O poder e a magia do livro
Por: Juliana L. Rœder • 15/9/2016 • Resenha • 710 Palavras (3 Páginas) • 493 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA[pic 1]
INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ICI
Departamento de Fundamentos e Processos Informacionais
Disciplina: ICI 175 – História do Livro e das Bibliotecas
Professora: Marlene Morbeck Coelho
Juliana Lopes Roeder
RESENHA:
LYONS, Martyn. Livro: uma história viva. Trad. Luis Carlos Borges. São Paulo: Editora SENAC, 2011.
Martyn Lyons é professor emérito de História e estudos europeus na Universidade de New South Wales, Austrália. Ele é um especialista na história do livro, história da Austrália e da história francesa. Dentre suas publicações, destacam-se: Livros - uma história viva; A história da leitura e da escrita no mundo ocidental; A história do livro na Austrália; A cultura escrita das pessoas comuns na Europa.
A introdução do texto trata do livro como uma tecnologia portátil, acessível e apta à grande armazenamento de informação, tornando-o uma ferramenta de suma importância para grandes momentos da História. Tamanhas são a praticidade e eficiência do livro, que não há chance alguma de perder quaisquer dados fornecidos por ele: isso torna o livro uma ferramenta poderosa, sendo um instrumento para qualquer tipo de público.
Segundo Lyons, a escrita já foi algo sobrenatural para a humanidade, levando as pessoas a acreditarem que os livros eram mágicos, podendo até curar doenças e causar milagres, assim como alguns acreditavam que as cartas tinham o poder de prever o que aconteceria com o seu destinatário.
A obra demonstra que o livro foi essencial para guardar os registros e fundamentos de religiões, como o cristianismo e o judaísmo. As pessoas acreditavam desmedidamente que ele poderia causar todo esse impacto místico. A Bíblia, por exemplo, era um instrumento de, literalmente, salvação, mudando vidas, curando e trazendo soluções para quem as procurasse. Entretanto, a magia e poder do livro perderam-se no tempo, tornando-o um objeto qualquer, quase anacrônico e substituível por tecnologias mais “viáveis”, como por exemplo, os e-books (livros digitais), onde há uma vasta economia de papel e, teoricamente, uma significativa preservação da natureza.
Várias evoluções foram necessárias para o livro até que ele chegasse ao formato de e-book. Sua primeira inovação foi o papiro, que foi substituído pelo pergaminho, devido à sua fácil degradação. No século II, enfim, o papel é criado na China, resultando da mistura de córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de redes de pesca.
Antigamente, a leitura era como uma performance, sendo a leitura oral substituída pela silenciosa, sendo esta usada como devoção de monges europeus e dando a possibilidade da criação de pontuação e espaçamento nos textos. Tempos depois, ocorreu a chamada “revolução da leitura”, onde a leitura era considerada como superficial.
O poder da leitura, como Lyons sugere no título da introdução em questão, era tão grande que o ensino dela foi proibido aos negros, privando-os do conhecimento, da informação. A leitura não podia se tornar tão acessível, pois, para as elites conservadoras temiam que as classes desvalidas se apossassem da informação e tivessem idéias para atacar o governo, causando rebeliões e tornando as grandes autoridades vulneráveis. Demorou um bom tempo para que a alfabetização fosse levada como algo positivo para todas as classes, como algo que desse um bom retorno e que sugerisse pensamentos fortes na força de trabalho.
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