Hanseniase

No Brasil, apesar da redução drástica no número de casos, a hanseníase ainda se

constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva. A

hanseníase é uma doença infecciosa e transmissível, de evolução crônica, amplamente

conhecida como lepra. Tudo leva a crer que é uma das doenças mais antigas do

mundo: acomete indivíduos desde 600 a.C. Graças ao desenvolvimento da ciência,

hoje a hanseníase tem tratamento e cura.

É uma doença infecciosa e transmissível, de evolução crônica, amplamente conhecida

O agente etiológico é um bacilo ácido-álcool resistente, o Mycobacterium leprae, ou

A principal fonte de infecção é o homem, quando é o portador das formas Virchowiana

e Dimorfa, pois somente elas são transmissíveis.

Período de incubação

Parece ser um dos mais longos das patologias humanas. Pode variar de 2 a 7 anos.

Existe relado de período de 7 meses como também de 10 anos.

Período de transmissibilidade

A transmissibilidade deve ser considerada enquanto persistir a presença dos bacilos

em indivíduos não tratados, nas formas Virchowiana e Dimorfa.

Modo de transmissão

O contágio é direto, pela convivência do indivíduo suscetível com o doente. Acredita-

se hoje que a principal forma de contágio é o trato respiratório superior dos pacientes

Suscetibilidade e distribuição

Em regiões endêmicas, a possibilidade de infecção é alta. A hanseníase não escolhe

raça, idade ou sexo. O Brasil ocupa o 2.° lugar em número absoluto de casos no

Quatro são as formas de hanseníase: indeterminada, virchowiana, tuberculoide e

dimorfa, especificadas a seguir.

Caracteriza-se por manchas. Geralmente essas manchas são insensíveis, com ou sem

diminuição da sudorese e rarefação de pelo. A baciloscopia é negativa. É pucibacilar

Apresenta eritema e infiltração difusa, placas eritematosas infiltradas e de bordas

difusas.Pode apresentar tubérculos e nódulos, queda de cílios e supercílios. Pode

haver invasão das vias aéreas superiores. As lesões cutâneas podem ulcerar-se. A

baciloscopia é positiva. É multibacilar (mais de 5 lesões).

Manifesta-se com placas eritemato-violáceas edemaciadas, elevadas, de limites

externos nítidos, tendo preferência pela região plantar, palmar e facial. A baciloscopia

é negativa. Pode ser pucibacilar ou multibacilar.

Apresenta lesões pré-foveolares (eritematosas planas, com o centro claro), lesões

foveolares (eritematosas infiltradas com centro deprimido) e lesões

eritematopigmentares (tonalidade ferrugínea ou pardacenta). Baciloscopia positiva. É

multibacilar (mais de 5 lesões).

Diagnóstico

O diagnóstico da hanseníase é realizado através do exame clínico, quando se busca os

sinais dermatoneurológicos da doença.

Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais de uma das

seguintes características e que requer quimioterapia:

• lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade;

• acometimento de nervo(s) com espessamento neural;

• baciloscopia positiva.

Este teste é utilizado para diferenciar casos de Hanseníase já diagnosticados

previamente, mas em que há dúvidas diagnósticas ou na classificação do tipo de

Verificar lesões cutâneas, tubérculos, nódulos, madarose (perda de cílios), alopecias

(queda de cabelos), anidrose (ausência de suor) e transtornos da sensibilidade;

Devem ser realizadas as seguintes pesquisas de sensibilidade nas lesões de pele:

térmica, dolorosa, e tátil, que se complementam.

A pesquisa de sensibilidade nas lesões de pele, ou em áreas suspeitas, é um recurso

muito importante no diagnóstico da hanseníase e deve ser executada com paciência e

Pesquisa de sensibilidade Pesquisa da sensibilidade térmica

de córnea, com uso de fio dental com tubo de ensaio

Pesquisa da sensibilidade tátil Pesquisa de sensibilidade

com algodão seco protetora com uso de caneta esferográfica