Fundamento da Educação de Surdos
Por: William Mattos • 30/8/2021 • Projeto de pesquisa • 668 Palavras (3 Páginas) • 90 Visualizações
Faculdade
Oralismo
Surgiu por volta do século XVIII e a partir das resoluções do Congresso de Milão (1880). Na época a língua de sinais foi oficialmente proibida nas escolas e a comunidade surda foi excluída da política e instituições de ensino.
A oralização foi imposta a fim de que eles fossem aceitos socialmente. Como nem todos eram capazes de desenvolver a oralidade, muitos eram excluídos da possibilidade educativa e do meio social. Portanto, a maioria dos surdos vivia de forma clandestina. Sinais e alfabeto digitais são proibidos, recomenda-se que a comunicação seja feita pela via auditiva e pela leitura orofacial.
Essa filosofia educacional desencadeava um atraso global no desenvolvido, que resultava em falta de estímulo e evasão escolar. Os alunos frequentavam a escola mais para aprender a falar do que propriamente para receber os conteúdos escolares.
Por volta de 1960, surgiram alguns estudos sobre a língua de sinais utilizada pelas comunidades surdas. Apesar da proibição, era natural encontrarem em escolas ou instituições de surdos a comunicação por sinais de modo velado.
O pioneiro trabalho de William C. Stokoe (1919 – 2000) revelou que as línguas de sinais eram verdadeiras línguas, preenchendo em grande parte os requisitos das línguas orais.
Comunicação Total
O insucesso do Oralismo deu origem a novas propostas em relação á educação da pessoa surda. A abordagem que surgiu por volta de 1970 foi chamada de Comunicação Total. Nessa abordagem educacional foi permitida a prática de uma série de recursos: língua de sinais, leitura orofacial, utilização de aparelhos de amplificação sonora, alfabeto digital. Os estudantes surdos poderiam então expressar-se como achassem mais conveniente.
Poderiam ser utilizados os sinais da língua de sinais da comunidade surda, assim como sinais gramaticais modificados. Igualmente, tudo que era falado poderia ser acompanhado de elementos visuais. A intenção também era facilitar a aquisição da língua oral e da leitura e escrita.
Em relação ao Oralismo, a Comunicação Total trouxe benefícios, fazendo com que houvesse melhora na comunicação dos surdos. Entretanto, verificaram-se alguns problemas em relação à comunicação fora da escola. As dificuldades escolares continuaram. Alguns casos bem-sucedidos, mas a maioria com resultados acadêmicos muito abaixo do esperado. Então, estudos sobre a língua de sinais foram cada vez mais apontando para propostas educacionais alternativas que orientavam para uma educação bilíngue.
O bilinguismo tem como pressuposto básico a necessidade do surdo ser bilíngue, ou seja, este deve adquirir a Língua de Sinais, que é considerada a língua natural dos surdos, como língua materna e como segunda língua, a língua oral utilizada em seu país.
O conceito mais importante que a filosofia traz é que os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua próprias. Durante muitos anos as línguas de sinais foram proibidas aos surdos por serem consideradas um meio de comunicação inferior, inconveniente e destituída de rigor científico. A partir de Stokoe (1960), passou-se a ver a língua de sinais como realmente uma língua e não apenas como mero gesto. As Línguas de Sinais possuem todas as características das línguas orais, como a polissemia, possibilidade de utilização de metáforas, piadas, jogos de linguagem, etc
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