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Orientacoes Curriculares

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Por:   •  15/10/2013  •  9.089 Palavras (37 Páginas)  •  278 Visualizações

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ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DE MATO GROSSO

A organização das orientações curriculares pressupõe uma ação política de caráter epistemológico que leva em consideração a ideia de que o currículo é uma construção de conhecimentos voltada para a formação humana resultante de uma mediação sócio histórico e cultural. Daí a importância desta ação dialógica entre Seduc, Cefapros, Assessorias Pedagógicas, escolas, universidade, movimentos sociais e comunidade na construção coletiva deste documento.

As Orientações Curriculares configuram-se, assim, um documento que pode suscitar novos diálogos e reelaborações tornando-as instrumento cada vez mais fundamentado, e mais compreensível para orientar os profissionais do 1º, 2º e 3º Ciclos na elaboração da proposta política pedagógica, bem como, no planejamento das ações pedagógicas e curriculares, no contexto da unidade escolar.

A partir da concepção de uma educação fundamentada na e para a formação humana, no âmbito das relações socioculturais, estas Orientações Curriculares,

buscam a ressignificação dos tempos e espaços de aprendizagem e desenvolvimento dos educadores e educandos envolvidos no espaço educativo.

Nessa perspectiva, a organização é pensada e proposta contextualizando as

Áreas de Conhecimento e seus respectivos componentes curriculares a partir dos eixos estruturantes: conhecimento, trabalho1 e cultura, visando à formação de sujeitos cujas capacidades produtivas se articulam às suas capacidades de pensar, de relacionar-se, de estudar, desenvolverem a afetividade.

As Áreas de Conhecimento consideram as características inerentes a cada ciclo vital humano - infância (6 a 8 anos), pré-adolescência ( 9 a 11 anos), adolescência ( 12 a 14 anos)2 - como o contexto das vivências dos educadores e educandos; a necessidade de repensar a prática pedagógica cotidiana, de modo que os conhecimentos específicos de cada componente curricular, articulados ao contexto da Área de Conhecimento, e entre elas, possibilitem a construção e/ou a apropriação dos significados sócio-histórico-culturais elaborados e que favoreçam aos sujeitos envolvidos no processo, a ampliação da visão de si, de sua família, da escola, do bairro onde mora, da sociedade e cultura em que vive, e busquem transformações.

Nesse sentido, as Orientações Curriculares para o Ensino Fundamental, uma das etapas da educação básica, objetivam em cada Área: a construção de conhecimentos, a formação cidadã mediante a interação ativa, crítica e reflexiva com o meio físico e sociocultural, de modo que os educandos desenvolvam a autonomia para o tratamento da informação e para expressar-se socialmente utilizando as múltiplas formas de linguagens e recursos tecnológicos.

Esses pressupostos serão sustentados em suas interpretações, pelos atores educativos no contexto da escola, visando ao planejamento de trabalho coletivo orientado a partir dos eixos articuladores sugeridos em cada Área de conhecimento, conforme destacados nos quadros em cada ciclo. Estes foram pensados considerando que as crianças, os pré-adolescentes e os adolescentes, possuem “identidades de classe, raça, etnia, gênero, território, campo, cidade,

Periferia, as quais são constituídas por valores e conhecimentos produzidos nos contextos de vivências e experiências mediadas pela linguagem nas relações estabelecidas sócio culturalmente.

Para sistematizar as intenções pedagógicas pretendidas nestas orientações curriculares, o processo de ensino e aprendizagem se organiza em torno de eixos articuladores: Linguagens e processos de interação, representação, leitura e prática;

Apropriação do sistema de representação das linguagens e Formação sociocultural nas diferentes linguagens. Esses eixos são fundamentais no processo de ensino/aprendizagem e na prática precisam ser coordenados e articulados entre si.

Esses eixos articuladores, em cada área de Conhecimento, e entre elas, tendem a ser discutidos e reorganizados/reelaborados ou adaptados de acordo com a realidade local, de modo a assegurar que os saberes contextualizados, problematizados e ampliados possibilitem o desenvolvimento das capacidades - cognitivas, procedimentais e atitudinais - pelos educandos, na interação com o conhecimento, com seus pares e com os educadores, no processo de ensino e aprendizagem.

A opção por desenvolvimento das capacidades ocorreu no sentido de que o termo é amplo e pode ser definido, na perspectiva vygotskiana, como ações teórico práticas que usamos para estabelecer relações com e entre sujeitos e os objetos do conhecimento (situações, fatos, fenômenos), por meio da linguagem; uma vez que as funções cerebrais (psicológicas e mentais ou cognitivas) são constituídas mediante a internalização dos modos historicamente determinados e culturalmente organizados de operar informações5. Portanto, capacidades referem-se ao conhecimento e aplicação de estratégias e técnicas apropriadas, relacionadas aos conteúdos aprendidos, que o aluno busca, em suas experiências anteriores, para analisar e resolver novos problemas.

As capacidades, não são inatas, nem transmitidas. Na vida e nos processos de ensino e aprendizagem estas são construídas pelo (a) aluno(a), e também pelos(as) professores(as) nas relações que estabelecem entre si, com seus pares, com outros, com o conhecimento e com o contexto cultural e social.

Assim, as capacidades cognitivas, sócio culturalmente construído, estão relacionadas aos processos ou operações mentais quando o ser humano constrói o conhecimento, tais como: a abstração, a análise, a síntese, a correlação, a percepção, a identificação, a aplicação, a fruição, entre outras, os quais são fundamentais nos processos intelectuais de elaboração de conceitos para operar com símbolos, ideias, imagens e representações que permitem organizar a realidade.

As capacidades atitudinais, dizem respeito às convicções e modos de ser, sentir e se posicionar mediante situações concretas. Por exemplo: capaz de conviver bem com as pessoas de diferentes etnias, grupos sociais, religiões e posições políticas, lidar com divergências de opiniões, e de preferências (time de futebol, tipo

de música, moda, pertencimento, tribo) reconhecer e valorizar a igualdade de direitos entre as pessoas, inclusive aquelas que apresentam alguma necessidade educativa especial, ser responsável pelos próprios atos, compreender a importância de zelar pelos bens e espaços públicos e de preservar o meio ambiente entre outras.

As capacidades procedimentais estão relacionadas a ser,

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