O Uso Do Crack: Um Problema Social Restrito às Metropoles
Ensaios: O Uso Do Crack: Um Problema Social Restrito às Metropoles. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: danielenessa • 23/3/2015 • 667 Palavras (3 Páginas) • 566 Visualizações
A droga é um problema que deve ser tratado com repressão policial apenas
quando se trata de enfrentar e coibir o tráfico – e, mesmo assim, com estratégias
inteligentes que impeçam os traficantes de dominar áreas da cidade e ameaçar as
pessoas.
A ação articulada entre a Prefeitura e o governo de São Paulo para acabar com a
Cracolândia conseguiu a façanha de ser unanimemente rejeitada. Sociedade civil
organizada, movimentos sociais, Ministério Público e Igreja Católica já se posicionaram
contra o fato de a operação no centro de São Paulo tratar uma questão tão delicada e
dolorosa como o consumo do crack como um mero caso de polícia.
A droga é um problema que deve ser tratado com repressão policial apenas quando se
trata de enfrentar e coibir o tráfico – e, mesmo assim, com estratégias inteligentes que
impeçam os traficantes de dominar áreas da cidade e ameaçar as pessoas. Neste caso,
a repressão policial pela polícia é admissível – jamais para enfrentar usuários
NOPAR VIRTUAL
Serviço Social
miseráveis e desarmados. O padre Júlio Lancelotti esclarece muito bem essa questão
quando afirma que tratar o usuário das drogas como criminoso é a mesma coisa que
tentar resolver o problema alcoolismo prendendo dependentes do álcool. A
dependência química é uma doença e precisa ser tratada como tal.
Qual a linha terapêutica que sustenta a crença das administrações públicas de São
Paulo de que a dor, o sofrimento e até a humilhação levarão os usuários a buscar
tratamento? Existem pesquisas que corroboraram essa tese estapafúrdia? Ao contrário
disso, o que se sabe é que as crises de abstinência sem acompanhamento adequado
podem gerar ataques de violência e expor ainda mais a população a um problema que
precisa ser enfrentado por meio de intervenção intersetorial.
A extinção da Cracolândia só é possível se os usuários de droga puderem ser
recuperados. Fora isso, o problema só estará sendo deslocado. Isso é viável por meio
de uma intervenção intersetorial que combine a recuperação oferecida pela rede de
saúde pública com oportunidades nas áreas de educação e cultura. A inclusão social
poderá também ser feita por meio do trabalho e, para isso, deveria ser criada uma
política municipal de apoio e fomento a projetos de geração de renda. Seria uma
contrapartida ao programa do governo Federal prometido para abril, que se propõe a
enfrentar o crack por meio de uma abordagem de saúde pública.
Também seria importante construir consultórios de rua, cujos recursos já foram
liberados pelo Ministério da Saúde. Criados em Salvador nos anos 1990, esses
escritórios são uma fórmula de sucesso porque os profissionais envolvidos se
aproximam da população usuária de drogas nas ruas, convivem com ela até ganhar
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