O Mapeamento Conceitual Minayo
Por: Cris4396 • 26/9/2021 • Trabalho acadêmico • 3.804 Palavras (16 Páginas) • 430 Visualizações
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Seminário de Metodologia 1 – 60h – Semestre 2021.1
Orientadora: Profa. Dra. Fernanda de Castro Modl
MC13 – MINAYO, Maria Cecília de Souza, 2007 [Cristiane Campos Marques]
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Capítulo 1, O DESAFIO DA PESQUISA SOCIAL. In Pesquisa social : teoria, método e criatividade / Suely Ferreira Deslandes, Romeu Gomes; Maria Cecília de Souza Minayo (organizadora). 18. ed. — Petrópolis, RJ : Vozes, 2001, p. 09-29.
MAPEAMENTO CONCEITUAL
O DESAFIO DA PESQUISA SOCIAL
1. CIÊNCIA E CIENTIFICIDADE
“Do ponto de vista antropológico, podemos dizer que sempre existiu preocupação do homo sapiens com o conhecimento da realidade.” (MINAYO, 2001, p.09)
“A ciência é apenas urna forma de expressão dessa busca, não exclusiva, não conclusiva, não definitiva.” (MINAYO, 2001, p.09)
“Na sociedade ocidental, no entanto, a ciência é a forma hegemônica de construção da realidade, considerada por muitos críticos como uru novo mito, por sua pretensão de único promotor e critério de verdade. No entanto, continuamos a fazer perguntas e a buscar soluções.” (MINAYO, 2001, p.10)
“Para problemas essenciais, como a pobreza, a miséria, a fome, a violência, a ciência continua sem respostas e sem propostas.” (MINAYO, 2001, p. 10)
“A cientificidade, portanto, tem que ser pensada como uma idéia reguladora de alta abstração e não como sinônimo de modelos e normas a serem seguidos. A história da ciência revela não um "a priori", mas o que foi produzido em determinado momento histórico com toda a relatividade do processo de conhecimento.” (MINAYO, 2001, p.12)
AS EXPLICAÇÕES HISTÓRICAS DA HEGEMONIA DA CIÊNCIA SOBRE OUTRAS FORMAS DE CONHECIMENTO NÃO CABE AQUI APROFUNDAR. MENCIONAREMOS DUAS RAZÕES:
“a primeira, de ordem externa a ela mesma, está na sua possibilidade de responder a questões técnicas e tecnológicas postas pelo desenvolvimento industrial.” (MINAYO, 2001, p.10)
“A segunda razão, de ordem interna, consiste no fato de os cientistas terem conseguido estabelecer uma linguagem fundamentada em conceitos, métodos e técnicas para compreensão do mundo, das coisas, dos fenômenos, dos processos e das relações.” (MINAYO, 2001, p.10)
“O campo científico, apesar de sua normatividade, é permeado por conflitos e contradições. E para nomear apenas uma das controvérsias que aqui nos interessa, citamos o grande embate sobre a cientificidade das ciências sociais, em comparação com as ciências da natureza.” (MINAYO, 2001, p.10)
PAUL DE BRUYNE E COLABORADORES (1991) ADVOGAM QUE A IDÉIA DA CIENTIFICIDADE COMPORTA, AO MESMO TEMPO, UM PÓLO DE UNIDADE E UM PÓLO DE DIVERSIDADE.
“Ou seja, existe possibilidade de encontrarmos semelhanças relativamente profundas em todos os empreendimentos que se inspiram na idéia geral de um conhecimento por conceitos, seja de caráter sistemático, seja exploratório e dinâmico.” (MINAYO, 2001, p.11)
“Essa idéia representa uma tradição geral de auto-regulação do processo de construção de conhecimento. Mas, por outro lado, a cientificidade não pode ser reduzida a uma forma determinada de conhecer; ela pré-contém, por assim dizer, diversas maneiras concretas e potenciais de realização.” (MINAYO, 2001, p.11)
A INTERROGAÇÃO ENORME EM TORNO DA CIENTIFICIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS SE DESDOBRA EM VÁRIAS QUESTÕES
“A primeira diz respeito à possibilidade concreta de tratarmos de uma realidade da qual nós próprios, enquanto seres humanos, somos agentes. Essa ordem de conhecimento não escaparia radicalmente a toda possibilidade de objetivação?” (MINAYO, 2001, p.11)
“Em segundo lugar, será que, buscando a objetivação própria das ciências naturais, não estaríamos descaracterizando o que há de essencial nos fenômenos e processos sociais, ou seja, o profundo sentido dado pela subjetividade?” (MINAYO, 2001, p.11
“Por fim e em terceiro lugar, que método geral poderíamos propor para explorar uma realidade tão marcada pela especificidade e pela diferenciação? Como garantir a possibilidade de um acordo fundado numa partilha de princípios e não de procedimentos?” (MINAYO, 2001, p.12)
“Em resumo, as ciências sociais hoje, como no passado, continuam na pauta de plausibilidade enquanto conhecimento científico. Seu dilema seria seguir os caminhos das ciências estabelecidas e empobrecer seu próprio objeto? Ou encontrar seu núcleo mais profundo, abandonando a idéia de cientificidade?” (MINAYO, 2001, p.12)
“A cientificidade, portanto, tem que ser pensada como uma idéia reguladora de alta abstração e não como sinônimo de modelos e normas a serem seguidos. A história da ciência revela não um "a priori", mas o que foi produzido em determinado momento histórico com toda a relatividade do processo de conhecimento.” (MINAYO, 2001, p.12)
O LABOR CIENTÍFICO CAMINHA SEMPRE EM DUAS DIREÇÕES:
“numa, elabora suas teorias, seus métodos, seus princípios e estabelece seus resultados;” (MINAYO, 2001, p.12)
“noutra, inventa, ratifica seu caminho, abandona certas vias e encaminha-se para certas direções privilegiadas.” (MINAYO, 2001, p.12)
“ao fazer tal percurso, os investigadores aceitam os critérios da historicidade, da colaboração e, sobretudo, imbuem-se da humildade de quem sabe que qualquer conhecimento é aproximado, é construído.” (MINAYO, 2001, p.12 e 13)
“Ora, se existe uma idéia de devir no conceito de cientificidade, não se pode trabalhar, nas ciências sociais, com a norma da cientificidade já construída.” (MINAYO, 2001, p.13)
“Conforme lembram Bruyne e colaboradores (1991), "na realidade histórica de seu devir, o procedimento científico é ao mesmo tempo aquisição de um saber, aperfeiçoamento de uma metodologia, elaboração de uma norma".” (BRUYNE, 1991, p.19, apud MINAYO, 2001, p.13)
A PESQUISA SOCIAL
“é sempre tateante, mas, ao progredir, elabora critérios de orientação cada vez mais precisos.” (MINAYO, 2001, p.13)
O OBJETO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS É HISTÓRICO
“Isto significa que as sociedades humanas existem num determinado espaço cuja formação social e configuração são específicas. Vivem o presente marcado pelo passado e projetado para o futuro, num embate constante entre o que está dado e o que está sendo construído.” (MINAYO, 2001, p.13)
“a provisoriedade, o dinamismo e a especificidade são características fundamentais de qualquer questão social.” (MINAYO, 2001, p.13)
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