Primeira Instrução de Aprendiz Maçon
Por: Ricardoguedwsdf • 30/8/2022 • Artigo • 1.171 Palavras (5 Páginas) • 583 Visualizações
Brasília – DF, 16 de novembro de 2021.
Ricardo Santos Guedes – Aprendiz de Maçom
Nº 4353
Trabalho sobre a Primeira Instrução do Grau de A.’.M.’.
Pablo Neruda, famoso poeta chileno, dizia: “Escrever não é tão difícil. É só começar com uma letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio, você coloca ideias”.1
Em sendo assim, com muita humildade, tentarei descrever o que compreendi sobre a cerimonia de iniciação e a primeira instrução do grau de Aprendiz Maçom.
Antes de iniciar, gostaria de salientar o quão difícil é exprimir em poucos parágrafos, este momento especial e único na vida de um novo maçom, o qual, tive a honra de vivenciar quando convidado a ingressar nesta respeitável Loja. Lembro-me que ao adentrar este templo pela primeira vez, ainda profano, fui tomado por um sentimento bom, uma sensação de paz, capaz de acalmar até o mais ansioso coração, e que neste dia, se entregou a admirar a beleza da ornamentação do templo, repleto de profundas simbologias, que aos poucos serão decifradas.
Tenho plena consciência de que não basta ter sido iniciado, ser reconhecido maçom e frequentar essa Loja para ser um homem melhor, pois a evolução de profano a verdadeiro maçom virá através de muito estudo, dedicação e da pratica ininterrupta das virtudes, tão difundidas em Loja.
Sob a ótica de um profano, aquele ritual tão rico em ensinamentos, parece não ter significado, contudo, na maçonaria nada é por acaso. A importância da cerimonia de iniciação é tamanha, que, incompreensível no momento em que a vivenciamos, passa a revelar seus segredos a medida em que refletimos sobre ela.
Como na maçonaria tudo tem uma razão de existir, recordei-me de alguns momentos deste dia que foram de grande emoção, pois me fizeram buscar no fundo de meu coração, respostas as provas a que fui submetido, reavivando memorias e sentimentos adormecidos.
A primeira lição aprendida foi “a confiança”. Tão rara nos dias de hoje, é a base do relacionamento fraterno entre os maçons, que tem por dever serem leais uns com os outros. Como profano, em estado de completa escuridão (vendado), despido de metais e prestes a iniciar, mal podia dar um passo a frente, quando senti um Ir.’. colocar a mão sobre meu ombro e dizer: “Sou vosso guia. Tende confiança em mim e nada receeis”. Naquele momento eu estava entregue e meus passos seriam guiados por esta voz, entretanto, confiei, sem saber que ao aceitar esta condição, a tão aguardada iniciação começava a fazer sentido em minha vida, pois este é um processo interior, é a mudança de comportamento, onde o iniciado é aquele ser que dirige seu pensamento ao mundo espiritual, fazendo com que seu coração esteja pronto para a Verdadeira Iniciação.
Lembro-me que, em dado momento da cerimonia, após um turbilhão de emoções, uma voz sussurrou ao meu ouvido: “- Peço-vos um pequeno auxilio para os desgraçados que devemos socorrer”, neste momento, ingenuamente pensei em procurar em meus bolsos algo de valor para ajudar, contudo, antes que pudesse exprimir qualquer reação, essa mesma voz, dessa vez em tom forte, disse: “- o candidato deixou de contribuir...”, arrebatado por um sentimento de angustia que encheu meu coração por não conseguir ajudar, aprendi a segunda, e não menos importante, lição deste dia, “ a humildade”. Ser humilde significa estar de coração aberto sempre pronto a ajudar, reconhecer que despido de todos os metais, somos todos iguais e que não há espaço para cultivarmos a vaidade.
Mister ressaltar que, como aprendiz, sou uma pedra bruta pronta a ser trabalhada, desbastada com muita paciência e cuidado, para que esteja pronta a receber o devido polimento. No que tange ao aperfeiçoamento do ser humano, cada um deve aprender por suas próprias experiências e por seu empenho, todavia, considerando sempre o conhecimento daqueles que já percorreram esse mesmo caminho.
Assim sendo, para que uma pedra bruta seja polida, esta deve ser desbastada. Por isso os instrumentos dos Aprendizes são: a régua de 24 polegadas, o maço e o cinzel.
A régua de 24 polegadas é imprescindível para o aprendiz maçom, pois sem ela não é possível à utilização de nenhum outro instrumento de trabalho. Serve para medir e traçar sobre a pedra bruta, ou seja, está relacionada ao planejamento, a preparação do trabalho a ser realizado pelo maçom. As 24 polegadas da régua representam o total de horas do dia, e significam que o aprendiz deve organizar seu tempo, de modo a viver com critérios, estabelecendo metas e realizando-as de acordo com suas prioridades.
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