e levar uma vida ativa
e saudável. A participação do nutricionista neste processo é fundamental.
2. A REVOLUÇÃO VERDE
A Revolução Verde nasceu em 1943, com o discurso de acabar com a fome no mundo. Seu
modelo teórico, concebido nos escritórios das Fundações Ford e Rockfeller, era razoavelmente
simples. Deveriam ser geradas variedades de plantas altamente produtivas (onde era produzida uma
espiga deveriam ser produzidas duas), assim como deveria ser estruturado um serviço eficiente para
transferir estas novas variedades (também raças de animais) aos agricultores que, adotando as
inovações, passariam a dobrar suas produções, ganhando o dobro. O resultado é que esta maior
produção seria então colocada à disposição das populações necessitadas.
Além destes reflexos
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