PRINCÍPIO DA INSGNIFICÂNCIA
Por: BELIANE • 16/10/2015 • Monografia • 3.656 Palavras (15 Páginas) • 497 Visualizações
ELIANE BOTELHO
A EXCEPCIONAL APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE CONTRABANDO
PATO BRANCO-PR
SETEMBRO/2015
ELIANE BOTELHO[pic 1]
A EXCEPCIONAL APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE CONTRABANDO
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Bacharelado em Direito, da Faculdade de Pato Branco – FADEP, como requisito parcial à elaboração do trabalho de conclusão de curso (TCC).
Orientador Projeto: Prof. Msc. Ingrid Simon
Possível Orientador TCC: Henriqueta Dettmer Menezes Defaci
PATO BRANCO-PR
SETEMBRO/2015
1 INTRODUÇÃO
O contrabando está presente na história do Brasil desde a colonização, a busca pelo lucro fácil leva os indivíduos a importar produtos de origem estrangeira para comercialização ou consumo.
É sabido que devido a condições geográficas favoráveis: tríplice fronteira Brasil, Paraguai e Argentina são contrabandeados diversos produtos como cigarros, medicamentos e anabolizantes, os quais não possuem registro na Anvisa (agência nacional de vigilância sanitária), sendo proibida sua importação pela legislação brasileira.
O princípio da insignificância é utilizado para despenalizar condutas típicas, mas que devido ao ínfimo potencial ofensivo não chegam á causar dano ao bem jurídico tutelado. Assim, esse princípio possui natureza processual e afasta a tipicidade material, proporcionando dessa forma uma resposta justa ao caso concreto, haja vista que a simples aplicação do Código Penal, muitas vezes torna-se incongruente.
A grande controvérsia quanto ao tema a qual é explorada no presente estudo é a possível aplicação do princípio da insignificância, em casos que a quantidade de produto contrabandeado for ínfima.
O Supremo Tribunal Federal posicionou-se no HC 84.412-0/SP no qual o Min. Celso Mello elaborou requisitos objetivos para aplicação do princípio da insignificância, tal seja: a) mínima ofensividade da conduta; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; d) inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Entretanto alguns autores consideram os critérios muito subjetivos a doutrina e o Mistério Público Federal entendem que é possível a aplicação do princípio da insignificância de forma excepcional em casos em que quantidade do produto contrabandeado for ínfima, situação está que o delito não é capaz de lesionar o bem jurídico tutelado.
O projeto em análise, pretender entender, compreender e analisar o cenário jurisprudencial da aplicação do princípio da insignificância no crime de contrabando. Objetivando analisar a possibilidade da excepcional aplicação do princípio da insignificância.
Para a fundamentação da pesquisa basear-se-á na jurisprudência e na lei abordando sua recente alteração. [pic 2]
2 DEFINIÇÃO DO TEMA
Excepcional aplicação do princípio da insignificância no crime de contrabando.
2.1 JUSTIFICATIVAS DA ESCOLHA DO TEMA
O tema foi escolhido a partir do contato com o assunto durante estágio no Ministério Público Federal.
Mostra-se importante a pesquisa sobre o assunto em análise, considerando a possibilidade de proporcionar a acadêmica pesquisadora um maior entendimento acerca da aplicação do princípio da insignificância e demais questões debatedoras sobre o assunto.
Além de ser um tema bastante contemporâneo, eis que a moderna e ciência criminal preconiza, teorias do estado mínimo, possibilitará, posteriormente, que demais pessoas interessadas no assunto, principalmente acadêmicos da instituição, se utilizem deste trabalho como fonte de pesquisa, para aprimorar o conhecimento e eventualmente sanar dúvidas sobre o tema.
2.1.1 Apresentação do problema e hipótese
Aplica-se o princípio da insignificância de forma excepcional no crime de contrabando?
Hipótese:
- Sim, o Ministério Público Federal, aplicado o princípio da insignificância de maneira excepcional em casos de contrabando, cuja quantidade não ultrapasse 40 pacotes de cigarros. São avaliados de forma conjunta outros requisitos, quais sejam, a destinação do produto e a prática de crime habitual.
[pic 3]
2.2 OBJETIVOS
2.2.1 Objetivo Geral
Analisar os critérios utilizados para justificar a adoção do princípio da insignificância no crime de contrabando.
Para que se possa atingir o objetivo acima proposto, serão observados os seguintes itens:
- Crime de contrabando;
- Diferença de descaminho e contrabando;
- Teoria do bem jurídico.
2.2.2 Objetivos Específicos
De maneira ampla pretende-se demonstrar de que forma atua o princípio da insignificância, para que isso seja cumprido, serão estudados alguns itens:
- Princípio da insignificância;
- Analise o atual entendimento da jurisprudência, acerca do tema;
- Debater a ideia da excepcional aplicação do princípio da insignificância nos crimes de contrabando.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Contemporaneamente, a modera e mais difundida ciência criminal prioriza teorias do estado mínimo, do direito penal como a ultima ratio. Assim, os princípios fundamentais têm natureza peculiar, condicionam e limitam o direito estatal de punir, fazem parte da essência do direito penal, de seu ser constitutivo (PRADO, 2010, p. 262).
Segundo Luiz Regis Prado apud Claus Roxin, o princípio da insignificância foi conceituado por Claus Roxin em 1964 na Alemanha, que assim definiu:
De acordo com o princípio da Insignificância, formulado por Claus Roxin e relacionado, com o axioma mínima non cura praeter, enquanto manifestação contrária uso excessivo sanção criminal, devem ser tidas c omo atípicas as ações ou omissões que afetem infimamente a um jurídico-penal. A irrelevante lesão do bem jurídico protegido não justifica a imposição de uma pena, devendo excluir-se a tipicidade da conduta em caso de danos de pouca importância (PRADO, 2010, p. 157)
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