Programa formação pela escola

 PRIMEIRA PARTE

No inicio do ano de 2010, fui contratada pela Prefeitura Municipal de Canguçu para dar aula de Educação Física na escola Euclides da Cunha, uma escola pequena de ensino fundamental, com poucos alunos.

Até aqui tudo normal, porém eu ainda não sabia o desafio que vinha pela frente....Em uma das turmas da escola havia uma aluna surda antigamente se falava muito em deficiência auditiva, mas como minha professora falava eles preferem ser chamados de surdos mesmo.

As aulas fluíram normalmente porque a menina já estava completamente adaptada à escola e aos colegas com os quais estudou desde a Educação Infantil . Fazia gestos, emitia sons que com o tempo foram ficando fáceis de entender, ela não sabia a Linguagem de sinais, visto que vivia como uma pessoa que fala e ouve normalmente.

Porém em algumas ocasiões eu era obrigada a me adaptar às necessidades dela, tanto eu quanto os colegas, quando fazíamos um jogo por exemplo, eu usava bandeirinhas vermelha, branca e verde para sinalizar, pois o apito não adiantava de nada. Assim todos se obrigavam a ter um contato visual com o arbitro (eu, no caso) e jogavam normalmente.

Outras vezes, deixávamos os jogos de lado e eu introduzia algumas brincadeiras e atividades adaptadas, como circuitos, brincadeiras onde trocávamos os sons por gestos, mímicas ( que ela adorava) escrevíamos num papel o que ela tinha que imitar e ela imitava para os colegas adivinharem, e várias outras atividades, sempre mantendo o contato visual.

Em seguida fui trocada de escola, e num dia de Torneio Municipal, vi a menina jogando pela equipe da escola, ela adorava esportes e se destacava, porém se confundia com a arbitragem, pois ela não ouvia o apito, quem não a conhecia não podia imaginar que ela possuía alguma deficiência.

Creio que fiz um bom trabalho com ela, mas não foi tão fácil assim, ás vezes a comunicação não rendia, ela era um pouco teimosa também, e mesmo estando no 6º ano do ensino fundamental ela não era alfabetizada, apenas copiava as coisas do quadro, sem entender o que se tratava.

Por essas e por outras que eu não sou a favor da inclusão no ensino regular, é preciso um ou mais profissionais para atender esses casos, um profissional que atenda as necessidades do aluno, nas aulas de educação física essa aluna surda se adaptava, mas e nas outras aulas?..ela simplesmente estava de corpo presente pois não acompanhava.

SEGUNDA PARTE

Nosso grupo entende por experiência exitosa, algum projeto bem sucedido onde se cria metas e através de força