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Pedagogia Do Esporte

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Por:   •  18/6/2014  •  2.458 Palavras (10 Páginas)  •  589 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A busca constante por novos talentos, cuja conotação perpassa o campo político e da busca por financiamentos e investimentos, por vezes ofusca uma iniciação esportiva consciente, preocupada não só com a modalidade a qual é oferecida, mas focada no indivíduo que vem para sua prática. É esse olhar pedagógico que queremos discutir neste trabalho, dando ênfase à inserção de conceitos e práticas da Pedagogia do Esporte dentro do campo de iniciação aos Jogos Esportivos Coletivos. Para tanto, dividiremos nossa abordagem em três momentos: no primeiro, discutiremos aspectos da Pedagogia do Esporte, seus campos de atuação e os princípios que devem ser intrínsecos à sua prática; no segundo, realizaremos uma abordagem sobre os Jogos Esportivos Coletivos, no objetivo de discutir suas metodologias de ensino e a intersecção destas com o campo da Pedagogia do Esporte; por fim, no terceiro e último momento, sinalizaremos para uma possibilidade pedagógica oriunda da utilização da Pedagogia do Esporte no processo de ensino, vivência e aprendizagem dos Jogos Esportivos Coletivos, ou seja, a formação integral do indivíduo, cujo alcance será atingido através de um olhar pedagógico abrangente, o qual considere tanto a prática a qual é oferecida quanto o sujeito que realiza essa prática.

MATERIAL E MÉTODO

Este trabalho utiliza-se do método de pesquisa bibliográfica por meio da técnica de revisão bibliográfica e visa, a partir de textos básicos, chegar a textos especializados, permitindo a formação de um “pensamento organicamente estruturado” (SEVERINO, p. 25, 2000).

DISCUSSÃO

1. Pedagogia do Esporte: contextos e discussão teórica

A Pedagogia do Esporte, na gênese de sua significância, seria aquela a dar conta de educar para a prática esportiva. Contudo, ao discutirmo-la como um campo amplo de diversas possibilidades pedagógicas (ou seja, educacionais) vemos como importante aspecto a utilização da prática esportiva como um facilitador para a formação do indivíduo. Assim, já não educaríamos nosso aluno somente para o esporte, mas o educaríamos, também, através do esporte. Nosso posicionamento, portanto, vai em direção ao que foi exposto por Scaglia (1999), quando o autor diz que:

“Ensinar não é, e nunca será, tarefa simples e desprovida de responsabilidades. Ao ensinar tem-se o compromisso com o formar. Formar o cidadão que, para se superar e ser sujeito histórico no mundo, necessita desenvolver sua criticidade, sua autonomia, sua liberdade de expressão, sua capacidade de reflexão, sintetizando sua cidadania. Assim sendo, aluno/sujeito/cidadão, lapidado por quem ensina, não será mais aquele que simplesmente se adapta ao mundo, mas o que se insere, deixando sua marca na história”. (SCAGLIA, 1999, p. 26)

Na busca por esse indivíduo autônomo e crítico às situações que vivencia é que se encontram as novas perspectivas da Pedagogia do Esporte, pois, ao ensinar o esporte para todos, ensiná-lo bem, ensinar mais do que ele próprio e ensinar a gostar de esporte (FREIRE, 2002) é que mantemos uma prática prazerosa na qual a criança/aluno sente vontade de voltar a praticá-lo e, com isso, aumenta-se sua vivência na modalidade, o que facilita o aprendizado técnico-tático intrínseco a essa prática. Assim, alguns buscariam o esporte como uma futura possibilidade profissional, enquanto atleta, e outros teriam da prática esportiva uma ferramenta de lazer, não deixando de desfrutar de seus benefícios (socialização, saúde, entre outros). Essa divisão entre o esporte profissional (esporte de alta performance) e esporte lazer é trazida por Bracht (2005), quem vê em ambos a possibilidade educacional, a qual é vista, pela constituição brasileira de 1988, em caráter separado das duas outras áreas citadas. Também vemos no esporte uma constante possibilidade educacional, o que fica dependente do tratamento a ser dado pelo professor que rege esse processo, embora esse tratamento, algumas vezes, seja imposto pela política da instituição na qual a iniciação esportiva se dá. Nos clubes, por exemplo – campo o qual, ainda hoje, é o principal responsável pelas possibilidades de oferecimento esportivo à população, o que restringe o acesso das populações mais pobres – a busca por resultados desde as categorias de base é uma verdade, e para tal muitas vezes o processo pedagógico é deixado de lado para a inserção de uma pedagogia focada no treinamento, visando a formação de uma equipe competitiva a qual seja capaz de alcançar títulos. Esse avanço de fases é amplamente discutido pela literatura, que vem demonstrando como esse fato pode ser prejudicial para a criança, a qual, em várias situações, é desmotivada a continuar no campo esportivo devido a essa precoce imposição excessiva de responsabilidades. Paes (1997) discute essa problemática e traz o fato de jogadores profissionais da seleção brasileira de basquetebol, na ocasião de sua pesquisa, no ano de 1989, terem se iniciado tardiamente à modalidade, deixando-nos o questionamento sobre a “necessidade” da especialização precoce para que atletas alcancem o alto rendimento, o que seria um dos principais fatores da evasão de crianças e adolescentes do esporte.

Com essa preocupação, de propiciar um adequado processo de ensino, vivência e aprendizagem às modalidades esportivas coletivas com a ampliação de suas possibilidades pedagógicas e defendendo seu oferecimento, por parte das políticas públicas, também para as populações mais carentes, indiferentemente da existência de espaço físico e material didático adequado, é que vemos a importância de se ter em mente as possibilidades pedagógicas oriundas do campo da Pedagogia do Esporte e a necessidade de discutir os métodos de ensino a serem utilizados para que isso seja potencializado.

1. Jogos Esportivos Coletivos: metodologias de ensino

Sinalizados alguns dos problemas encontrados para o oferecimento de um devido processo de ensino, vivência e aprendizagem das modalidades esportivas coletivas e algumas das possibilidades pedagógicas inerentes a esse processo, passaremos agora a caracterizar os Jogos Esportivos Coletivos e as propostas metodológicas para seu ensino.

Os Jogos Esportivos Coletivos são caracterizados pela presença de duas equipes que se enfrentam de maneira não hostil (Teodorescu, 1984 apud Balbino e Paes, 2007) em um campo determinado, cujo objetivo é levar o objeto do jogo (bola, por exemplo) até o alvo do adversário, ao passo que se defende o próprio alvo. Para isso, joga-se com a ajuda dos companheiros no objetivo de superar o sistema defensivo dos adversários (Bayer,

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