Projetos de Exploração de Petróleo
Por: Pitty_26 • 10/4/2015 • Trabalho acadêmico • 5.030 Palavras (21 Páginas) • 80 Visualizações
Introdução
As atividades de exploração e produção de petróleo envolvem elevados valores monetários o que justifica a preocupação com o retorno do capital investido. Embora, inicialmente, o potencial de produção do reservatório possa parecer o fator determinante na hora de se definir um projeto, a decisão final de onde se investir é tomada com base, principalmente, nos resultados de análises de viabilidade econômica, que levam em consideração os custos e receitas relacionados ao projeto em questão.
As análises econômicas e financeiras se baseiam no fluxo de caixa para determinar se um projeto é atraente financeiramente ou não. A análise financeira leva em consideração os princípios econômicos para se tomar a decisão de onde investir. O primeiro princípio financeiro básico é que um determinado volume de recursos vale menos amanhã do que hoje, porque se aplicado começa imediatamente a render juros. O segundo princípio financeiro básico é que um recurso seguro vale mais do que um recurso com risco (FONSECA, 2011).
No contexto de análise de viabilidade econômica iremos discutir neste trabalho alguns métodos de avaliação de fluxo de caixa, são eles Valor Presente Líquido (VLP), Taxa Interna de Retorno (TRI) e Tempo de Retorno de Capital (Pay Back Period). No desenvolvimento do trabalho será elaborada uma planilha eletrônica para análise de fluxo de caixa de projetos iniciais de instalação de unidades de produção de petróleo, que permita obter a Taxa Interna de Retorno (TRI), Valor Presente Líquido (VLP) e Tempo de Retorno de Capital (Pay Back Period), com a finalidade de se identificar a viabilidade de investimento, conforme os estudos de caso sugeridos.
É, portanto, objetivo do presente trabalho analisar, sob o ponto de vista financeiro, seis projetos distintos de produção de petróleo através dos fundamentos da matemática financeira utilizando como ferramenta auxiliar o programa Excel (2007) da Microsoft.
Fundamentação Teórica
As análises de viabilidade econômica são feitas com base no fluxo de caixa do projeto no qual se pretende investir. O fluxo de caixa nada mais é do que a projeção das entradas e saídas monetárias em suas respectivas datas de ocorrência, pode ser definido, portanto, como um modelo do investimento em perspectiva (HESS et al, 1986).
A montagem do fluxo de caixa projeta o faturamento esperado através das receitas, despesas, valor de depreciação, amortização e impostos envolvidos no projeto. Uma vez montado, o fluxo de caixa pode ser analisado através de parâmetros como Valor Presente Líquido (VLP) ou Valor Atual (Va), Taxa Interna de Retorno (TRI) e Tempo de Retorno de Capital (Pay Back Period), entre outros.
O Valor Presente Líquido (VLP) é uma técnica de análise de fluxos de caixa que consiste em calcular o valor presente de uma série de pagamentos ou recebimentos e deduzir deste o valor do fluxo inicial (VIEIRA SOBRINHO, 2000). Defini-se Valor Presente Líquido (VLP) de um fluxo de caixa, a uma taxa especifica de juros, como a quantia hoje equivalente ao fluxo em questão (HESS et al, 1986). O valor atual do fluxo de caixa é calculado com o uso da taxa mínima de atratividade do projeto, se descontado o investimento o valor for positivo, a proposta de investimento é considerada atrativa (HESS et al, 1986).
A taxa de atratividade, mencionada acima, representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz um financiamento. Ela é formada basicamente a partir de três componentes: o custo de oportunidade; o risco do negócio; e a liquidez do negócio (FERREIRA, 2010).
A taxa que torna o Valor Presente Líquido do fluxo de caixa igual ao investimento inicial do projeto, ou seja, que torna o VPL do projeto igual à zero, é chamada Taxa Interna de Retorno (FRANCO; GALLI, 2007). Para se calcular a TRI primeiro se calcula o Valor Presente Líquido do fluxo de caixa, como o objetivo é obter uma taxa que torne este valor nulo, vai-se modificando a taxa usada até que a soma do investimento e VLP do fluxo de caixa fique próximo ou igual a zero (HESS et al, 1986).
Quando a TRI de um determinado projeto for superior a sua respectiva taxa de atratividade, ou mesmo ao custo de oportunidade, o mesmo é considerado bom, quando inferior não é considerado atraente. Entende-se por custo de oportunidade o fato de que qualquer capital gera uma remuneração ou rentabilidade, dessa forma ao ser empregado ele apresenta um custo, o custo de oportunidade perdida, ou seja, ao usá-lo, o seu possuidor deixa de ganhar a rentabilidade oferecida pelo mercado. Portanto, para um determinado investimento ser atrativo, deve render mais que as oportunidades de investimento perdidas por sua causa (HESS et al, 1986).
Um critério que também é levado em consideração na hora de se escolher um projeto de investimento é o tempo necessário para que se recuperar o capital investido. A análise feita com base nesse critério utiliza o método Pay Back Period (Tempo de Retorno de Capital). O Pay Back é obtido calculando-se o número de anos que será necessário para que os fluxos de caixa futuros acumulados igualem o montante do investimento inicial (FONSECA, 2011).
A análise feita com base no Pay Back Period considera como melhor projeto aquele com menor tempo de retorno do valor investido, de acordo com a idéia de que quanto menor o tempo de retorno menor o risco envolvido no projeto, no entanto, empregado individualmente o Pay Back não é considerado eficiente (EHRLICH; MORAES, 2009). A principal deficiência do Pay Back é não considerar os ganhos após a recuperação do capital, já que ao se fazer um investimento o objetivo principal não é reaver o capital investido, e sim obter lucro (HESS et al, 1986).
Vale destacar que os valores de VLP, TRI e Pay Back Period obtidos através da análise do fluxo de caixa podem variar em um mesmo projeto dependendo do sistema de amortização adotado para liquidar a dívida contraída ou reaver o capital investido. No fluxo de caixa a amortização representa a diminuição periódica do valor investido através do pagamento de prestações que são compostas da seguinte maneira, conforme o quadro (Tabela 1) a seguir:
Tabela 1. Forma de composição do valor da prestação para amortização da dívida.
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