Fundamentos da economia de livros e documentos Maria Aparecida de Vries Mársico
Relatório de pesquisa: Fundamentos da economia de livros e documentos Maria Aparecida de Vries Mársico. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Danielle94 • 26/2/2015 • Relatório de pesquisa • 7.230 Palavras (29 Páginas) • 454 Visualizações
Noções Básicas de Conservação de Livros e Documentos
Maria Aparecida de Vries Mársico
Introdução: a ordem dos fatores altera o produto
Imagine a situação: documentos rasgados, amassados e manchados, livros com as capas soltas, lombadas
danificadas e cadernos com costuras rompidas. Diante de tantos danos, o que devemos fazer primeiro para
salvar estes materiais?
A primeira coisa que vem a nossa mente é a necessidade de consertar o que está danificado, ou seja, restaurar
o material degradado. Pensamos a partir da seguinte lógica: devemos restituir a integridade física destes
materiais para que de novo possam estar acessíveis à pesquisa e ao estudo. Seguindo este raciocínio teríamos a
seguinte seqüência de trabalho: primeiro restaurar o material, depois conservá-lo e assim estaríamos
preservando a informação para o futuro.
Será que procedendo deste modo estamos realmente salvaguardando estes livros e documentos danificados?
Aparentemente sim, a curto prazo. No entanto, caso não identifiquemos os fatores que causaram a sua
degradação, estaremos apenas nos iludindo, e, infelizmente, reduplicando o mesmo dano em um futuro
próximo. O que fazer, então?
Diante de um acervo danificado e em risco de perda, a primeira providência a ser tomada é efetuar um
minucioso diagnóstico dos motivos que levaram à sua degradação, estancar ou minimizar estes agentes
agressores. Assim procedendo estamos evitando que esses fatores de degradação se disseminem e atinjam
outros livros ou documentos. Por mais paradoxal que possa parecer, diante de um acervo em risco, a primeira
atitude efetiva a ser tomada é conservá-lo. Inverte-se, portanto, a seqüência restauração, conservação e
preservação e adotamos uma nova seqüência: preservação, conservação e restauração. Preservar para não
restaurar, eis a questão.
A restauração é uma atividade técnica muito onerosa, pois exige equipamentos e materiais de alto custo além
de mão de obra especializada. Ao término do trabalho de restauração, todo o benefício do tratamento volta-se
para um único objeto. Se este livro restaurado retornar ao mesmo local de guarda e ao meio ambiente que
causaram o seu dano, o dispêndio de energia e de recurso financeiro foram em vão. Para termos um
procedimento efetivo e duradouro benéfico ao acervo a logo prazo, devemos criar uma política de preservação
voltada para a realidade do acervo de cada Instituição ou Biblioteca.
Ao estabelecermos critérios para o tratamento de um acervo, estamos criando prioridades e implantando uma
política de preservação, escalonando as atividades técnicas a serem desenvolvidas e dotando o local de guarda
do acervo com as condições ambientais favoráveis à sua conservação. A partir deste recorte e das metas a
serem atingidas, passamos à ação física de conservação preventiva, que nada mais é que a atualização prática
das metas desta política de preservação. Neste instante toda a relação custo/benefício estará voltada para o
acervo de modo integral, isto é, benefício partilhado por todos, custo dividido entre vários livros.
Diferentemente do trabalho de restauração, a conservação preventiva é uma atividade técnica de baixo custo
financeiro e de fácil implementação. O conhecimento do motivo que causou a degradação de um acervo e a
utilização de materiais alcalinos para a guarda são fundamentais para o trabalho de conservação preventiva.
Apresentaremos a seguir os principais fatores de degradação de material bibliográfico. Procuramos especificar
os procedimentos técnicos necessários para minimizar e controlar estas fontes de degradação.
Conservação Preventiva
A meta principal da Conservação Preventiva é o estudo e o controle das principais fontes
de degradação do papel. Constitui-se, na realidade, em uma série de medidas preventivas
contra a ação dessas fontes de degradação, com a finalidade de evitar o alastramento e a
disseminação de seus efeitos danosos. Em linhas gerais, os principais agentes de
destruição de acervos podem ser divididos em três categorias: fatores internos de
degradação; fatores externos ou
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