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Fundamentos II

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Por:   •  12/3/2014  •  3.162 Palavras (13 Páginas)  •  341 Visualizações

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Resumo

O relatório apresentado tece informações sobre a Teorização do Serviço Social, algo que se deu dentro do processo de reconceituação da profissão, a partir dos questionamentos que foram levantados sobre sua própria atuação. Os movimentos que surgiram dentro da própria atuação do Serviço prestado, partiram de profissionais inconformados com o resultado apresentado à sociedade, haja vista que o Serviço Social favorecia a classe dominadora e mantinha o proletariado sobe continuada alienação, foram realizados seminários onde importantes documentos foram elaborados visando à renovação dos processos metodológicos, sua teorização e sua cientificidade, como foi o caso do Documento de Araxá e o documento de Teresópolis. Algumas correntes filosóficas foram fundamentais no processo de identificação da realidade, as correntes Positivistas, Fenomenológicas e também a Dialética contribuíram para a percepção das realidades apresentadas, estas correntes são as tendências que se concretizam em nossos trabalhos, ou pesquisas, pois apresenta uma visão do ser agente, o mundo em que ele vive, bem como suas formas de se expressar, de viver; o conhecimento é fator essencial; ter uma concepção de vida, do homem e do mundo se tornou base indispensável do novo enfoque teórico da profissão. Dos seminários e dos encontros Regionais, Estaduais, Nacionais e transculturais ficou entendido que é necessário compreender o homem a partir da realidade do mundo em que vive, e integrar as correntes do pensamento dentro de uma concepção micro e macro de atuação, adaptando-as com as necessidades do meio em que vive a fim de gerar um posicionamento crítico e transformador.

Relatório

O Serviço Social surgiu em um cenário de mudanças e as consequências que essas mudanças trouxeram (capitalismo x pobreza), logicamente que o Serviço Social Foi introduzido de acordo com o contexto social da época, ou seja, de acordo com a classe dominante (a burguesia), onde imperava o capitalismo. Seguiu-se um modelo europeu e uma influência Norte- americana, pois eram os mais interessados que o serviço social servisse para alienar a classe do proletariado. Nas décadas de 50, 60 e 70 surgiram movimentos libertários em várias áreas (movimentos de negros de mulheres etc.) esses movimentos questionavam a sociedade capitalista, o papel das instituições sociais e do estado, neste embalo a atuação do Serviço Social foi questionada por quem estava dentro e também por quem estava fora, o Serviço Social Norte Americano se mostrava ineficiente para a realidade da América Latina; em resposta ao questionamento feito ao Serviço Social dito tradicional, um grupo de assistentes sociais organizou um movimento a fim de dar um novo conceito para o Serviço Social latino americano (Rosangela Rigo - A Erosão de Serviço Social Tradicional-2008). Era necessário repensar o trabalho do Assistente Social, um serviço que fora criado para satisfazer interesse de classes dominantes, agora profundamente marcado por insatisfação dos profissionais que se conscientizavam de suas limitações teórico-instrumentais e político-ideológicos; implanta-se uma perspectiva modernizadora, de mudança social, pois estava claro o sentimento de conscientização da exploração, da dominação e do imperialismo alienante. O Brasil assumindo papel de destaque “Sedia em Porto Alegre, em 1965, o I Seminário Regional Latino- Americano de Serviço Social, tido por muitos analistas como o marco inicial do movimento de reconceituação no continente” ( Iamamoto, 2001, p.209). Passou-se então a reconhecer a necessidade de compreensão da dinâmica social, das relações de classe e dos grupos sociais. O Serviço Social não mais se estabelecia em controlar os trabalhadores para favorecer a burguesia, agora tratavam de temas como baixo índice de renda, infra-estrutura, saneamento, saúde, escolaridade, ou seja, um nível macro de participação na sociedade, tanto que as escolas de Serviço Social passaram a incluir o ensino do “desenvolvimento de classes”.

Deu-se então um processo de modernização de um tradicional ineficiente, este processo como era de se esperar não poderia partir de iniciativas de lideranças capitalistas, de governos, ou seja, da classe dominante; os profissionais da área através de suas insatisfações organizaram movimentos para debater e direcionar a reconceituação da profissão. Atuações no cenário político, como as de Juscelino Kubitscheck (JK) nos anos 50 e o advento da ditadura militar, elevaram o país à potência capitalista, concomitantemente a questão social ficou em segundo plano como sempre, o que resultou em alta concentração de renda, alta mortalidade infantil, ineficiência da saúde pública e da educação, havia eficiência financeira e não havia equidade social. Tal processo encontra forças quando a ditadura militar entra em crise e a sociedade civil retoma suas ações.

No novo perfil da profissão, recusou-se o estado de meros executores e se propuseram a, planejar, coordenar, administrar, capacitar à atuação do profissional em nível de micro e macro de atuação no desenvolvimento da comunidade. Desenvolveu-se um processo preparatório de medidas, questionamentos e estudos, buscou-se conhecer a opinião de diversos assistentes sociais, neste aspecto foram imprescindíveis na formação do Assistente Social os seminários de Araxá (19 à 26 /03/ 1967) –Teorização do Serviço Social , Teresópolis (10 à 17 /01/1970) – Metodologia do Serviço Social, Sumaré e Alto da Boa Vista (20 à 24/ 11/1978 – Cientificidade do Serviço Social. Cada um desses encontros foram fundamentais para a organização, a metodologia, e a práxis do Serviço Social. Os Documentos de Araxá, Teresópolis e Sumaré serviram de estudos para os profissionais reunidos em seminários promovidos pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), vinte e cinco assistentes sociais reuniram-se no centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro, com o objetivo principal de continuar os estudos de teorização do Serviço Social. Através desses estudos pode-se dizer que o Serviço Social preocupou-se com questões que põem em jogo sua própria existência ou sobrevivência. Com base nas páginas 90 a 124 do livro CBCISS- teorização do Serviço Social:documento alto de boa vista, Rio de Janeiro: Agir, 1988, Os documentos dos seminários de Araxá, Teresópolis e Sumaré realizados em 1967, 1970 e 1978, representam um “marco histórico” do serviço social. Foram momentos durante os quais a profissão refletia sobre suas bases e suas práticas, a repercussão desses documentos foi enorme principalmente os dois primeiros. O Documento de Araxá (D.A) foi traduzido pra outras línguas e publicado em diversas

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