Psicogênese da Língua Escrita
Por: Érica Fernanda Martin • 18/5/2018 • Trabalho acadêmico • 837 Palavras (4 Páginas) • 160 Visualizações
Faça a leitura do artigo "Psicogênese da Língua Escrita", de Onaide Mendonça e, depois, escreva um texto crítico e reflexivo a respeito das contribuições, dos equívocos e as consequências geradas pela má interpretação da psicogênese da língua escrita para o trabalho pedagógico de alfabetização.
Há décadas o conceito de letramento percorre as escolas brasileiras, porém ainda é alvo de discussões entre os professores alfabetizadores. Talvez pelo fato de muitos ainda não compreenderem o significado de tal conceito e, portanto, não conseguem estabelecer as diferenças entre alfabetização e letramento.
De acordo com Emília Ferreiro, o conceito de letramento foi introduzido de forma inconsistente. No Brasil, conforme afirmações de Ferreiro, o termo alfabetização passou a ser sinônimo de decodificação e os demais processos envolvidos na aprendizagem de leitura e escrita converteram-se em letramento. Fato ao qual a autora contrapõe-se, pois não podemos admitir que a alfabetização torne-se privada das significações que a escrita tem para a criança. Seus estudos sobre a psicogênese da escrita, dentre outros vários equívocos, em nosso país foram convertidos em método e passou a ser conhecido como o construtivismo de Emília Ferreiro.
Com a pretensão de analisar e compreender o fracasso escolar suas pesquisas, juntamente com Ana Teberosky, fundamentam-se na concepção de que o sujeito é o centro da aprendizagem; e é ele quem produz o seu conhecimento. Dessa forma os erros são vistos como parte do processo de construção do conhecimento e o desenvolvimento acontece por estágios. Ferreiro e Teberosky então tratam em seus estudos das fases da escrita da criança ao longo do processo de alfabetização, sendo elas: pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética.
Diante de tantas mudanças vários educadores apropriaram-se das novidades em alfabetização, porém, como dito anteriormente, muitos de forma equivocada, transformando questões teóricas em método, sem fazer as devidas reflexões devido à urgência em solucionar o fracasso escolar.
Os impactos ocasionados por esses equívocos ainda influenciam negativamente as práticas educativas atuais, os níveis de conceitualização devem servir apenas para o conhecimento do professor, auxiliando na formação de grupos individualizados de modo a garantir o melhor desenvolvimento dos alunos e não para rotulá-los, pois as fases da escrita têm como função ajudar o professor na elaboração de atividades para os alunos avançarem e não para aplicar exercícios que se restrinjam à hipótese em que a criança se encontra. Também se faz importante a utilização de textos que façam sentido e não palavras, sílabas ou letras soltas, pensando que a criança não é capaz de compreender mais nada além disso apenas porque se encontra em um nível específico.
É incontestável o grande impacto que o construtivismo de Emília Ferreiro teve no ensino da leitura e da escrita no Brasil, principalmente na década de 1980, e ainda hoje está presente em muitas das nossas escolas. Ao apresentar as hipóteses da leitura e da escrita espontânea da criança, Emília Ferreiro deu uma importante contribuição para a educação, mostrou que as crianças não chegam “ignorantes” à escola, que têm conhecimentos específicos sobre a língua escrita, ainda que não compreendam a natureza do código alfabético.
A escrita, que é um produto cultural, foi transformada pela escola em objeto escolar, sendo ensinada de maneira mecânica e artificial. Os estudantes, por sua vez, não se interessam por ela por não perceberem o
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