Fundamentos Sócio - Filosóficos da Educação
Por: Mariana Magutti • 21/2/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.374 Palavras (6 Páginas) • 1.337 Visualizações
Disciplina: | Fundamentos Sócio - Filosóficos da Educação | |
Professor: | Israel Gonçalves | |
Aluna: | Letícia Gonçalves | Período Letivo: 2016/2 |
Fundamentos sócio filosóficos da educação e emancipação e consciência crítica.
Qual é a importância das ideias pedagógicas na formação dos indivíduos e o que significa o dualismo pedagógico?
A escola e a educação têm como principal fundamento o repasse de valores e conhecimentos básicos para os seus alunos, determinante este que acontece do professor. A importância da ação do professor na sala de aula e na escola, no desempenho do seu papel, é desenvolver a formação integral do indivíduo, tornando-o capaz de modificar a sociedade e viver o real sentido da cidadania. Sabemos que o indivíduo, antes mesmo de entrar na escola, já teve contato com o mundo e, assim sendo, trás muitas experiências para a sala de aula. Esse tipo de Educação deve permitir uma maior interação do indivíduo com: a socialização, a auto-estima, o desenvolvimento do raciocínio crítico num contexto de leitura dentro e fora da sala de aula. Precisando, enfim, mediante esse tipo de Educação libertária, formar um cidadão mais consciente da realidade onde ele vive.
O ser humano é um ser social, construído pela sociedade através da cultura, da educação, de suas próprias características e das interpretações que tira das relações sociais, inclusive do poder que é exercido no ambiente a sua volta. Ao passo que o homem interpreta, ele dá importância às experiências por que passa, daí surgem os valores. Em uma sociedade dividida em classes: composta por dominantes e dominados, onde as exigências perpassam à autonomia, à crítica, à reflexão e à versatilidade, exclui, por conta do capital, a maioria da população no que diz respeito ao processo de alfabetização, levando-o à marginalização, trilhando-se os interesses da “sociedade dominante”, ou seja, as pessoas com um poder aquisitivo elevado, ou com uma grande influência política-econômica, infiltram seus pensamentos caracterizando-os como verdades; dogmas que devem ser seguidos.
Aquele cidadão pobre, sem instrução, que em seu modo simples de vida habitua-se a viver a partir de “cabrestos” sociais, vai conduzindo sua vida e acreditando que não deve perder o seu tempo buscando os estudos, pois já incorporou a ideia de que é “burro” mesmo. Sem perceber, as pessoas menos instruídas sofrem vários tipos de violência por parte dessa sociedade elitista, atos que inibam ou firam os direitos de qualquer ordem moral, cívica.
A Educação deve possibilitar: a alfabetização, as capacidades de aprendizagem, o desenvolvimento do raciocínio crítico, a criatividade e a ação no que diz respeito à transformação social. A realidade do aluno deve estar presente nos conteúdos de sala de aula, para que se faça uma análise crítica desta. O educando também deve ser preparado para participar ativamente no processo democrático social. Por este motivo a escola deve buscar maneiras e meios de democratizar o saber e favorecer a inclusão social do indivíduo, evitando a seletividade. Dessa maneira, poderá combater a evasão escolar e a marginalização.
Acreditamos que o professor é capaz de coordenar a ação educativa; no educando como agente sujeito participante; tendo a obrigação de estimular o pensamento crítico nos educandos, assumindo assim uma opção política de forma coerente; na escola como currículo de cultura; e na sala de aula como espaço de diálogo. É em função desses pressupostos que os professores participam das reflexões para a construção da escola que oferece uma educação em que as pessoas vão se completando ao longo da vida, uma educação capaz de ouvir as pessoas, participando dessa realidade, discutindo-a, e colocando como perspectiva a possibilidade de mudar essa realidade. Por tanto se deve abordar o conhecimento de forma interdisciplinar respeitar o tempo de cada aluno, conduzindo-o há uma compreensão não somente à leitura de palavras, mas, sobretudo à leitura de mundo, relendo e reescrevendo; para assim dar sentido, nomeação e renomeação para uma reconstrução sobre o que foi realizado, implicando em outra leitura da realidade.
Os educadores libertários, não podem permitir que o educando se contente apenas com a aquisição de palavras, mas sim com a aquisição de uma postura observadora; com voz crítica em seu cotidiano e em seus discursos, instigando o educando a aprender com vontade, de maneira significativa, de forma que ele sinta-se parte daquilo que está aprendendo: com pertinência, como um cidadão ativo.
A educação transmitida pelos professores deve expressar e relacionar a vida do individuo a uma real linguagem carregada de significação: levando em conta a experiência existencial deste.
O dualismo escolar caracteriza-se por um tipo de ensino para as camadas populares e outro para as camadas dominantes da sociedade. Essa divisão se desenvolveu em contraponto a educação difusa e informal das sociedades tribais. Em outras palavras convêm dizer um tipo de ensino para o povo, excluídos da escola e submetidos à educação familiar informal e outro formal para os filhos dos nobres e de altos funcionários.
A história da educação no Brasil é a história do dualismo educacional uma vez que a educação é a marca distintiva do poder de classes, mesmo com o discurso sobre a virtude republicana no que tange a 'igualdade para todos', que não se firma na consolidação do Estado Brasileiro e tão pouco na educação e formação do cidadão, desde a Colônia o Brasil é conduzido pela aristocracia agrária, cujo poder é caracterizado pelo "[...] amor entre as famílias que compõem o corpo social dominante" (COMPARATO, 1987, p.86).
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