O Setor da construção civil
Por: carolferreiraros • 17/5/2018 • Trabalho acadêmico • 3.059 Palavras (13 Páginas) • 165 Visualizações
O setor de Construção Civil, apesar de sua importância dentro da economia no Brasil, sempre esteve muito ligado a questões relacionadas a perdas e desperdícios. É fato que o tema não vinha sendo prioridade para o setor até bem pouco tempo atrás. Assim sendo, a indústria da construção civil ficou defasada em relação a outros segmentos industriais quando se trata do assunto, e ainda apresenta números preocupantes em relação a perdas e desperdícios.
É verdade que as perdas na Construção Civil são grandes se comparadas a outros setores, mas dimensioná-las não é assim tão fácil, principalmente, devido às suas características particulares, como uma complexa cadeia produtiva, envolvendo uma série de operações para se chegar a um produto final.
No Brasil, a indústria da Constrição Civil tem uma participação muito importante na economia, sendo responsável por uma parcela significativa de tudo o que é produzido no país. Alem da sua importância econômica, a construção civil possui, também, grande importância social, visto que é responsável pela contratação de uma parcela 35 considerável de mão-de-obra de baixa qualificação, atendendo a uma camada da população menos favorecida.
2. OS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil é um importante segmento da indústria tida com um importante indicativo do crescimento econômico e social, contudo, também constitui uma atividade geradora de impactos ambientais e seus resíduos têm representado um grande problema para ser administrado.
Os resíduos gerados na construção civil é definido pela Resolução 307, de 5 de junho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente ( CONAMA), como sendo :
Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
Outra definição importante é a de Agregado Reciclado conforme a mesa resolução:
RESOLUÇÃO CONAMA nº 307 Art. 2° Inciso IV – Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia;
Os resíduos da construção civil também denominados de “entulho”, caliça ou metralha, correspondem a uma grande quantidade de resíduos que são produzidos diariamente, sendo constituído por pedras, areias, concretos, madeiras, cerâmicas, tijolos, telhas, entre outros, ou seja, são materiais oriundos do desperdício da construção civil, da reforma e da demolição de obras. Numa linguagem mais técnica, o Resíduo da Construção e Demolição é todo resíduo gerado no processo construtivo, de reforma, escavação ou demolição.
Os resíduos da construção civil são definidos como os resíduos gerados desde o processo de extração do material usado nas construções, como materiais de construção e de reforma, até o final da obra. O entulho de construção compõe-se, portanto, de restos e fragmentos de materiais, enquanto o de demolição é formado apenas por fragmentos, tendo por isso maior potencial qualitativo, comparativamente ao entulho de construção.
Uma edificação, independentemente de seu tamanho altera significativamente o meio ambiente, uma vez que, os resíduos acabam sendo gerados devido a vários ciclos na construção:
- Processo de construção
- Processo de manutenção e reformas;
- Fase de demolição de edifícios;
De acordo com a fase de construção da obra citam-se as perdas que de certa forma é decorrente dos processos construtivos, podendo-se identificar nessa fase que a maioria das determinadas perdas acabam sendo incorporadas nas fases seguintes como é o caso de concretos ou até mesmo argamassas de revestimento
Outro método que resulta em perdas e resíduos provenientes da construção civil é a fase de manutenção A geração de resíduo na fase de manutenção e reformas está associada a vários fatores, como por exemplo: a correção de defeitos; reformas ou modernização do edifício ou de partes do mesmo, que muitas vezes acabam por exigir demolições parciais de determinadas áreas; descarte de componentes que tenham se degradado com o passar do tempo e por isso necessitam ser substituídos. Logo nessa fase encontramos uma grande quantidade de resíduos que já se encontram em sua forma final, como por exemplo, paredes, concreto armado, pisos, etc.
E na fase de demolição é onde se encontra uma grande quantidade de geração de resíduos justamente pelo fato da demolição.
2.1 Classificação Dos Resíduos
Levando em consideração, a Resolução CONAMA nº 357/02 (2002), classifica e denomina os resíduos em quatro categorias, sendo a classe A, classe B, classe C e classe D.
A classe A é o grupo em que se incluem todos os resíduos que posteriormente podem ser usados como agregados, sendo eles originados de material reciclável como concreto, alvenaria,
Já na classe B, a sua origem é estabelecida por materiais recicláveis para outro destino sendo citados os plásticos, papéis, metais, madeiras;
Na classe C são os resíduos sem tecnologia ou até mesmo com pouca viabilidade econômica para reciclagem que acabam sendo descartados;
Em relação à classe D são os materiais oriundos do processo da construção mais perigosos como: tintas, solventes ou óleo, que são contaminados;
A diferenciação dos resíduos nessas quatro classes distintas possibilita ao gerador realizar um melhor manejo e segregação dos resíduos.
O art. 10 da resolução 448/2012 prevê a destinação que deve se dada dos RCD.
Art.10 Os resíduos da construção civil, após a triagem, deverão ser destinados das seguintes formas:
I- Classe A- deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos de classe A de preservação de material para usos futuros;
II- Classe B- deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
III- Classe C- deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas;
IV- Classe D- deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.
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