Iniciação ao Atletismo no Brasil: Problemas e Possibilidades Didáticas

Iniciação ao Atletismo no Brasil: Problemas e Possibilidades Didáticas

O texto ‘’Iniciação ao Atletismo no Brasil: Problemas e Possibilidades Didáticas’’ aborda a iniciação ao atletismo como um conjunto de habilidades especificas que constitui a primeira fase do processo ensino-aprendizagem para as formas esportivas como: caminhar correr saltar, lançar e arremessar. Ainda afirma que qualquer que seja o objetivo: não é possível negar a vocação á pratica do atletismo, tão pouco é possível negar seu potencial à recreação e adaptação.

Tradicionalmente a prática do atletismo se inspira no princípio ‘’mais rápido, mais alto, mais forte’’, a linha pedagógica opõe-se a ideia de apenas aproveitar os melhores, sendo este um ponto relevante no texto pois, deve-se considerar o aspecto pedagógico, visto que a medida nem sempre os melhores se destacam, há também que se considerar o trabalho e dedicação daquele que não é considerado o “mais forte”

O atletismo ganhará sentido pedagógico em sua capacidade de corresponder às necessidades individuais, satisfazer interesses de prática esportiva da faixa mais ampla possível de pessoas e de categorias sociais.

O texto traz o aspecto do esporte puramente competitivo como um fator negativo, pois ver na iniciação esportiva um veículo para obtenção de campeões é restringir o significado de esporte à palavra concorrência e exercitar uma pedagogia de risco que pode criar nas pessoas uma percepção do esporte como algo para se ver e não para se fazer. Assim, o esporte teria caráter unicamente classificatório, onde os melhores se sobressaem sempre, e não como uma atividade onde possa ser exercitada a cidadania.

Sua natureza reside na formação de um “produto” o (atleta), desta forma na maioria das vezes o atletismo é tido como função unicamente esportiva.

Uma minoria de clubes e escolas oferecem a seus usuários uma infraestrutura necessária, a maioria dos clubes não possuem departamento de atletismo e grande parte das escolas - principalmente as públicas - dispõem espaço físico para a pratica de esporte. Não existem suficientes ambientes públicos para lazer e movimento nas cidades brasileiras, com isso a maioria da população infantil fica sem ter onde se exercitar adequadamente.

O Brasileiro não tem o hábito de frequentar clubes para a pratica de esportes, em especial as crianças, aliás o clube não estimula e oferece muito pouco em termos de prática esportiva.

As modalidades esportivas de maior prestígio nacional são coletivas e tem como implemento de ação a bola. O povo Brasileiro não reconhece o esporte como um valor cultural, entende cultura como expressão do intelecto e esporte como jogo de bola, talvez ajude a explicar a sentença bem Brasileira ‘’Atletismo não tem bola’’, nesse aspecto o texto reflete a realidade brasileira em relação ao esporte, pois é tido como ação esportiva aqueles que atingem a massa da população, sendo então o Brasil conhecido como o país do futebol, porém o esporte deveria ser visto como fator cultural também.

As soluções para essa problemática não são nada simples, para haver mudança nessa concepção do esporte, ele deve ser capaz de mostrar-se interessante, criar ao seu redor uma atmosfera motivadora e favorável, ter novos caminhos e valores dentro do esporte, sem desmerecer suas expectativas e convicções.

Um atletismo voltado ao lazer parece ser a saída pedagógica para esse esporte na escola, tornar o atletismo uma atividade esportiva agradável aos iniciantes poderia começar por desenvolver uma didática que elabore metodologia especificas para clientelas de objetivos diversos, não esquecendo que algumas disciplinas atléticas carecem de instalações e equipamentos indispensáveis para poderem ser praticadas, já outras podem ser adaptadas, desta forma é possível afirmar, como é explicito no texto, tornar o atletismo agradável aos iniciantes é uma alternativa para a sua prática, uma vez que o atletismo é a modalidade mais acessível para crianças e jovens na iniciação esportiva pois oferece chance de descobrir algum tipo de aptidão esportiva que poderá garantir seu desenvolvimento futuro e também porque os movimentos atléticos são relativamente fáceis de aprender.

Alguns aspectos podem ser destacados no texto em relação a prática do atletismo: correr, saltar e lançar são atos motores que podem ser desde cedo adquiridos, podendo ser desenvolvidos de acordo com a idade e cultivados na prática.

Aos seis anos a criança é extremamente ‘’móvel’’ no que se refere a movimentos do seu cotidiano, ou seja, está constantemente em atividade. Os movimentos de corrida já são percebidos e determinados por ‘’uma vontade de rendimento satisfatório e recreativo’’; o salto no início do período escolar mostra variações acentuadas. Aos três-quatro anos saltam por obstáculos baixos e seus movimentos podem ser feitos por meio de imitação, quando querem participar de brincadeiras com crianças mais velhas; também tentam combinar a corrida com saltos, de maneira geral, saltam dando um impulso e caem em posição de passo.

A tarefa principal na pratica de correr, saltar e lançar consiste na escolha do conteúdo correspondente ao seu interesse para um melhor conhecimento e aprimoramento, isso significa que devemos nos desligar da ideia de exercitar-se ‘’recreativamente’’, considerando um real progresso de rendimento.

O texto afirma que crianças de nove-dez anos possuem capacidade visivelmente alta da motricidade, sendo a ‘’idade favorável ao aprendizado’’. Carl Diem aconselha preparar todos os exercícios que requerem um aprimoramento da força muscular por meio de exercícios infantis correspondentes.  Nessa idade, porém, ainda não possuem condições de realizar correta e economicamente formas de movimento que estão afastadas da movimentação do seu cotidiano (corridas com barreiras por exemplo). Contudo, considera-se muito se os alunos estiverem familiarizados com os padrões básicos do esporte específicos de acordo com sua idade.