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FAMILIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: AUSENCIA DE POLITICAS DE EMPREGO E DETERIORAÇÃO DE VIDA.

Por:   •  30/4/2015  •  Artigo  •  2.155 Palavras (9 Páginas)  •  307 Visualizações

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FAMILIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: AUSENCIA DE POLITICAS DE EMPREGO E DETERIORAÇÃO DE VIDA.

INTRODUÇÃO

Há décadas vem ocorrendo mudanças no plano socioeconômico - cultural relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista, o que interfere na organização e estrutura familiar contemporânea. Partindo desse pressuposto e tendo como base o contexto sócio histórico em que essa família foi gerada é possível afirmar que no mundo contemporâneo a família passou a se constituir sob a ótica do “mercado” e do “consumo”. Nesse contexto o presente estudo tem como proposito ponderar acerca dos efeitos da contemporaneidade nas relações familiares, tendo como base as várias mudanças socioeconômicas advindas do advento do capitalismo.

Tomando como base o mundo de hoje podemos afirmar que mudanças avassaladoras e profundas de comportamentos, valores e principalmente de identidades vêm acontecendo. Essas modificações ocorridas ao longo do tempo nos possibilitam observar ou até mesmo viver encadeamento de novos tipos de relacionamentos efêmeros, frágeis e superficiais.

Com todo esse leque de diversidade, o amor, afeto, enfim, os sentimentos passaram a ser um desafio dentro da própria família uma vez que aprender a respeitar, entender as diferenças e aprender a educar os filhos, dentro de suas limitações e dificuldades é algo que exige cada vez mais um esforço maior por parte de todos os membros da família contemporânea, pois junto aos novos “modelos” familiares temos novos processos de adaptação.

Partindo desse método analítico, o presente estudo busca propor uma reflexão, acerca do impacto das transformações socioeconômicas e culturais, sobre a família, tendo como base as mudanças proporcionadas principalmente a divisão social do trabalho segundo a visão de Marx, Weber e Durkheim, assim como a participação da mulher no mercado de trabalho.

A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

Antes de confrontarmos diretamente, as ideias de Marx, Weber e Durkheim levando em consideração seus conceitos sobre a divisão do trabalho, devemos deixar claro que este trabalho não tem a intenção de esgotar completamente a explicação sobre cada teoria. Estaremos abordando aqui os traços mais evidentes das oposições entre os teóricos acerca do tema em questão.

Para Marx, a divisão social do trabalho segue ainda o modelo piramidal aonde existe as classes dominantes e dominadas, o que faz com que essas classes vivam em constante conflito entre si. Para Marx as instituições criadas e estabelecidas se autenticam dessa forma pelas classes dominantes, o que significa dizer que o indivíduo é invisível na sociedade, ou seja, o importante somente é a qual classe esse indivíduo pertence e como essa mesma classe se comporta na sociedade. Vale ressaltar que a sociologia de Marx não limitava-se apenas a analise cientifica, mas estendia-se à ação de modificação social propondo que a classe subjugada tomasse uma posição de destaque na sociedade, essa visão deve-se as péssimas condições de vida dos trabalhadores (Proletariado) vivenciadas por Marx em sua época. Essa ação de modificação social seria realizada quando essa divisão social do trabalho for modificada, não existindo mais a propriedade privada dos meios de produção, pois Marx acreditava que esse arranjo burguês (a divisão social do trabalho), o da propriedade privada seria o motivo da subserviência da classe trabalhadora.

Weber por sua vez defendia que a sociedade era composta de partes cuja constituição depende fundamentalmente do indivíduo, destacando assim quatro formas de ação social entre eles, sendo elas: racional orientada a fins, racional orientada a valores, afetiva e tradicional. O que Weber acreditava era que essas relações acabariam caracterizando a sociedade como um todo, à medida que fossem envolvidas na legislação, na constituição, na religiosidade e outras manifestações culturais, legais, valorativas e administrativas dessa sociedade. Nas sociedades cuja a religião dominante era o protestantismo cristão, por exemplo, Weber identificou elementos que justificavam o desenvolvimento do que ele nomeou como sendo o “espírito do capitalismo”. Partindo disso, acreditava que essa ética cristã levava os indivíduos da sociedade a atuar em seus papéis de trabalho, de acordo com a divisão trabalhista da época, de forma a sempre buscarem a acumulação e a eficiência evitando o desperdício e a preguiça. Segundo Weber conclui-se que as sociedades inicialmente protestantes experimentaram um crescimento econômico e mesmo um melhoramento dos níveis sociais, entre outros fatores.

Por fim, e não menos importante, temos a teoria de Durkheim que via a sociedade como um organismo constituído de partes identificáveis e com suas relações bem explicitas entre os componentes desse organismo. Durkheim defendia a divisão social do trabalho como sendo uma divisão sistematizada da sociedade e dos trabalhos que cada classe desempenharia, essa seria uma forma de melhorar dita sociedade como um todo, pois assim era possível uma melhor compreensão da sociedade. Conclui-se então que o indivíduo não teria importância nesse contexto de análise, já que ele herda uma sociedade e deve se adequar ao contexto que a mesma o proporciona, não podendo este construir a sociedade e suas instituições, dessa forma o indivíduo não influencia na divisão social do trabalho, apesar de executá-la.

AS RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE

Sabe-se que a família contemporânea tem encarrado diversas mudanças em diversificadas dimensões, principalmente nas relações intergeracinais e de intimidade, mudanças essas caracterizadas por uma menor expressão de afeto e uma busca incessante de autonomia dos seus membros, sem deixar de lado a construção subjetiva individual. Neste capítulo analisaremos as principais mudanças ocorridas na família dentro do contexto das transformações sociais iniciadas na segunda metade do século XX.

O tema família nos remete a um desafio, pois tal questão está entre as que mais polemicas, pois há diversas posições sociais e políticas que fazem referência a esta. Para alguns, a família, como instituição, está relacionada ao conservadorismo, outros a consideram um recurso para o indivíduo e para a sociedade, por ser a família responsável de inserir seus membros em processos fundamentais da constituição da identidade, tendo como papel central os processos humanos ligados a criação de vínculos afetivos, primeiramente com os membros desta e assim repercutindo no desenvolvimento de personalidade. Além disso, as mudanças e transições mais importantes do ciclo de vida da pessoa são processos relativos ao contexto familiar.

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