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O que pode ser feito para que haja mudança de habito saudável nas cantinas escolares

Por:   •  4/9/2017  •  Artigo  •  1.400 Palavras (6 Páginas)  •  305 Visualizações

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        De acordo com Alcione Navroski, o homem tornou-se vitima do ritmo acelerado da vida moderna.É iludido com propagandas enganosas, rótulos atrativos e tornou-se um consumidor assíduo de uma alimentação prática de fast-foods e lanches prontos afastando-se cada vez mais dos alimentos naturais. Estes hábitos são perpetuados por gerações, e consequentemente as crianças passam a adquiri-los, muitas vezes por não terem suas refeições vigiadas pelas pessoas que se preocupam com uma educação alimentar adequada. Além da família, outra grande instituição responsável pela educação e formação humana é a escola, um lugar onde as crianças passam grande parte de seus dias.

O sistema escolar muitas vezes, comete grandes falhas, não só por deixar este assunto de lado, mas também por oferecer guloseimas, frituras, refrigerantes e outros produtos artificiais nas próprias cantinas escolares, visando sempre o lucro e não a saúde das crianças. Os pais muitas vezes inconscientemente preferem dar dinheiro para a criança, isto acontece por vários motivos, como a falta de tempo dos pais, a sua acomodação pela eficiência e praticidade  que estes produtos oferecem, um menor custo devido as promoções comerciais de fast-food. Contudo, vivemos numa sociedade padronizada, onde a diversidade cultural e biológica já foi praticamente abolida.

A preparação dos alimentos passa da cozinha para as industrias, o alimento está perdendo a sua cultura de origem pela internacionalização; hoje mal sabemos o que comemos. Infelizmente, as crianças são as mais atingidas, principalmente pela mídia e seus entornos, e a escola como uma das principais instituições educativas ainda pouco consegue desempenhar sobre seu papel de formação de consciência humana e as entraves do ser humano na sociedade. Além da qualidade, também é induzida a forma de consumi-los. Nos Estados Unidos, as cadeias de fast-food tem se difundido em massa, e no Brasil está se expandindo a cadeia MC DONALD’S e outras similares. Isso faz com que muitas crianças e adultos já demonstram preferência pelo hambúrquer ou cachorro-quente, ao invés do tradicional almoço. A crianças criam seu conceitos sobre alimentação através da aparência, doçura, textura, diversão, figuras de heróis, mágicas e outras ofertas de brinde, deixando de lado as informações referentes ao alimento ligados à nutrição e saúde em geral. Pois pela imagem propagada pela cultura da dominação, a alimentação significa apenas o prazer, a diversão e o entretenimento, exercido dentro de um padrão cultural uniformizado. A alimentação é um dos fatores mais importantes para a formação física e emocional, entre eles a formação adequada do cérebro humano que exige cuidados com a nutrição (aspecto físico) e com o relacionamento humano (aspecto psíquico ou emocional). Outro fator importante, a obesidade já está sendo discutida como a Doença do Século XXI, de alto risco, crônica e reincidente. Ela está aumentando e assumindo proporções elevadas, associadas a outras doenças e à diminuição da qualidade de vida. Umas das causas da obesidade infantil é o descompasso entre a alimentação predileta das crianças e o que elas precisam comer para prover o processo de crescimento. O primeiro passo recomendado, são os pais que devem servir de bons exemplos; além de outras causas, como a proliferação das cadeias fast-food, o sedentarismo, quando em vez de brincadeiras que gastam energia, as crianças ficam horas na frente da televisão ou do computador.

Dentre os erros mais freqüentes na alimentação das crianças, destaco os lanches fora de hora, beliscar, oferecer comida como recompensa, ameaçar castigo se a criança não comer, ceder ao primeiro “não gosto”, fazer da ida ao restaurante um dos programas prediletos. (NAVROSKI, 2006, p. 5)

Uma alimentação balanceada e adequada é muito importante para a fase de formação e desenvolvimento infantil. A conscientização de pais, professores e responsáveis serve de lição para que as crianças sejam saudáveis e construam bons hábitos alimentares, os quais necessariamente começam na infância. Nos dias atuais as escolas tornaram-se praticamente o segundo lar das crianças e jovens do mundo todo, uma vez que os mesmos passam pelo menos 5 horas diárias nela, ou até mesmo em turno integral, cotidiano este criado em virtude dos pais terem seu tempo ocupado com o trabalho e não disponibilizarem de pessoas de confiança para deixar seus filhos. Cria-se a necessidade da escola fazer um trabalho de conscientização com as crianças, sobre a sua alimentação. Dos inúmeros problemas que se apresentam no lanches das escolas, podemos citar os refrigerantes, que podem ser substituídos por sucos naturais. Infelizmente, mesmo sabendo que para as cantinas é mais fácil e lucrativo vender refrigerantes ao invés de sucos, porque ele requer mais cuidado no seu preparo e acondicionamento. Os conhecimentos na área de nutrição não são obrigatórios aos professores ou profissionais que trabalham na cozinha ou cantina escolar. Cabe a escola o grande papel de repensar a forma como vem ocorrendo a alimentação das crianças e aprimorar nos seus conteúdos o trabalho de educar e reeducar as crianças mostrando a importância dos alimentos na realização de uma satisfação pessoal. Pois para Navroski: “Este é um trabalho que necessita um forte engajamento, de todas as áreas envolvidas como educacionais, sociais, políticas e econômicas”. (2006 p. 9)

        Com a mesma linha de pensamento, e preocupação com a saúde das crianças, o Ministério da Saúde lançou “O manual das Cantinas Escolares Saudáveis”. O Manual contém informações fundamentais sobre Alimentação e Nutrição: o que é um lanche saudável e como promovê-lo; orientações sobre normas de higiene; estratégias e sugestões de um cronograma para implantar a cantina saudável dentre outras. A escola é uma instituição responsável pela formação de pessoas que estão em processo de desenvolvimento. Todos que estão ali (professores, funcionários, alunos, pais e donos de cantina), que formam  a comunidade escolar, precisam estar envolvidos com o processo educativo, porque a vida, a saúde e a preparação de um  futuro melhor e mais saudável para nossas crianças e jovens é uma responsabilidade não só do Estado ou da família, mas de todos nós. A construção de uma sociedade mais justa e com mais saúde, é um desafio coletivo que, para ser alcançado, precisa contar com o comprometimento e a participação de todas as pessoas. A família é o primeiro ambiente social da criança, portanto, é a principal formadora de hábitos, inclusive os alimentares. A escola tem o papel de educar a criança para que ela se torne um cidadão critico, que saiba fazer escolhas adequadas e de forma responsável. É neste ambiente de educação que também se encontra a Cantina Escolar, a quem cabe também um papel ATIVO muito importante como estimuladora de hábitos alimentares saudáveis e influenciadora na formação do indivíduo, dentro do ambiente escolar.

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